Moradores percorrem três quilômetros para atendimento em UBS

Os pacientes da vila Santa Terezinha se deslocam à unidade de saúde do Santa Paula para realizar consultas médicas

A Unidade Básica de Saúde (UBS) Clyceu Carlos de Macedo, da vila Santa Terezinha, está fechada para reformas. Desde a última semana de outubro, os moradores precisam andar quase três quilômetros para serem atendidos na UBS Egon Roskamp, do bairro Santa Paula. Segundo informações da Prefeitura de Ponta Grossa, as obras da UBS estão previstas para finalizar no dia 7 de novembro. Entretanto, a distância entre uma unidade à outra faz com que os pacientes optem por esperar pelo retorno dos atendimentos na Clyceu Carlos de Macedo. 

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UBS da Santa Terezinha está fechado para reformas. Foto: Leriany Barbosa

Egnon Schubert, 37 anos, é um dos pacientes que vai esperar o fim da reforma para ser atendido. Ele mora com a mãe, Marinez Schubert, 63 anos, e ambos são pacientes da UBS de Santa Terezinha. “Como costumamos andar a pé, o trajeto se torna complicado, e o deslocamento entre a nossa casa e a UBS do Santa Paula é muito longe”, afirma. Porém, para a mãe de Egnon, a espera não é uma opção. “Com a minha idade, eu preciso ir o quanto antes no postinho para renovar receitas médicas”, revela.

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Distância entre UBSs da Santa Terezinha e Santa Paula. Créditos: Google Maps

Para Schubert, a mudança de UBS poderia ser melhor. De acordo com ele, o local para realizar os exames e consultas deveria ser na UBS Alfredo Levandovski, localizada na vila Gralha Azul, também no bairro Contorno. Mesmo a distância sendo praticamente a mesma, o trajeto seria mais fácil, pois a unidade do Gralha Azul não tem grande contingente de pessoas para serem atendidas. "O postinho do Santa Paula atende muitas pessoas de outras vilas, assim como o da Santa Terezinha, já o Gralha Azul é mais restrito à população da própria região”, conclui Schubert. 

Leonilda Galvão, de 70 anos, também não aprovou a mudança pela falta de informações e esclarecimentos. “No geral, o atendimento continua o mesmo, assim como a demora para ser atendida. O interessante é que o postinho da Santa Paula também está com reformas a serem concluídas”, destaca a idosa. Ela menciona que surgiram diversas confusões com as datas. “As enfermeiras do postinho da Santa Terezinha falaram que eu precisava retornar sexta-feira (28) para pegar algumas receitas, mas naquele dia todos os postos de saúde da cidade estavam fechados”, expõe Leonilda lembrando que era dia do Servidor Público, logo a UBS não abriu. 

O que a Prefeitura diz?

O Município foi questionado pela reportagem sobre a escolha que resultou na mudança de atendimentos médicos na unidade de saúde do Santa Paula, porém, não obteve retorno. Além dos questionamentos sobre a metodologia de escolha, a reportagem também buscou saber o que seria de fato a reforma de modernização, o orçamento das obras e por qual motivo a UBS do Gralha Azul não foi escolhida para atender a população da Santa Terezinha, visto que a UBS escolhida também passa por reformas. Por fim, tentou-se entender como a Prefeitura iria operar caso as reformas passassem do prazo estimado. Mesmo com as mensagens encaminhadas em 26 de outubro pela reportagem, o Município não deu retorno. 

 

Ficha técnica

Reportagem: Leriany Barbosa

Edição e publicação: Isadora Ricardo

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Ricardo Tesseroli e Marcelo Bronoski

Instabilidade do tempo agrava casos de rinite e sinusite

Quedas bruscas de temperatura são alertas para desenvolvimento de doenças alérgicas

O clima em Ponta Grossa tem se comportado de maneira instável nas últimas semanas. Apesar da predominância dos dias frios e chuvosos, dias quentes e ensolarados também dão as caras.  Um exemplo ocorreu entre esta segunda (17) e terça-feira (18), pois após um dia abafado e ensolarado, a terça amanheceu com chuva intensa, vento e frio. Essa mudança brusca impacta a vida de quem sofre com rinite e sinusite, pois a oscilação agrava as crises e as tornam mais frequentes.  

 

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Mudança brusca no tempo impacta a vida de quem sofre com rinite e sinusite. | Foto: Leriany Barbosa. 

