Crítica de Ponta #142

 

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Crítica de Ponta

 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você!

 

 

 

cinema

 

O CONSUMO COMO FORMA DE PERTENCIMENTO E EXPRESSÃO

 

Ao entrar em uma loja, quem nunca se deparou com um objeto baseado em um filme ou série favorita? Seja uma caneca, um caderno ou outro objeto? A loja de departamento Riachuelo, por exemplo, adota a estratégia de lançar camisetas baseadas em filmes e séries, como na série da Marvel Loki, lançada na plataforma Disney Plus, e nos filmes da franquia Star Wars. Pois bem, pode-se perceber que quando associado à produções cinematográficas, o consumo já não se limita apenas em assistir algo.

 

Crédito Ana Barbato

Produtos baseados em filmes e séries mostram a necessidade das pessoas em fazer parte de grupos sociais | Foto: Ana Barbato

Os filmes possuem sentido dentro do contexto social em que são assistidos e, por isso mesmo, ganham significado por parte do público. E a lógica capitalista, que visa o lucro, comercializa mercadorias baseadas em produções que, consequentemente, também adquirem valor simbólico. É por essa razão que os objetos têm importância pois, ao comprar um objeto, o consumidor adquire algo significativo, que promete integrá-lo em um grupo social.


Por exemplo, quando um fã de Senhor dos Anéis compra e usa um anel baseado no filme, ele indica às pessoas que conhecem que faz parte do grupo de fãs da franquia. A situação mostra que o indivíduo encontra uma forma de expressão e, pelo consumo, também reflete a necessidade das pessoas em fazer parte de algo. Isso pode ser melhor demonstrado através da teoria das trocas simbólicas, apresentada pelo ex-professor francês Pierre Bourdieu, que explica como os grupos sociais investem naquilo que os diferencia dos outros, desejando transmitir uma identidade própria.


Porém, quanto mais as pessoas compram, cada vez mais se produz. Esse é um comportamento reproduzido de forma constante, seja pelas empresas quanto pelos próprios consumidores. Talvez, por isso cabe às pessoas avaliar concretamente se alguns hábitos de consumo são realmente necessários.

 

 

Por Ana Barbato

 

Serviço:

Confira artigo de Maria Luiza Laufhütte e Alberto Cipiniuk (2016) sobre o consumo relacionado ao Campo do Cinema - “Um bonde chamado consumo, um objeto chamado desejo


 

litera

 

A IMAGEM REINVENTADA DO SACI EM LIVRO INFANTIL

 

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Na obra de João Paulo Hergesel, a figura folclórica tem que lidar com a dificuldade de encontrar um emprego | Foto: Maria Helena Denck

 

Cabeleireiro, ilusionista, estilista e professor de meditação. Essas são apenas algumas das profissões que o Saci-Pererê, figura conhecida do folclore brasileiro, tenta encontrar no livro Os empregos do Saci, de João Paulo Hergesel. Na história, após ter a casa queimada, o Saci parte para uma cidade próxima em busca de abrigo. Chegando lá, ele é informado de que terá que encontrar um emprego se quiser ter dinheiro para sobreviver. A partir daí começa a aventura do personagem principal, tentando não se meter em confusão em todas as profissões que consegue achar.


Apesar da figura mitológica e da linguagem simples, o livro está longe de tratar de tópicos exclusivamente infantis. Em meio às figuras coloridas e às confusões do Saci, é possível identificar temas como a destruição florestal, a dificuldade de encontrar um emprego e manter a criatividade na sociedade atual e o esquecimento coletivo da sociedade quanto às figuras mitológicas do nosso país. O autor utiliza elementos infantis para passar uma mensagem para crianças e adultos: não está fácil para ninguém, nem mesmo para o Saci.


A leitura é breve, tranquila e divertida. As travessuras e armações causadas pelo personagem trazem leveza e identificação para uma figura já conhecida no universo literário. Apesar do reconhecimento, a obra não deixa de explorar o fato das figuras mitológicas estarem lentamente desaparecendo do imaginário do Brasil, dando espaço para personagens modernos e, às vezes, até contemporâneos, como os vampiros e os dragões.


Um destaque especial no livro fica para a ilustração colorida, e ao mesmo tempo discreta, de Alessandro Fonseca. Todos os desenhos que ilustram a história se encontram na parte inferior das páginas, logo abaixo do texto, e ajudam a dar uma imagem familiar e animada para a história do livro.


Os empregos do Saci reinventa o personagem, sem fazer com que ele perca a essência da lenda. Se você quiser conferir a história, basta passar em uma das estantes do projeto Pegaí Leitura Grátis, encontradas em diversos ambientes da cidade, e retirar um exemplar. A primeira edição do livro é de tiragem exclusiva do projeto, e foi lançada em maio de 2022.

 

 

Por Maria Helena Denck

 

Serviço:

Os empregos do Saci

Autor: João Paulo Hergesel

Ilustrador: Alessandro Fonseca

Disponível gratuitamente nas estantes do projeto Pegaí Leitura Grátis


 

giros urbanos

 

A IRONIA DE UMA 'PRAÇA PRIVADA' EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

 

De acordo com o dicionário Michaelis, a palavra ‘praça’ significa lugar aberto e espaçoso, em geral cercado de casas ou espaços comerciais. Em Ponta Grossa, nem todas as praças recebem o mesmo significado. Um exemplo é a praça Santos Andrade. Localizada no centro da cidade, a Santos Andrade é cercada pelos muros da UEPG, parecendo ser propriedade da instituição. Ao pesquisar a localização do campus central, inclusive, o endereço é Praça Santos Andrade nº 1, Ponta Grossa, Paraná.


O terreno, que deveria ser público e de uso comum, fica restrito à universidade e às pessoas que ali estudam. Já em 1970, quando a UEPG era somente uma criança, os muros já delimitavam o espaço da praça, que naquela época, servia como estacionamento. É no mínimo irônico uma universidade pública tornar privada uma praça que, por sua vez, também deveria ser pública.

 

Praça Santos Andrade

Praças Santos Andrade é frequentada, em grande maioria, por universitários e docentes da UEPG | Foto: Isadora Ricardo


Na cidade, os demais espaços seguem os critérios estabelecidos pelo dicionário para serem consideradas praças, e em Ponta Grossa existem várias. Mas localizadas na região central, próximo à universidade, não se encontram com facilidade. Na pandemia, quando o isolamento social ainda era presente na cidade, a recomendação para sair de casa, era ficar de máscara e frequentar somente espaços abertos e arejados. Neste caso, a Santos Andrade é e deveria ser uma opção, mas como o prédio da UEPG ficou fechado, consequentemente a praça também estava.


Vale lembrar ainda o descaso com o local, que hoje, parece estar abandonado, com árvores sem poda e plantas crescendo sem cuidado. E mesmo parecendo ser propriedade privada da Universidade, a responsabilidade pela manutenção da praça é do governo estadual, inclusive porque a UEPG é pública. Falta cuidado, principalmente, mas falta também, retomar o conceito de praça pública, para que a Santos Andrade possa ser frequentada por todos interessados, e não somente pelos estudantes, como hoje acontece.

 

 

Por Isadora Ricardo

 

Serviço: 

Praça Santos Andrade, Centro, Ponta Grossa-PR, 84043-450


 

musica

 

DESCASO COM SEXTA ÀS SEIS DESMOTIVA BANDAS PARTICIPANTES E ESPECTADORES

 

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 As informações forncidadas pelas redes sociais da Fundação Municipal de Cultura dificultam a divulgação do evento | Foto: Reprodução

 

Um dos eventos culturais mais populares de Ponta Grossa, sexta às seis, retomou suas atividades presenciais neste ano, depois de ficar mais de dois anos suspenso devido à pandemia. Com a presença de bandas locais e bandas convidadas, o sexta às seis apresenta shows de música e entretenimento gratuito à população da cidade. Contudo, essa informação nem sempre chega a todos por ineficiência da organização. 

A pouca, ou quase inexistente, divulgação dificulta o acesso e aumenta cada vez mais a defasagem que já acontece no evento. Se a população não sabe as informações básicas como as bandas estarão motivadas a participar? Sem plateia o show perde sua motivação principal. A abertura do sexta às seis aconteceu no dia 8 de julho e contou com a participação da banda Destroyer Kiss, criada em 1984 e já tendo realizado mais de 1500 shows pelo Brasil. Mesmo com tamanha relevância, a banda não teve a divulgação adequada e justa, prejudicando a participação do público. 

