Em audiência pública realizada na última segunda-feira (12), o tema foi mencionado somente uma vez durante a apresentação das propostas para Ponta Grossa

 

A 4ª Audiência Pública sobre os planos Diretor e de Mobilidade Urbana aconteceu na noite de segunda-feira (12), no Centro de Cultura de Ponta Grossa. No evento, foram discutidas propostas e diretrizes para a revisão do Plano Diretor e inclusão do Plano de Mobilidade. As diretrizes apresentadas pouco contemplaram questões sobre acessibilidade. A apresentação das propostas foi comandada pela equipe técnica da Urbtec (empresa contratada responsável pela elaboração dos planos) e por membros do Iplan (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa).

 

O morador Paulo Saincler Heusi, de 77 anos, questionou durante o evento a falta de preocupação com a acessibilidade e relatou dificuldades ao transitar com a filha cadeirante pela cidade. “Eu ouvi a palavra ‘acessibilidade’ só uma vez aqui, eu tenho uma filha cadeirante, de 50 anos, e não consigo levá-la para passear porque a maioria das ruas não tem rampa de acesso”, critica. “Minha filha já foi recusada em várias escolas por causa disso, eu só consegui matriculá-la na escola Aldo Rebonato, porque conversei com a diretora para que fosse construída uma rampa”, completa.

 

Apesar da falta de propostas para o tema, a coordenadora técnica do Plano Diretor, Zulma Lucena, afirma que a questão da acessibilidade está entre as preocupações da Urbtec. “Essa é uma preocupação nossa, procuramos resumir todas as preocupações dentro de uma lógica de discussão e os pedestres e ciclistas estão entre as nossas prioridades”, explica a arquiteta e urbanista.

 

Confrontações entre o público e representantes da Urbtec, empresa responsável pela elaboração dos planos, marcaram o tom do evento. O público na audiência manifestou insatisfação com a divulgação da discussão. O deficiência na divulgação do debate resultou na baixa participação de diferentes segmentos representativos da comunidade.

 

Nos dias 5 e 6 de dezembro ocorrem oficinas de leitura comunitária, na Biblioteca Pública e na Escola Elzira Correia de Sá, respectivamente. No dia 7 de fevereiro de 2019 será realizada a 5ª Audiência Pública. Ambos os eventos abordarão questões sobre o PAI (Plano de Ações e Investimentos) e a institucionalização dos planos Diretor e de Mobilidade. O horário de início das oficinas de leitura e da 5ª Audiência Pública está marcado para às 18h30.