 

De acordo com a otorrinolaringologista Elaine Prandel a rinite é uma doença irritativa das vias aéreas, uma inflamação, que pode ser alérgica ou não. Ela também diz que um tipo de rinite muito comum é a rinite derivada da mudança de temperatura, chamada de vasomotora. O clima frio de Ponta Grossa favorece o surgimento desse tipo de rinite. Já sobre a sinusite, a médica explica: “A sinusite ocorre quando há um microrganismo envolvido, seja viral ou bacteriano, então nesse caso já é uma infecção causada por um agente patógeno”.

A situação pode se agravar quando a rinite se desenvolve e causa sinusite. Como explica Elaine, a rinite provoca o inchaço e acúmulo de secreção nas vias aéreas e esse quadro evolui para a sinusite, o que pode causar infecções. Para quem sofre desses males, Elaine recomenda evitar agentes que causam alergias como pelúcias e o contato com animais como cães e gatos. Além disso, deixar o ambiente mais arejado, ainda mais na primavera, por conta da ocorrência de maior presença de pólen no ar. Caso o quadro se agrave, é importante recorrer ao tratamento médico, o que não descarta procedimento cirúrgico para desvio de septo

Quem passa por essa situação sabe o quanto é ruim lidar com os sintomas desagradáveis dessas doenças. Desde criança, Renan Luiz Taques, de 22 anos, sofre diariamente com a rinite. “Todo dia minha rinite ataca por conta dos cachorros e das flores que tem no quintal aqui de casa”, afirma Renan.  Ele conta que já procurou ajuda médica e foi diagnosticado com rinite crônica. “O médico passou alguns remédios e uma injeção que devo tomar uma vez por ano para tratar a rinite”, afirma.

 

Ficha técnica: 

Reportagem: Levi de Brito 

Edição e publicação: Cassiana Tozati 

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral 

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Ricardo Tesseroli e Marcelo Bronoski 

Do doador ao receptor: como funciona o ciclo do sangue

As etapas envolvem o tratamento do sangue até que ele seja destinado a outra pessoa 

Doação de sangue é um ato importante que pode ajudar a salvar vidas. O que nem todo mundo sabe é que o sangue coletado passa por várias etapas de preparação até ser destinado a uma pessoa. Desde o momento da triagem clínica do doador, até a forma de armazenamento do sangue coletado, são fases que interferem no processo final de doação.

Imediatamente após a coleta, o sangue é armazenado em caixas com placas refrigeradas a 16º C, por duas horas, a fim de estabilizar a temperatura. Nesse momento ele é chamado de “sangue total”. Segundo a farmacêutica bioquímica do Hemepar de Ponta Grossa, Vivian Aparecida Maciel Mendes, o objetivo é separar os quatro hemocomponentes do sangue: concentrado de hemácias, plasma, concentrado de crioprecipitado e concentrado de plaquetas. Para isso, as bolsas de sangue passam por um processo físico de centrifugação em duas etapas. A primeira etapa separa as hemácias do plasma e a segunda separa o plasma das plaquetas. 

Cada hemocomponente do sangue são igualmente essenciais, no entanto, cada um possui uma finalidade diferente. As hemácias, por exemplo, ajudam no tratamento de vários tipos de anemia e doenças hereditárias. Já o plasma e o crioprecipitado são destinados a pessoas com problemas de coagulação. As plaquetas auxiliam no tratamento hemorrágico.

Antes que o sangue seja liberado para doação (transfusão) , é necessário fazer exames da amostra. O intuito é verificar se o doador possui alguma doença possível de ser transmitida. Sendo elas: sífilis, HIV, hepatite B, hepatite C, doença de chagas e vírus HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas) 1 e 2.

De acordo com Vivian, se os exames detectarem algum problema “o doador é convocado para coletar uma segunda amostra para confirmação e ele é direcionado para dar início ao tratamento”, afirma. A primeira amostra coletada, por sua vez, é descartada.

Todo o processo de coleta, centrifugação e exame leva em torno de 48 horas. Somente após todos esses estágios é que os componentes do sangue são liberados para doação.

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Foto: Arquivo Periodico/Maria Fernanda de Lima

Armazenamento correto

Após o processo de centrifugação, todos os componentes exigem diferentes formas de armazenamento. Vivian explica que o concentrado de hemácias deve ser refrigerado em uma temperatura de 4º a 6º C e dura entre 35 e 42 dias. Já o concentrado de plaquetas é conservado em temperatura ambiente e dura apenas cinco dias. Tanto o plasma, quanto o crioprecipitado são armazenados a 30º C negativos e duram até um ano congelados.

Até mesmo durante o transporte de algum elemento é necessário ter o cuidado com a temperatura adequada. Se não forem armazenados corretamente, os componentes podem ser contaminados por bactérias e devem ser descartados.