Três dias antes do show, que como de costume ocorreu no Complexo Ambiental, nenhum cartaz havia sido espalhado pela cidade com informações tanto sobre a banda quanto sobre o evento, assim como nenhum post informativo foi feito nas redes sociais da prefeitura. Na segunda apresentação, as próprias bandas fizeram artes e divulgação própria para suprir essa falta.

 

 

Por Bettina Guarienti

 

Serviço:

O sexta às seis acontece no Complexo Ambiental

Site: https://cultura.pontagrossa.pr.gov.br/sexta-as-seis/


 

exposição

 

ROCK PARANAENSE OU ROCK CURITIBANO?

 

Quando o assunto é exposição de artes visuais, a primeira coisa que vem à mente é a necessidade de se deslocar até um museu e observar as diversas figuras expostas ao longo de corredores e salas. Mas, o avanço das redes sociais possibilitou novos meios de interação e, no caso das artes, não foi diferente. O Museu da Imagem e do Som do Paraná produziu uma exposição virtual em homenagem ao Dia Mundial do Rock, com textos e imagens relatando histórias e vertentes, com enfoque no rock paranaense.


A exposição, que lembra peças de slides, conta com 12 imagens. Ela contextualiza a história do rock no Brasil, apresenta os principais compositores e bandas e, por fim, traz um panorama geral do cenário do rock paranaense, destacando momentos e os principais representantes. O layout da apresentação conta com cores que remetem ao rock; preto e vermelho, o que não foge muito do esperado e pode ser considerado padrão quando o assunto é abordado.

 

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Mostra do Museu da Imagem e do Som do Paraná aborda história do rock no Brasil com enfoque regional | Foto: Reprodução


Um ponto em destaque na exposição é a presença de imagens da capa dos discos da época, que possibilitam conhecer o rosto dos artistas sobre os quais a exposição trata. Através destas mesmas capas é possível conhecer a personalidade dos discos, pela observação da composição de cores e estilos utilizados. Desse modo, é simples de se imaginar naquela época, procurando entre os mais diversos discos de vinil o autor de uma música favorita.


Entretanto, quando a exposição aborda a cena musical do rock no Paraná, trata apenas de Curitiba. É possível entender os motivos, porém a abordagem leva o visitante a imaginar o rock paranaense como algo exclusivamente curitibano. Talvez, representar e avaliar a produção de cidades interioranas - ou a falta delas - tenha sido uma cereja que faltou ao bolo, ou melhor dizendo, na exposição.

 

 

Por Mariana Gonçalves

 

Serviço:

Para ter acesso a estas e outras produções do Museu da Imagem e do Som do Paraná, acesse. O Museu fica localizado em Curitiba, na rua Barão do Rio Branco, 395. O horário de atendimento é de terça a sexta-feira, das 10h às 19h e nos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h.

 

Crítica de Ponta #141

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Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você! 

 

 

MÍDIAS REGIONAIS

 

MIDIA REGIONAL

 

AGENDA CULTURAL DE PG NÃO ENTREGA AQUILO QUE PROMETE

Créditos: Leriany Barbosa

Falta de informações como preço e horário dificulta a presença do público em eventos culturais

 

Imagina só: uma agenda cultural portátil e de fácil acesso, que em questão de segundos você consegue acessá-la, apenas escaneando um QR code. Em uma cidade como Ponta Grossa, que conta durante o ano com grande diversidade em eventos no ramo artístico e cultural, ter uma programação que fomente a cultura e facilite a organização da população e dos produtores culturais, é ótima.

A agenda cultural 2022 feita pela Secretaria Municipal de Cultura, é uma iniciativa do programa #vivaculturaemPontaGrossa, em que pequenos folders com qrs codes são disponibilizados à população. Ao escanear o código, você é direcionado para uma página no site da Secretaria, onde os eventos estão todos listados, de acordo com os dias, meses e local. A ideia, que tinha tudo para dar certo, na prática, não ajuda tanto assim.

 

Quanto custa um ingresso para assistir um espetáculo? E em qual horário ele acontece? Pois bem, essas informações não são listadas. Na teoria, a agenda que deveria informar de forma completa sobre os eventos que ali aparecem, deixam de lado os dados mais importantes para quem acessa a página: tempo e dinheiro. Uma vez que, dada as condições que vivemos, tanto financeiramente quanto de tempo, o preço e o horário são o que chamam a atenção na hora da pessoa escolher o que fazer.

De acordo com a própria Secretaria, os horários não podem ser colocados com meses de antecedência no site, visto que imprevistos na montagem e periodicidade dessas ações podem ocorrer. Sobre os valores, depende muito de cada evento. Enquanto alguns são abertos ao público de forma gratuita, outros podem vir a ter uma taxa simbólica. Ainda segundo a Secretaria, todas essas informações são divulgadas no próprio instagram, @cultura.pg, próximas às datas dos eventos. Porém aqueles que não tem um perfil na rede social e não sabem desse detalhe, continuam sem ter acesso.

Então, já que esses dados não são listados no site, deveria pelo menos conter outros links que encaminham as pessoas a uma nova página com eles. Na era da tecnologia, ligar para os locais a fim de ter essas informações não é mais uma opção. A agenda que tinha tudo para dar certo, precisa ser repensada de maneira melhor.

Por Ana Luiza Bertelli Dimbarre

 

TEATRO

TEATRO E DANCA

ATÉ QUANDO?

Créditos: Catharina Iavorski

Espetáculo ‘Sobre Lendas e Mulheres’ traz discussões sobre ausência de liberdade e violências contra a mulher


Em apresentação única no Cine Teatro Ópera, no dia 15 de julho, no auditório B em Ponta Grossa, o espetáculo “Sobre Lendas e Mulheres” falou sobre as violências, o feminino, o feminismo e sobre o ser mulher. Para expressar isso, as atrizes Cleo Cavalcantty e Luana Godin usaram no palco um violão, um tambor,um par de sapatinhos vermelhos, seus corpos e suas vozes, onde constroem as histórias que compõem a peça.


O espetáculo reúne passagens do livro Mulheres que Correm com Lobos, e experiências das próprias atrizes. Já que em determinados momentos elas quebram a ideia de personagem no palco e trabalham suas próprias vivências com o público, deixando o espetáculo ainda mais intimista.


Para completar essa construção que as atrizes fazem no palco, elas dançam e cantam. A maioria das músicas são em espanhol e são compostas apenas por um violão e pelas vozes das atrizes.

Créditos: Catharina Iavorski

E tecnicamente, para completar esse ar de intimidade e pessoalidade da obra, o teatro estava com todas as luzes baixas e com uma luz vermelha como principal, onde não parecia necessariamente um teatro, mas transformou aquele ambiente num lugar seguro para quem estava ali trabalhar os temas sensíveis do espetáculo.


Além do contato que elas criam com o público durante a peça, entre elas há uma sincronia na atuação. É possível ver os sentimentos delas no palco ao contarem suas histórias e a relação entre público e até mesmo, sororidade. Comemorando os 10 anos do espetáculo, as atrizes já vieram para Ponta Grossa outras três vezes. E por isso elas decidiram comemorar essa data na cidade. É possível ter informações da peça e das atrizes no instagram @sobrelendasemulheres.


Por Catharina Iavorski

 

CINEMA

CINEMA

MINIONS 2 ENCHE CINEMAS NAS FÉRIAS ESCOLARES

Créditos: Universal Pictures/Reprodução

Filme cativa público infantil, mas decepciona os fãs mais antigos da série.


Entusiasmo, ansiedade e muita alegria. é o que se observa no público que vai ao cinema para assistir os Minions 2: A Origem de Gru. O mais novo lançamento da Illumination cativa o público infantil e também jovem, que acompanha a saga desde 2010, quando foi lançado o filme Meu Malvado Favorito, o primeiro da série.


Com um forte apelo visual, já que os personagens principais, os minions, falam em um dialeto próprio que se configura em uma mistura de idiomas, o filme se passa nos anos 70, quando Gru, ainda era uma criança. O intuito é mostrar como Gru inicia sua carreira de vilão e é por isso que acontece o flashback de 50 anos. As roupas, a trilha sonora, a linguagem e o comportamento dos personagens ilustram bem a época.

