A pesquisa mensal do Núcleo de Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) revela um aumento de 6% no valor dos produtos de cesta básica na cidade, durante o mês de maio. O índice é alto, pois a média do aumento é de apenas 1% ao mês. A coleta dos preços considera 33 produtos e é realizada semanalmente. Os dados do levantamento consideram os preços vigentes na primeira semana de junho.

 

O economista e coordenador do núcleo, Alexandre Lages, explica a variação de preços dos produtos da cesta básica no período. O setor com maior elevação é o de hortifrutigranjeiros, com aumento de 38% e o produto com maior alta é a batata, com variação de 113% no quilo. O leite teve alta de 19% e nas carnes o frango se destaca com um aumento de médio de 33% em relação ao mês anterior. Nas cestas básicas, todos os produtos subiram, exceto os do setor de limpeza, que mantiveram a média da coleta de maio.

 

De acordo com o Lages, o preço dos produtos continua instável, já que a inflação é alta e o déficit público segue em alta. “Em qualquer aumento, a redução ou subsídio terá que ser pago e alguém vai ter que pagar, provavelmente a população, porque o governo não tem força política para fazer de outra forma”. O economista ressalta que o aumento dos preços também está associado à procura por mercadorias. “O transporte em alta impacta no preço e isso gera aumento também na procura”, explica.

 

Hebe Gonçalves, professora, que acompanha a variação de preços na cidade, revela preocupação com a alta de alguns produtos. “Fico surpresa com os dados, inclusive porque acompanhei o fechamento de uma fábrica em Carambeí já nos primeiros dias da greve”, lembra. A expectativa com a volta dos preços à normalidade é de dois meses, devido a regularização da produção, valor do frete e a diminuição da inflação. O levantamento de preços considera uma amostra de cinco redes de supermercados, que concentram cerca de 80% do consumo da cidade.