 

Antes da coleta, vem a triagem

A triagem clínica, etapa anterior à doação, é indispensável para o funcionamento correto de todo o procedimento citado. Segundo a enfermeira do Hemepar, Vanessa Andrade, a triagem consiste em um questionário extenso sobre hábitos de vida, medicações e histórico de saúde do doador. Além de verificar se ele atende aos critérios de doação, também é avaliado se a coleta pode causar algum problema, tanto para o doador, quanto para quem recebe o sangue.

De acordo com Vanessa, a triagem auxilia na investigação de possíveis problemas que os exames em amostras não seriam possíveis de descobrir. “Todo o questionário feito aqui na triagem clínica é para descartar a possibilidade desse doador ter alguma interferência em algum ponto que venha trazer prejuízo em qualquer parte do processo. Mesmo com os exames feitos no sangue, a triagem clínica se mantém importante”, afirma.

Este ano as doações caíram 20% comparado há dois anos, porém, o Hemonúcleo da cidade ainda consegue operar sem faltas de sangue. Essa falta só é sentida quando a  baixa das doações está acima dos 40%. De acordo com a farmacêutica bioquímica do Hemonúcleo, Márcia Barbosa Machado, “por dia, são distribuídas cerca de 40 bolsas para hospitais e clínicas da cidade, e para este mês, o estoque de bolsas de sangue se mantém tranquilo devido às doações já feitas em setembro”.

A doação pode ser feita via agendamento no site do Hemepar. O interessado também pode ligar para o número (42) 3223-1616. O Hemonúcleo fica na rua General Osório (esquina com Coronel Dulcídio).

 

Ficha Técnica:

Repórter: Larissa Onorio

Edição e Publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Candida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Bronosky

Setembro Verde: doar órgãos salva vidas

Paraná é referência na doação de órgãos no país; PG acompanha os índices do Estado

 

A cor verde marca a Campanha Nacional para a Doação de Órgãos e Tecidos, conhecida como Setembro Verde. Idealizado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. A doadora Amanda Calixto comenta sobre a importância das ações para conscientização da população. “A doação de órgãos ainda é pouco discutida, mesmo sendo de grande importância social”. 

Em Ponta Grossa, de acordo com os dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, entre janeiro e maio deste ano,  11 doadores estiveram aptos a transplantes de órgãos na região. Em comparação a 2021, os números permanecem estáveis, totalizando uma média de dois doadores efetivos por mês.

Segundo o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Universitário (HU), Guilherme Arcaro, o processo de doação é iniciado após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Em seguida, quando o paciente é um potencial doador, há um diálogo com a família para a autorizar o processo. 

Arcaro explica que os transplantes são realizados pelos centros transplantadores. Na região, os mais próximos ficam em Campo Largo e Curitiba. Além disso, ele explica como ocorre o recolhimento dos órgãos. “A equipe transplantadora vem até o hospital, realiza a captação dos órgãos e os encaminha aos centros conforme disponibilidade e compatibilidade doador-receptor”, destacou.

O coordenador ressalta que o Paraná lidera o ranking nacional de doadores efetivos por milhão de habitantes e Ponta Grossa segue nesta mesma tendência estadual. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil é referência mundial na área de transplantes de órgãos e tecidos, assumindo o segundo lugar no ranking de maior transplantador, atrás apenas dos EUA. Bem como possui o maior sistema público de transplantes do mundo, com cerca de 95% do financiamento dos transplantes realizados pelo SUS.

Corrente do bem

Com apenas dez anos de idade, Gabriela Romanoski de Andrade viveu uma corrida contra o tempo após ser diagnosticada com Miocardiopatia Dilatada, em julho de 2020. Transferida para o Hospital Pequeno Príncipe para realizar seu tratamento, em poucos meses, ela deu entrada na fila de transplantes em busca de um novo coração, mesmo com o seu transbordando de tanta bondade e amor. A pequena Gabi tinha dois sonhos, receber a primeira comunhão, com direito a uma cerimônia surpresa preparada na capela da instituição médica e outro de ajudar as pessoas, principalmente crianças. Infelizmente, em novembro de 2020, a pequenina não resistiu, mas seu sonho permanece forte com o Projeto Gabi Vive, relata a amiga da família e colaboradora do projeto Ligiane Santos.

A ideia do projeto é ser uma rede de apoio para os familiares que estão na mesma situação, promover campanhas de arrecadações e difundir materiais sobre a conscientização da doação de órgãos para contribuir no aumento do índice de doadores efetivos.

Ligiane comenta sobre a importância da realização de campanhas e movimentos para divulgar informações sobre o procedimento de doação. No ano passado, a colaboradora relata que o projeto realizou ações ligadas ao Setembro Verde. “Muitas pessoas nos disseram que, ao lerem as informações dos posts, mudaram positivamente de ideia sobre suas decisões acerca da doação de órgãos”. 