Durante o filme, muitas gargalhadas foram ouvidas. Os Minions 2 conseguem tirar o riso, com elementos direcionados às crianças de idade pré-escolar. Ele tenta prender a atenção dos jovens ao colocar aspectos que fazem ligações com as demais produções da saga, mas não tem tanto êxito.

O roteiro do filme deixa a desejar, primeiro porque o título dado ao longa aqui no brasil está equivocado, pois os minions 2 não trata da ‘origem de Gru’, mas sim da ‘ascensão de Gru’. pois na questão da origem do personagem, muitas coisas foram contadas nos outros filmes intitulados “Meu Malvado Favorito”. Muito por conta do título dado por aqui, se esperava que o filme evidenciasse os porquês de Gru ser um vilão, o que o fez ir para o lado do mal. Porém, é apresentada uma criança de 11 anos que está bem definida em relação ao pensamento e as vontades de se tornar um grande vilão.

Como o filme conta uma história que já se sabe o desfecho, já que se trata de uma volta no tempo para relatar fatos da vida de um personagem já formado pelos filmes anteriores, esperava-se alguma descoberta impactante, algo que fizesse quem assistiu os demais filmes entender o porquê de determinado acontecimento em algum filme anterior. Mas nada disso acontece. O roteirista Bryan Lynch não agrega emoção àqueles que acompanham os bichinhos amarelos que amam banana.

O filme fica em cartaz na cidade durante a temporada de férias. Porém o preço de R$ 20,00 pela meia entrada não vale a pena para aqueles que acompanham a saga há mais tempo. Os demais filmes da série estão disponíveis em serviços de streaming.

Por Kadu Mendes

 

COMPORTAMENTO

COMPORTAMENTO

ARTESÃOS DISPUTAM ESPAÇO COM INDUSTRIALIZAÇÃO EM PG

Créditos: Heryvelton Martins

Cada vez menos as pessoas buscam itens artesanais e recorrem a produtos industrializados, por conta do preço

Amor, paixão e até hobby, tudo isso pode definir um pouco do que os artesãos de Ponta Grossa acham de suas produções. Mais do que isso, os produtos artesanais se tornam fonte de renda de artistas que a cada dia perdem espaço para as grandes fábricas capazes de produzir itens bem semelhantes em questão de segundos e por menos da metade do preço.


Cada vez mais os ponta-grossenses esquecem algo muito importante em uma produção artística: o amor, elemento que por vezes, na correria do dia a dia fica de lado. O que as grandes fábricas trazem em agilidade, os artesãos de PG respondem com sentimento de amor e comprometimento com aquilo que muitos começaram a fazer ainda quando criança.

Ao ver um robô pintar um quadro logo surge um sentimento esquisito, isso porque o robô não tem sentimento e por isso irá fazer apenas o que foi programado. Mas porque diante de comidas, brinquedos e até enfeites, que antes eram artesanais, feitos por robô o sentimento não se repete?

Créditos: Heryvelton Martins

Seja um bolinho de chocolate ou um carrinho de brinquedo esculpido na madeira, ambos representam algo, seja para a moça do terminal que vende bolinhos artesanais para pagar a faculdade do filho ou a idosa que aprendeu a tecer com sua mãe, esse tipo de significado, uma máquina nunca vai conseguir transmitir.


Em Ponta Grossa o ponto de referência para aqueles que buscam produtos artesanais é a casa do artesão que fica na praça Barão do Rio Branco, no centro da cidade e surgiu após a iniciativa de um grupo de artesãs. O espaço funciona de segunda a sexta, das 08h às 18h.

Por Heryvelton Martins

 

LITERATURA

LITERATURA

LITERATURA PONTA-GROSSENSE É MARCADA POR UM "ARCABOUÇO" DE COTIDIANO

Créditos: Kathleen Schenberger

Livro de bolso transporta narrativas flexíveis que conversam com a vida de cada leitor


E se a subjetividade do dia a dia coubesse em um bolso? Essa é a proposta do livro Bolso: onde a vida cabe, da escritora Renata Regis Florisbelo. A obra, como o nome sugere, tem o formato ideal para ser colocada em um bolso e levada para qualquer lugar. Este é o 14º livro da autora que sucede outras produções como “Surreal verossímil" e “A melhor janela”. Ela integra a Academia de Letras dos Campos Gerais e a Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes. O pequeno livro publicado pela editora Estúdio Textos carrega 80 textos curtos, de uma a três páginas. A leitura é fácil, porém é necessária atenção e boa interpretação para compreender as mensagens de cada conto.


Em muitos momentos a autora faz trocadilhos com o bolso. Questionando o quanto um bolso pode ser simples, mas carregar tantas coisas. Pode-se entender que uma das essências da obra é pensar dessa forma, textos que remetem a trivialidade e a subjetividade de um bolso. Alguns textos que chamam a atenção são: Em ponto, Espera, Envelhecida, Festa e Fundo. Em conteúdo, traz temáticas singelas, mas também o lado sombrio da vida, como a morte, tristeza e desilusões. Tudo com uma abordagem lírica.

Observando as intenções da autora com o livro, é difícil dizer quais textos saem do eixo da obra. Contudo, algumas passagens do livreto são confusas. A autora parece tentar colocar todos os pensamentos de uma vez, o que não é necessariamente ruim. Porém, é preciso ler uma, duas e até três vezes para compreender. Como é o caso do texto Buraco. Outro ponto que dificulta a leitura de alguns textos é a pontuação, algumas frases carecem de vírgulas que auxiliariam em uma leitura mais fluida.
MÚSI

Apesar dos percalços de leitura, a obra se faz especial pela proposta que carrega. O estilo de escrita da autora reflete a proximidade com a simplicidade. Renata explica: “Particularmente não sou muito afeita a escrever sobre coisas grandiosas ou sobre grandes feitos.” O livro traz essa perspectiva, mas não se engane ao pensar que é feito para ser lido de forma despretensiosa e rápida. A obra é ideal para quem gosta de olhar a vida com o carinho da reflexão, cada texto seduz pela sutileza dos pequenos eventos do cotidiano. Um livro que te faz pensar e viver nas páginas onde a vida cabe.

Serviço:
O livro pode ser adquirido diretamente com a autora através das redes sociais e tem o valor de R$ 30,00.

Por Kathleen Schenberger

 

MÚSICA

MUSICA

ESTILO VIBRANTE NO ROCK DE PG

Créditos: Fábio Gurski via Instagram

Banda A Coisa abre segundo dia de apresentações no Sexta às Seis


Com estilo vibrante e pesado. O álbum “A Coisa”, da banda de mesmo nome, possui 12 faixas musicais lançadas em 2018. A produção de 44 minutos conta com os principais sucessos da banda, como Eu em Você, Bad Trip, Beijo Não, Fugindo do Olhar e Gospel do Ateu, ambas com mais de mil visualizações no Spotify.

O estilo predominante nas músicas da A Coisa é um hard rock com pegadas alternativas, e toques de melancolia em suas letras. Esse contraste dos tons agressivos da guitarra com os versos, junto a uma timbragem remetendo ao stone rock, torna a melodia harmoniosa. O vocal rasgado e agudo do vocalista Jessé complementa a atmosfera ardida da música.

A faixa número 5, chamada Tic Tac Toc, chama atenção pela letra, onde o eu lírico vive um caos consigo mesmo, junto com uma vibe pesada. Outro destaque é a música Bad Trip, com um ritmo voltado mais ao hard rock, impossível de ficar parado. Por fim, outra recomendação é a música Gospel do Ateu, ainda mais vibrante, que conta com a presença de um solo de guitarra ardente.

A capa do disco traz a figura de uma coisa, fazendo alusão ao nome da banda. Nela estão dispostas a imagem de um pássaro com pernas humanas, onde o pé está afundado em uma piscina. O fundo é uma imagem em branco, com elementos rabiscados dispostos de forma caótica, como em uma pintura surrealista, o que traz uma pegada gore para a capa.