Como virar um doador

Segundo informações do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, existem dois tipos de doadores: o doador falecido, onde é necessário comunicar os familiares sobre o desejo, visto que o procedimento só pode ser realizado com a autorização de parentes próximos. E o doador vivo: qualquer pessoa saudável que deseje doar um de seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo, ou uma pessoa não aparentada - neste caso sendo preciso uma autorização judicial.

Os órgãos que podem ser doados são: coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e também tecidos, como: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Ou seja, um doador pode ajudar muitas pessoas. De acordo com o Sistema Estadual de Transplantes os órgãos são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. A seleção dos pacientes que aguardam o procedimento ocorre baseada na gravidade da doença, tempo de espera na lista, tipo sanguíneo e compatibilidade com o órgão doado. Após a doação, os órgãos são removidos cirurgicamente e, antes de ser entregue a família, o corpo é reconstituído condignamente e sem deformidades, podendo ser velado normalmente.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Larissa Del Pozo

Edição e publicação: Catharina Iavorski

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli 

Projeto de Lei prevê mais liberdade para mulheres realizarem laqueadura

Para que entre em vigor, PL precisa da autorização presidencial

Mulheres podem vislumbrar maior liberdade na realização de laqueaduras no Brasil. No início de agosto, a Câmara dos Deputados aprovou alterações na lei em relação ao procedimento e, se aprovado pelo Presidente, não será mais necessária a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia. Além da ausência de autorização masculina, o projeto altera de 25 para 21 a idade mínima para realizar a laqueadura e permite a esterilização logo após o parto do primeiro filho, não sendo necessária a espera pós-parto. 

“A figura do marido que delibera pela mulher ainda está longe de ser um folclore. Parece uma piada, mas essa lei está vigorando”, diz a professora do Departamento de Biologia Geral, Marcela Teixeira Godoy, também coordenadora do projeto O que você estava vestindo?, que faz a exposição de roupas das vítimas de violência sexual, do momento em que foram violentadas. A lei anterior previa a anuência do companheiro para realizar a laqueadura  com no mínimo 42 dias depois do parto ou ao término do puerpério. 

ATENDIMENTO MÉDICO SAÚDE Mariana Okita

Foto: Mariana Okita (Acervo Periódico)

Para Marcela, as alterações na lei representam maior liberdade para a mulher, que pode zelar de forma independente pela própria saúde. “Ninguém deveria ter o poder de decisão direto ou indireto sobre o corpo da mulher, que diz respeito somente a ela. A alteração na lei impede que a mulher faça duas cirurgias, duas internações, dois procedimentos que poderiam ser realizados na hora do parto”, ressalta. Marcela também destaca que um dos objetivos da laqueadura é evitar os vários riscos à saúde que uma gravidez indesejada pode causar. 

Sileda Becket, de 55 anos, é um exemplo de como as decisões sobre o próprio corpo são atreladas à figura masculina. Ela fez a laqueadura há 20 anos e conta o que lhe foi dado de orientação para o procedimento. “A médica me pediu, além de refletir bem sobre a decisão, a assinatura do meu marido”, relata. Sileda optou pelo procedimento porque não queria mais ter filhos após o nascimento da terceira filha e seu marido não aceitava fazer a vasectomia. Sileda acrescenta outra dificuldade que afeta a vida da mulher. “Afinal de contas é ela que depois tem a responsabilidade em relação ao seu emprego, em relação à licença maternidade. Ela que corre o risco de ficar desempregada”. 

A lei não contempla todas as realidades femininas. Uma estudante universitária de 22 anos, que prefere não ser identificada, expõe que desde que atingiu a maioridade, tem interesse em realizar a laqueadura. “Eu nunca tive interesse em ser mãe, e não quero ter aquela obrigação que toda mulher tem de construir uma família”, explica. Mesmo com a possível alteração na lei, em que ela teria idade mínima e não precisaria de assinatura do parceiro, ela ainda precisaria ter um filho. 

Para ela, a alteração significa uma vitória apenas parcial. “Acham que é necessário ter um filho primeiro, porque talvez você vá se arrepender. Não consideram, inclusive, a possibilidade de que existam outras formas de se ter um filho, como a adoção”. A estudante não se sente segura com os outros métodos contraceptivos, como a pílula anticoncepcional. E, enquanto as exigências da lei intercederem pelas vontades da mulher e sobre o que faz com seu corpo, ela permanecerá com a insegurança. 

 

Ficha técnica:

Reportagem: Cassiana Tozati e Victória Sellares

Edição e publicação: Maria Helena Denck

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Maurício Liesen