Créditos: Rafael Schwab via Instagram

A banda A Coisa é de Ponta Grossa. Fazem parte dela quatro integrantes, o vocalista Jessé Vandoski, o guitarrista Pedro Ruzão, o baixista Felipe Oliveira e o baterista Silvio Mendes. Eles se apresentaram durante o segundo dia de shows no sexta a seis, junto com a banda Hoovaranas.


Serviço:
Banda: A Coisa
Início: 2008
Álbuns: A Coisa
Disponível em: Todas as plataformas musicais de streaming e Youtube.

Por Lucas Ribeiro

Crítica de Ponta #140

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CRÍTICA DE PONTA

Produzido pelo terceiro ano de jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor sobre a cultura da cidade de Ponta Grossa.

 

EXPOSICAO

Exposição convida a refletir sobre tempo e ilusão

Mostra na Galeria de Artes da PROEX tematiza noção do tempo durante a pandemia da Covid-19

 

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Foto: Maria Luiza Pontaldi

 

“O tempo é real ou uma ilusão?”. É este o questionamento principal das obras que integram a exposição “Tempo-Ilusão”, disponível de maneira presencial no prédio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX), assim como virtualmente pelo site da instituição. Desde 5 de julho, a exposição ocupa a Galeria de Artes da PROEX. As obras são da autoria de professores artistas do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UEPG. O tema da exposição gira em torno da poética sobre o tempo pandêmico, quando a vida cotidiana teve de se adaptar a um novo contexto. No processo, a noção do tempo passou a se perder. “Tempo-Ilusão” convida o público a refletir sobre o ritmo de vida, as estruturas e a importância do tempo.

A exposição apresenta 11 itens, entre quadros, montagens, textos, vídeos, esculturas, colagens, fotografias e impressões em tecido. Apesar do ambiente da galeria ser todo branco, uma parede preta ao fundo traz o título da exposição, chamando a atenção do público. Ao entrar, não há exatamente um caminho a seguir para acompanhar a narrativa da exposição. As obras colocadas ao centro do espaço são duas esculturas, intituladas “Repositório de memórias” e “Inefável 01” que, por sua posição, são geralmente as primeiras a serem observadas pelo público. Porém, alguns objetos estão dispostos em locais com menos luz ou até mesmo no chão, dificultando a visualização e apreciação.

A imersão no espaço se dá a partir da sonoridade. Há duas obras em vídeo, que introduzem o áudio na exposição. A obra “Eu controlo o tempo e não o tempo que me controla” dura sete minutos e é exposta em uma televisão de tubo, enquanto a obra “Trajetos” está em um TV de plasma do outro lado da galeria. Os sons das obras não convergem e é possível prestar atenção em cada uma delas individualmente.

A visita à exposição é aberta ao público e fica no centro de Ponta Grossa, ao lado da Catedral. Para quem não pode prestigiá-la presencialmente, tem a opção de fazer a visita virtual, pelo site da PROEX.

 

Serviço:

Exposição “Tempo.Ilusão” – com obras de professores do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UEPG. De 5 de julho a 12 de agosto de 2022. Entrada gratuita.

Visita presencial: na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Praça Marechal Floriano Peixoto, 129 - Centro, Ponta Grossa - PR, 84010-680)

Visita virtual: https://www2.uepg.br/proex/exposicoes-virtuais/

 

Por Maria Luiza Pontaldi

 

cinema 1 

 

Amor e Trovão não entrega nada, além de diversão e comicidade

Thor é um dos filmes em cartaz nos cinemas comerciais de PG no mês de julho

 

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Foto: Reprodução

 

         Se você espera um enredo que vai mudar os caminhos de Thor e do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), pode estar enganado. Thor: Amor e Trovão, lançado em julho de 2022, é o quarto filme solo de Thor (Chris Hemsworth) e continua com a proposta apresentada desde Thor: Ragnarok(2017). O diretor Taika Waititi consegue alternar entre o humor, a emoção e o drama, mas que não passa de mais uma aventura vivida pelo Asgardiano.

O Deus do Trovão está em busca de um propósito de vida, após a morte da mãe, pai, irmão e também do término com a namorada. Com o retorno da ex-namorada, Jane Foster (Natalie Portman) e com um novo vilão, Thor volta a ativa, ao lado da amada e da nova rainha de Asgard, Valquíria (Tessa Thompson).

Jane Foster volta para o MCU como a Poderosa Thor, após uma última aparição em  Thor: O Mundo Sombrio (2013). A construção do roteiro limitou a personagem, pois Jane ouve o chamado do Mjolnir (martelo de Thor), e na próxima cena ela já aparece transformada na Poderosa Thor, faltando, assim, um desenvolvimento para a personagem. Jane consegue protagonizar momentos de heroísmo, mas é deixada de lado para dar prioridade para a ascensão do Deus do Trovão.

Amor e Trovão tinha tudo para ter um enredo aprofundado e memorável, já que trata do amor, mas no decorrer do filme alguns assuntos acabam se perdendo em meio às piadas. O filme também erra ao não desenvolver melhor a trajetória da Poderosa Thor e do novo vilão Gorr, o carniceiro dos Deuses (Christian Bale).

Mesmo com uma quebra de expectativa, Thor: Amor e Trovão consegue cumprir o objetivo que é entreter o espectador e arrancar várias risadas. Para quem tiver interesse em assistir, o filme está em cartaz no Cine Araújo, no Shopping Palladium e também no Cinemas Lumiere, no Shopping Total, em Ponta Grossa.

 

Serviço:

Filme: Thor: Amor e Trovão

Lançamento: Julho de 2022

Duração: 1h59

Disponível em: Cine Araújo, no Shopping Palladium, e no Cinemas Lumiere, no Shopping Total

Valor ingresso: R$ 28,93 inteira e R$ 19,46 meia (Cine Araújo)

R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia (Cinemas Lumiere)

 

Por Janaina Cassol

 

literatura art

‘Mini Pets’ com versão literária em Ponta Grossa

Livro discute autismo, acolhimento ao próximo e respeito às diferenças 

 

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Foto: Vinicius Sampaio

 

O livro Mini Pets é uma obra de autoria de Cinthia de Luca da Cunha e Violet Shibuta, lançado no final de junho pela ABC Projetos, em Ponta Grossa. A história é voltada para a conscientização sobre o autismo e também retrata assuntos como a inclusão, acolhimento e respeito às diferenças.

A personagem principal é a Jujuba, uma cachorrinha que apresenta a turma de “Amicães” ao longo da história. Cada um dos amigos possui diferentes características: Coockie tem problemas de audição, Biscoito utiliza cadeira de rodas, Pirulito é o mais velho da turma e Pipoca é autista. O objetivo é normalizar as diferenças e ensinar o respeito para crianças, de forma divertida e atrativa.

Mini Pets é um livro de leitura fácil e rápida, algo em torno de 5 a 10 minutos no total. A presença de ilustrações dos pets torna a obra simples e também facilita o entendimento das crianças, deixando o livro atrativo ao público. Uma história divertida que serve para conscientizar tanto os pais quanto os filhos sobre o respeito ao próximo, o autismo e a inclusão social.

Outro ponto interessante do livro é o fato de ser bilíngue. Como um dos objetivos é a inclusão, a história também é contada em inglês, para que crianças que não falam português também possam ter acesso ao livro e aprender sobre os temas abordados pela narrativa literária.

 

Serviço: 

O livro Mini Pets pode ser adquirido através da Livrarias Curitiba, no Shopping Palladium ou pelo do site da Dra. Tulipa. Para mais informações, acesse: https://www.dratulipa.com.br/livros/mini-pets--p.

 

Por Vinicius Sampaio

 

 

Teatro e dança logo 

Uma década sobre imagens femininas

Espetáculo ‘Lendas e Mulheres’ comemora 10 anos de existência

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Foto: Amanda Martins

O espetáculo deSobre Lendas e Mulheres é baseado no livro Mulheres que correm com Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, onde o tema foca na essência feminina, o lado interior e primitivo, um arquétipo selvagem que propõe o resgate de um passado longínquo, como forma de atingir a libertação da mulher.

Durante a apresentação, Luana Godin e Cléo Cavalcantty interpretam relatos pessoais e situações intensas sofridas por mulheres. Relacionamentos abusivos, assédio e diversos tipos de violência, que estão pautados na exibição teatral.

Como uma forma de alívio para a plateia, e até mesmo para as duas atrizes, canções são tocadas e cantadas pelas mesmas intérpretes, como uma espécie de transição de assuntos, o que ajuda quando se fala de problemas e assuntos delicados, que podem provocar algum gatilho.

A apresentação, de um modo geral, é satisfatória, emocionante e necessária. Apesar de possuir poucos homens na platéia, a peça é importante tanto para mulheres quanto aos homens.

Após a apresentação, a dupla de atrizes, abrem uma roda de conversa para receber um feedback e para debater as temáticas abordadas durante a performance. O diálogo possibilita que as pessoas presentes expressem percepções sobre a peça, o que garante uma interação envolvente entre as atrizes e o público.

Mesmo há 10 anos em cartaz, a peça mantém interesse de público, atualidade e os temas se renovam a cada edição, como revelam as próprias atrizes, pois o roteiro registra adaptações, como as vivências sempre mudam, seja por experiências, diálogos e outras formas de interação que surgem a cada apresentação.

 Por Amanda Martins

 

CRÍTICA GIROS URBANOS LOGO 

 

Moradores têm uma opção de refeição de qualidade e preço bom 

Após ficar fechado cinco meses para reformas, o serviço retorna com as refeições no horário de almoço e janta custando 5 e 2 reais, respectivamente 

 

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Por Tamires Limurci

O Restaurante Popular de Ponta Grossa reabre as portas no mês de julho após ficar fechado para reformas. Em janeiro de 2022, a prefeitura municipal informou que a previsão de entrega das obras era em até 90 dias, entretanto, a reforma só ficou pronta cinco meses depois. Os custos foram cerca de 100 mil reais, arcando com melhorias para garantir mais comodidade e segurança para os usuários e servidores. Além disso, houve investimentos na manutenção dos equipamentos necessários para o funcionamento do prédio. 

De responsabilidade da Fundação de Assistência Social, a FASPG, o restaurante Guilherme Cavina oferece refeições no horário do almoço, das 11h às 13h30, e na janta, das 18h às 19h. Os cardápios variam de acordo com o dia mas, em geral, os almoços contam com verduras e legumes, proteínas e carboidratos, enquanto a janta oferece apenas opção de sopa. O valor é de cinco reais e dois reais, respectivamente. Considerando os valores, mesmo que acima da média de cidades do mesmo porte, como Maringá que o valor é de 3 reais, o valor ainda é considerado acessível e levando em conta a inflação presente na categoria alimentícia, o restaurante popular possui seus pontos positivos. 

O local após a reforma comporta 300 pessoas sentadas simultaneamente, possibilitando a oferta de 1.200 refeições no horário do almoço. Entretanto, para a janta, servem-se apenas 300 sopas, um valor bem inferior daquele do almoço. Dessa forma, percebe-se que mesmo cumprindo um papel social de alimentação a baixo custo - ou gratuitas, no caso de pessoas em situação de rua -, o restaurante ainda necessita de divulgação e também de um aumento na quantidade de sopas oferecidas. 

O funcionamento do restaurante é ágil: comidas quentes, ambiente seguro e limpo. Em pesquisa de campo realizada pela reportagem do Crítica de ponto, do momento de chegada até o término da refeição, o tempo médio foi de 25 minutos, o que demonstra a agilidade das melhorias feitas no espaço. A localização central, pode ser um ponto positivo ou negativo, considerando a distância de alguns bairros. Por fim, o restaurante atende a necessidade da população que precisa de uma comida balanceada, de qualidade e com um preço acessível, algo praticamente impossível de ser encontrado no centro da cidade nos últimos tempos. 

Serviço:

 

O Restaurante Popular está localizado na Rua Ermelino de Leão, 1125, no bairro Olarias, próximo ao Parque Ambiental. É aberto à população e funciona de segunda à sexta-feira. Para mais informações, acesse: https://faspg.pontagrossa.pr.gov.br/restaurante-popular/

 

Por Tamires Limurci

 

 

gastronomia art

Um Restaurante (Universitário) sob reclamação estudantil

Críticas ao RU do campus central da UEPG vão do cardápio à compra do bilhete

 

“Não é porque é barato que tem que ser ruim”. A avaliação, dita pelo chef Érick Jacquin, resume a situação do Restaurante Universitário do campus central da UEPG, que apresenta problemas desde o retorno das aulas presenciais em 2022, gerando reclamações entre os acadêmicos.

 

Um dos problemas principais é o cardápio que, além de apresentar pouca variedade de alimentos que acompanham o típico arroz e feijão, há muitas reclamações de comida - especialmente molhos de carne - muito salgados, modestas opções vegetarianas, em geral apenas carne de soja acompanhado por macarrão, em alguns dias. O suco exageradamente doce, frutas machucadas e gelatina congelada de sobremesa são outras críticas comuns entre os estudantes.

 

Outro problema é a compra do bilhete (ticket) para entrar no RU, que aceita apenas dinheiro físico, não pode ser pago em cartão ou PIX, prejudicando os alunos, afugenta alguns consumidores, gera prejuízo e faz com que o Restaurante não melhore também por falta de dinheiro.

 

É necessário maior cuidado por parte da Universidade com o campus central, especialmente com o Restaurante Universitário, tanto na qualidade da comida quanto com saúde dos acadêmicos que precisam do RU, pois é o único lugar próximo da UEPG onde os estudantes podem almoçar por um preço acessível.

 

Serviço:

 

O Restaurante Universitário da UEPG abre de segunda à sexta, das 11h até 12h30 e das 17h30 às 19h. O valor do bilhete é de R$3,80. O cardápio pode ser conferido previamente pelo site da PRAE.

 

Por Carlos Solek

 

 

Crítica de Ponta #139

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CRÍTICA DE PONTA

 

Produzido pelo terceiro ano de jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor sobre a cultura da cidade de Ponta Grossa.

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Corpos negros não encontram a paz nem na morte

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Foto: Divulgação

O relatório estatístico criminal de vítimas de crimes relativos à morte no primeiro trimestre de 2022, divulgado pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná, indica que, entre janeiro e março deste ano, 24 pessoas foram assassinadas em Ponta Grossa. Quem acompanha as notícias dos portais jornalísticos locais sabe que o perfil das vítimas de homicídios violentos na cidade é muito específico: na maioria, são jovens negros. Não somente essas pessoas são assassinadas, mas as memórias são ignoradas pela população, como se a morte de cidadãos se tornasse apenas uma estatística.

“Às vezes eu me pergunto se eu não tenho mais a ver com esses corpos, do que com os meus colegas de turma”. A fala é de Maurício, personagem principal do longa M8 - Quando a morte socorre a vida, filme dirigido por Jeferson De e lançado em 2019. Ao narrar a história de um calouro de medicina que cria uma conexão praticamente sobrenatural com os cadáveres dispostos para estudo na aula de anatomia na faculdade, M8 ultrapassa os limites do real e do imaginário, utilizando elementos de sonho e vida para guiar o espectador pelas camadas da personalidade de Maurício.

        O ponto principal do filme é a desumanização de jovens negros na sociedade brasileira, já que Maurício percebe que, além de ser o único aluno negro da turma de medicina, todos os corpos dispostos no laboratório são negros como ele. Jeferson De demonstra, por meio de diálogos dos colegas de Maurício apoiados em discursos estruturalmente racistas, além de metáforas baseadas em sonhos e alucinações do personagem, como a desumanização afeta jovens que vivem e morrem sem nome, sem história e sem dignidade, forçados a viver à beira da sociedade.

        Apesar de enfrentar momentos difíceis ao sustentar uma narrativa que parece ir para todos os lugares ao invés de se apoiar no ponto principal, M8 encontra força na atuação maestral de Mariana Nunes, intérprete de Cida, mãe de Maurício. O trabalho exemplar da atriz sustenta as ideias do diretor que menos funcionam, e faz com que as ideias que, sim, funcionam, sejam ainda mais apreciadas. M8 - Quando a morte socorre a vida é o resultado do esforço da equipe cinematográfica para que um enredo complexo e, muitas vezes, insustentável, consiga se manter firme pela 1 hora e meia de duração do longa.

        Tanto no filme, quanto na realidade ponta-grossense, jovens negros são assassinados, ignorados e esquecidos. Viram figuras sem nome e família, sem história e sem dignidade. A ficção não precisa se esforçar muito para comprovar que imita a vida, por mais fantasmagórica que seja. A paz para uma parcela da brasileira não chega nem no berço, nem no leito.

por: Maria Helena Denck

Serviço:

Filme M8 - Quando a morte socorre a vida (2019), disponível na Netflix (em 2022)

Diretor: Jeferson De

1h24min de duração

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Agora, sobe tom da crítica ao Operário?

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Foto: Arquivo / Reprodução A Rede!

“Você já deve estar cansado de ler que o Operário Ferroviário tenta se aproximar do G4 da Série B e, na rodada seguinte, ter que ler que o Fantasma tenta se afastar da zona de rebaixamento”.

Foi assim que a reportagem do site de notícias DcMais começou a falar do primeiro jogo do time no mês de julho, contra o Brusque, em Santa Catarina. Após a partida, com mais uma derrota do OFEC (2x0), o portal voltou a pautar má fase do time, lembrando que beira a apatia na Série B.

Nas notícias, o descontentamento é nítido, afirmando que o ‘Fantasma’ tem se conformado com a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. As críticas não vêm somente das redações, mas também dos torcedores. O portal ARede também desaprova a fase atual. ‘’Os jogadores devem honrar a camisa de um time centenário, respeitar a torcida e fazer jus aos salários que recebem”, diz a reportagem, ao destacar a intensificação de protestos pelo público nas arquibancadas do estádio Germano Krüger.

Trabalhar com suposições - “se o Operário vencer, sobe para tal colocação, e se perder, se aproxima do rebaixamento” - parece ignorar que ao mesmo tempo que o time da cidade joga, os outros times também se movimentam, e os resultados, a cada rodada, mudam a classificação.

Ao longo do campeonato, que começou em 8 de abril/22, as notícias dos portais da cidade não foram receptivas com o Fantasma, e as críticas e cobranças aumentam na fase atual do time. Nas rodadas recentes da Série B, inclusive, são raros os momentos em que as notícias de Ponta Grossa destacam o desempenho de algum jogador. Talvez, o problema seja a expectativa exagerada com a sonhada vaga na série A, no início do campeonato, criada pela própria mídia esportiva, desde que o Operário disputa a segunda divisão nacional, em 2019.

Por Isadora Ricardo

Serviço:

Portal de notícias A rede

Portal de notícias DcMais

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Pinhão é ingrediente principal de bolo feito por sorveteria de PG

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Foto: Leriany Barbosa

Qual seria o resultado se adicionasse o tradicional pinhão como ingrediente principal de um bolo? Desde o inverno de 2017, uma sorveteria de Ponta Grossa aposta no que eles chamam de Max Cake de Pinhão. A combinação do pinhão com doce de leite, sorvete de creme e massa de bolo desperta curiosidade. Ainda mais para quem só está acostumado a consumir o fruto em pratos salgados, como a paçoca de pinhão, o entrevero, pastéis e, até mesmo, coxinhas. Mas será que os ingredientes do bolo combinam? Já adianto que não!

        O Max Cake de Pinhão vem servido em um copo de 400 ml e é composto por cobertura de chantilly com raspas de pinhão, duas camadas intercaladas de massa de bolo com doce de leite e também de sorvete de creme. A aparência da sobremesa é apresentável, porém a quantidade de chantilly já te deixa um pouco enjoada. Pois, até chegar de fato no bolo, você já se sente satisfeito. Sobre o principal ingrediente do bolo, que neste caso é o pinhão, em cada colherada passa a impressão de que ele não deveria estar ali.

        O doce de leite rouba mais a cena do que o próprio pinhão, por ele não ter um gosto marcante. Não sendo nem doce, muito menos salgado. Conforme você chega na terceira camada do bolo, que neste caso é o sorvete de creme, todos os ingredientes se misturam, o que deixa Max Cake de Pinhão enjoativo. Mas, outro ponto positivo para a sobremesa, além da montagem, é que, por motivos óbvios, o bolo não tem como ser seco. A massa em si é fofa e chega a desmanchar na boca. Porém, fica grudenta se misturada ao doce de leite. A tentativa de criar a sobremesa com um dos principais ingredientes da culinária sulista é interessante. Entretanto, para quem não é fã de coisas tão doces, o bolo pode facilmente ser deixado pela metade.

        O Max Cake de Pinhão compõe a categoria “delícias da estação” do cardápio do Mr. Max Sorvetes e Açaís. O casal de ponta-grossenses, Vitor Douglas e Ester Silva, foram os idealizadores da sobremesa. Um dos motivos da criação foi para atraírem clientes até a sorveteria, mesmo durante os dias frios. O bolo de pinhão custa R$ 20,00 e só é vendido no inverno. Devido ao preço, vale mais pegar outro ingrediente do cardápio.

por Leriary Barbosa

Serviço

Mr. Max Sorvetes e Açaís

Endereço: R. Nicolau Kluppel Neto, 1148 - Santa Paula, Ponta Grossa

Horário de funcionamento: Terça à sábado das 12h às 22h; Domingo das 14h às 22h

Fone: (42) 99875-4851

Site: mrmax.grandchef.com.br

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Evento musical resgata matrizes culturais do Brasil e a união do popular com o erudito

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Foto: Cassiana Tozati

A “Grande Missa Armorial”, do compositor Capiba, é a obra principal do evento que marcou o retorno da parceria entre a Orquestra Sinfônica  e o Coro Cidade de Ponta Grossa no Cine Teatro Ópera. Os dois grupos, com o uso de instrumentos e ritmos característicos da música nacional, cumprem a proposta de uma noite de imersão à cultura brasileira, com ênfase na religiosidade, e expressa importantes características da cultura brasileira, relembrando as matrizes e principalmente a dualidade erudito/popular.

Para um evento com a proposta de valorizar as expressões culturais brasileiras, a escolha da obra de Louranço da Fonseca Barbosa, foi ideal. A composição faz tributo aos cantos gregorianos e a disseminação entre indígenas, durante o processo de colonização. Com a estrutura das missas cantadas em latim e estilizada para ritmos brasileiros, a obra reflete a estética nordestina da década de 70, e o Movimento Armorial.

A apresentação convida o público a relembrar um movimento baseado em raízes populares com elementos eruditos a partir da composição de Capiba. É pertinente, também, o ingresso social para o evento, de 1kg de alimento. Em vista da proposta de união entre o clássico e o popular da performance, a entrada que convida todos os públicos para participar de um evento cultural da cidade, com o propósito de doações às entidades sociais, é coerente.

Os conjuntos musicais fizeram performances separadamente, antes da união para apresentar a Grande Missa Armorial. O público confere, assim, como os grupos se expressam individualmente e como funcionam juntos, sem perder a harmonia com a temática de missa e música à moda brasileira.

O evento ocorreu no sábado, dia 9 de julho, e durou cerca de uma hora. “Brasilidades: missa e música à brasileira”, relembra a colonização, a influência europeia, as matrizes indígenas, a religiosidade, e os ritmos nordestinos. A combinação traz a riqueza cultural do Brasil ao público disposto a resgatar a história do país, sem romantizá-la, mas com consciência de que o popular se faz presente no erudito e que a variedade de expressões culturais estão presentes em todos os espaços.

Por Cassiana Tozati

Serviço

Apresentação: Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa e Coro Cidade

Maestro Orquestra: Rafael Rauski 

Regente do Coro: Édi Marques

Local: Cine Teatro Ópera

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Pouco inteligentes, concurseiros e vestibulandos são os principais usuários das chamadas smart drugs

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Foto: Mariana Gonçalves

Se você já estudou para vestibular, concurso ou qualquer outra prova com hiper concorrência, deve ter ouvido falar em “drogas inteligentes”.

Mas, se você não conhece, o Hospital Santa Mônica, na região metropolitana de São Paulo, definiu as smart drugs como “potencializadores da cognição, utilizadas por indivíduos que desejam melhorar o desempenho, concentração e ampliar a capacidade mental para se destacar no trabalho e nos estudos”.

Em uma enquete realizada no perfil do professor e especialista em ENEM e vestibulares, Rodrigo Artuso, que dá aula em cursinhos na cidade, muitos dos alunos afirmaram não conhecer estas drogas. Mas, dos 271 respondentes que afirmaram já tê-la usado em alguma ocasião, 38% marcou a opção “estudos”, 34% “vestibular” e 27% marcou a opção “doença”. Apenas 1% afirmou ter feito o uso destes medicamentos em função de uma melhora cognitiva no trabalho.

Mas, o que leva pessoas saudáveis a recorrer aos remédios recomendados para transtornos específicos, como por exemplo o transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e epilepsia? A alta concorrência e o número de candidatos por vaga faz com que muitos concorrentes sintam-se pressionados a estudar cada vez mais. A cobrança por notas altas e a quantidade de matéria acumulada para estudar em alguns cursos também pode ser um dos fatores estimulantes para que estudantes considerem tomar remédios, sem receita, como uma saída para a vida acadêmica. 

Os prejuízos à saúde não são poucos. Indivíduos saudáveis, por exemplo, que utilizam as drogas estimulantes correm o risco de desenvolver dependência, além dos sintomas que vão desde ataque cardíaco, pressão baixa, alucinações, ansiedade até a depressão. De acordo com estudos clínicos , o uso da substância é considerada perigosa, e deve ser evitada por aqueles que buscam uma melhoria no quesito estudantil. Boas noites de sono e uma alimentação regrada são, na verdade, uma saída saudável para atingir objetivos acadêmicos sem prejuízos à saúde.

A prática de exercícios físicos também pode ser considerada uma saída, pois auxilia no combate à ansiedade, estimulando o organismo a produzir e liberar neurotransmissores como a endorfina, serotonina e a noradrenalina, responsáveis por gerar a sensação de bem-estar, aliviando a depressão e normalizando os níveis de ansiedade. É importante evitar a automedicação, e que jovens ou adultos que sofrem com pressões de concursos e vestibulares encontrem alternativas saudáveis para manter a vida acadêmica, o corpo e a mente também saudáveis.

por Mariana Gonçalves

Serviço

Atendimento Público em Ponta Grossa: 

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Crítica de Ponta #138

logo critica no rádio

 

CRÍTICA DE PONTA

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você!

 

comportamento 1

Salto plataforma como reflexo econômico mundial 

Foto salto plataforma

Créditos: Kathleen Schenberger

Marcas de prestígio no mercado, como Naked Wolfe e os queridinhos saltos de plataforma da Versace, estão cada dia mais em alta. As tendências do mundo da moda se tornam acessíveis e se popularizam em lojas de departamento. A extravagância na altura dos saltos pode significar um estilo pessoal, mas também está fortemente ligado aos índices econômicos mundiais. Apesar de parecerem universos distintos, a moda pode ser um termômetro sobre o que acontece com a economia. Você sabe o que é o índex do salto alto?

Um estudo realizado em 2011 pela empresa americana International Business Machines Corporation (IBM), analisou a altura dos saltos entre as mulheres ao longo dos séculos XX e XXI. A pesquisa constatou uma relação entre a economia e a altura dos saltos. Foi percebido que os saltos ficam cada vez maiores quando a economia passa por momentos de crise. Podemos citar o exemplo da década de 1920. No início da década, as mulheres usavam  os flapper shoes, saltos baixos em formato de taça. Porém, em 1929, a Grande Depressão, retratada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, mudou completamente o cenário. Neste momento, as mulheres começaram a usar saltos bem mais altos.

A situação volta a se repetir na década de 1970, como a crise do petróleo, em 1990 com as instabilidades da virada do século e em 2007 com recessão econômica. Essa é exatamente a tendência que encontramos em 2022, saltos altos e acompanhados por plataformas. Todo esse resgate histórico da moda pode ser explicado pelo conceito psicológico chamado “escapismo da realidade”. O pessoal na internet adora comentar como as pessoas estão se parecendo com as personagens da Capital, da trilogia  Jogos Vorazes, que se vestiam de forma chamativa. Assim como na ficção distópica, todos os adornos que usamos podem ser como muletas para enfrentarmos momentos difíceis. 

Foto salto

Créditos: Kathleen Schenberger

Não há mal algum em ser ousada. Independente da altura do salto, muitas mulheres o usam para aumentar a autoestima e até mesmo para se sentirem elevadas a um filme hollywoodiano com o toc toc do sapato. O fundamental é reconhecer seus estilos pessoais e aplicar essas tendências de forma adaptada. A moda tem muitos produtos passageiros, é preciso tomar cuidado com o consumo excessivo. Se esses modelos de salto não fazem parte da sua personalidade podem acabar esquecidos no fundo do armário. Como já dizia a estilista francesa Gabrielle Chanel “A moda muda, mas o estilo permanece”. 

Por Kathleen Schenberger

 

gieos urbanos 1

Novo itinerário dos ônibus atrapalha visitas ao Parque Monteiro

Lente Quente Amanda Dal Bosco

Créditos: Amanda D’albosco

Nos últimos meses, os itinerários do transporte coletivo de Ponta Grossa sofreram diversas alterações, entre elas está a linha do Santa Mônica, que deixou de ter uma parada na Rua Ernani Batista Rosas, rua conhecida pelos amantes de caminhadas e piqueniques ao ar livre, isso porque ela fica em frente ao Parque Monteiro, no Jardim Carvalho.

Com a alteração nos horários, os moradores do Jardim Carvalho, nos bairros do Baraúna, Jardim das Aroeiras, Santa Lúcia e Santa Mônica acabam sendo muito afetados, principalmente para quem tem a mobilidade reduzida, isso porque as visitas ao local, que levavam cerca de 15 minutos, podem chegar a 40 minutos, salvo situações em que a pessoa consiga caminhar por 500 metros, distância onde o ponto atual fica.

Reprodução Prefeitura de Ponta Grossa

Créditos: Prefeitura de Ponta Grossa

A única forma dos moradores da região norte do Jardim Carvalho conseguirem descer no ponto que fica em frente ao parque é ir até o terminal e pegar o ônibus Monteiro Lobato, ou pagar duas passagens, que para muita gente é impossível.

Vale lembrar que a linha do Monteiro Lobato é feita por um micro-ônibus, que tem uma capacidade muito reduzida e quase sempre anda lotado, além das viagens acontecerem a cada 1 hora.

Para quem é portador de alguma deficiência física que afete a mobilidade, um simples passeio pelo parque pode durar um dia inteiro, mas não no parque em si, mas na viagem até lá.

Por Heryvelton Martins

 

mídia regional 2

O rádio para um time, o esporte sem diversidade

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Créditos: Kadu Mendes

A crônica esportiva do rádio ponta-grossense está majoritariamente focada em um só objeto: o Operário Ferroviário. A cobertura ampla do time de futebol da cidade não está errada, afinal é o único clube da região que está batendo às portas da elite nacional do esporte mais popular do país.

O problema é que a grande visibilidade ao Operário minimiza o tamanho da cobertura dos outros esportes. Sobretudo em esportes individuais. Ponta Grossa tem atletas de destaque estadual e nacional. Mas ao perguntar os nomes deles e delas para a comunidade que acompanha o rádio esportivo pontagrossense, não há resposta.

Quem faz o rádio esportivo daqui alega que há pouco espaço para os demais esportes por conta do público. Mas se for olhar historicamente no rádio esportivo da cidade, aconteceram coberturas pontuais de outras modalidades esportivas. Não como se é feito com o Operário que é protagonista há tempos. Então como se pode afirmar que não há público para outros esportes quando ainda nem se construiu tal público?

rádio

Créditos: Reprodução

Além disso, há outro problema: a maneira como o rádio esportivo local é feito. A linguagem utilizada pelos programas esportivos não está conectada com a dos mais jovens. Em um contexto em que a juventude está muito ligada à internet, o rádio precisa repensar a construção do próprio público e investir na convergência. Em Ponta Grossa, as rádios se limitam apenas a fazer lives no Facebook e Youtube das próprias transmissões, seja de programas ou de jogos. Nenhum outro recurso digital é explorado. A falta de multimidialidade é um problema geral desses programas.

Mudanças simples podem ser feitas para que o rádio esportivo pontagrossense avance. A começar por um espaço maior na grade esportiva das emissoras para outras modalidades além do futebol, ou melhor, do Operário. Entrevistar atletas locais, não somente quando conquistam títulos expressivos, mas fazer isso rotineiramente. Também começar a olhar com carinho para os esportes virtuais. Ponta Grossa conta com times de e-Sports. Aliado a isso, usar mais e melhor as redes sociais e almejar a multimidialidade como uma aliada.

Por Kadu Mendes

 

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Esfihas até não aguentar mais

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Créditos: Lucas Ribeiro

Se estiver procurando uma programação para sair com os amigos no final de semana, o rodízio de esfihas do Habib 's  é uma boa opção para quem come muito. Mas cuidado!  Pode sair caro para quem tem restrições no orçamento como os estudantes universitários. 

Com um cardápio variado, o rodízio presencial apresenta nove sabores, sendo três clássicos, cinco especiais e um doce. Apesar de gostoso, a combinação de diferentes tipos de carnes e queijos pode se tornar enjoativa para alguns paladares. Se preferir provar um sabor bom e diferente, peça a de espinafre com queijo.

Com cupons de desconto no APP o rodízio de segunda a quinta sai por 24,90 por pessoa. Sem cupom, o valor aumenta para 29,90. De sexta a domingo, sem cupom de desconto o preço sobe para 34,90, um valor muito alto para um estudante que recebe bolsa.

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Créditos: Lucas Ribeiro

Para consumir mais produtos no local, prepare o bolso. As bebidas são ainda mais caras. A água não sai por menos de R$ 3,50, e o mínimo por um copo de refri é R$ 8,50. Além disso, uma taxa de serviço também é cobrada, o que pode aumentar o valor final.

O local do Habib´s é limpo e espaçoso. Dividido em duas áreas, permite um fácil deslocamento de clientes e também conta com um playground para crianças brincarem enquanto os pais comem. 

O que mais deixa a desejar é o atendimento. Os pedidos costumam demorar para chegar, o que pode irritar. Os erros nos pedidos também são comuns, principalmente quando há vários pedidos numa mesma mesa. No geral, o atendimento é regular, mas não representa a taxa de serviço cobrada na hora de pagar.

O Habib's Ponta Grossa fica localizado na Avenida  General Carlos Cavalcanti, 206. O atendimento ocorre todos os dias, das 11 até às 23 horas.

Por Lucas Ribeiro

 

cinema art

Um Pantanal de emoções

Gado no Pantanal Foto Eder Carlos

Créditos: Reprodução G1

“Toca cavalo preto!”. “Amigo, me dá um trago daquela sua cachaça especial.” “Ara, eu num quero saí daqui!”. Com certeza você já ouviu alguma destas frases. Ou sabe quem é Juma Marruá, Jove/ Zé Leôncio e o Velho do Rio.

A novela Pantanal toma conta de boa parte dos lares. O remake da trama de Benedito Rui Barbosa é assistido por um de cada três brasileiros. A novela voltou a ocupar a faixa das nove e meia da noite, na Rede Globo e, na nova versão, aborda vários assuntos atuais. Entre eles, o empoderamento feminino, a homofobia e o racismo.

Mas é nas cenas de natureza que tem seu forte. As belas imagens do pantanal mato-grossense são de encher os olhos. Cenas de rios de águas tranquilas, imagens de tuiuiús e outras aves chamam a atenção. E as tramas passadas em meio às águas são um convite para visitar o pantanal. A fotografia é sempre de encher os olhos.

Passando no meio rural, a abordagem de temas sociais como o empoderamento feminino, a homossexualidade, o racismo e o mau uso das terras pelo agronegócio é feita de forma direta. Os personagens transmitem em suas falas as angústias, lutas e vitórias de suas vidas, mostrando que a discussão sempre precisa acontecer.

Buraco do Padre Foto Eder Carlos

Créditos: Eder Carlos

Por outro lado, também há exageros. Zé Leôncio tem milhares de cabeças de gado, mas os peões não vão para a lida e passam o dia a cantar e tocar viola, de preferência o chavão “Cavalo Preto”. Ou a quantidade de cachaça ingerida em cada capítulo. Ou Juma, que vive numa tapera mas tem o cabelo bem tratado.

Pantanal vai continuar visitando os lares brasileiros até o mês de agosto, contando histórias de boiadeiros, discutindo temas de interesse e trazendo belas imagens da natureza. E se não podemos ir ao pantanal, a região em que vivemos, nos oferece belezas naturais como a Escarpa Devoniana, o canyon do Guartelá, e tantos outros. E podemos discutir temas sociais e ouvir Cavalo Preto, uma bela moda de viola, que combina com tudo.

Por Eder Carlos

 

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Meninas que cantam sobre amizade e encantam quem as ouvem

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Créditos: Maria Eduarda Ribeiro

Todo mundo tem aquele amigo que é mais chegado que um irmão e nas horas difíceis, está pronto para ajudar. Se você não se lembrou de alguém, está tudo bem, porque provavelmente você é esse amigo parceiro, só não descobriu ainda. Essa foi a mensagem que o recital Meninas Cantoras do Conservatório Maestro Paulino entregou ao público do Teatro Ópera na última terça-feira, dia 28. As meninas escolheram para o repertório apenas músicas que falassem sobre a amizade. Mesmo estando na faixa etária dos 10 aos 16 anos, o grupo emocionou muitos adultos que já não tinham mais esse sentimento simples, porém verdadeiro, latejando dentro de si da mesma forma que latejava quando eram crianças. 

A música de abertura do recital já entregou muito como seria o espetáculo. Cantando a versão em português “Amigo Estou Aqui” do filme Toy Story, as meninas criaram um cenário de infância no imaginário e no coração de quem as ouvia. Durante uma hora de apresentação, o espectador se sentia acolhido e abraçado. Não somente por conta das ótimas músicas, cujas letras traziam de fato uma mensagem inspiradora, mas pela qualidade vocal das meninas que dava uma sensação de conforto e paz a todos os presentes.

02. MARIA EDUARDA

Créditos: Maria Eduarda Ribeiro

De forma admirável, as meninas conseguiram tocar no íntimo de cada pessoa através das músicas. Quem não é fã de “Amigo Estou Aqui”, foi pego sentimentalmente através da Canção da América de Milton Nascimento, Eu Quero Apenas de Roberto Carlos, Amizade do grupo R2d3 e também a versão brasileira da música See You Again do rapper norte-americano Wiz Khalifa. 

Infelizmente, o recital teve apenas uma apresentação. Mas, considerando o sucesso que foi, certamente ainda este ano as meninas subirão mais vezes no palco principal do Teatro Ópera para cantar e nos encantar.  

Por Maria Eduarda Ribeiro

 

litera

 

O amor em forma de aquarela

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Créditos: Catharina Iavorski

“O que é o amor?” Essa é uma das questões que a história em quadrinhos Calmaria nos faz refletir. Escrita por Phellip Willian e ilustrada pela Melissa Garabeli,  a HQ de forma delicada, simples e toda ilustrada em aquarela, conta a história dos jovens Lia e Tan que vivem em uma ilha e acabam se conhecendo no meio de uma tempestade. A obra traz um paradoxo entre a agitação da tempestade com o nome do livro Calmaria. 

 Após esse encontro, eles começam a trocar coisas favoritas que eles gostam de fazer, como velejar ou até mesmo tomar uma xícara de chá quentinho. Mas a história do livro não se detém apenas nas coisas bonitas e legais de se conhecer alguém.

O livro também revela como é lidar com os sentimentos e o espaço do outro, fazendo  nós, leitores, refletirmos sobre como o amor não é ter tudo do outro na nossa vida, mas sim que o amor é construído de trocas e experiências. E com exemplos simples na HQ, os autores conseguem exemplificar o amor e essas trocas tão importantes entre as pessoas.  A obra tem a presença da aquarela na arte, que deixa a HQ ainda mais delicada e atraente.

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Créditos: Catharina Iavorski

A ilustradora Melissa Garabeli, que ganhou o prêmio HQMix em 2019, já produziu obras como: A Ilha das Memórias de 2015, Saudade de 2018 e Doce Jazz de 2019. Já Phellip Willian, escreveu Brado e Acima de Nós, os dois em 2015, Saudade de 2018 e Uma nuvem no seu Oliveira de 2021. Os dois foram finalistas do prêmio Jabuti e também ganharam o prêmio Angelo Agostini de melhor publicação independente, referente a obra Saudade.

 Eles estão vendendo a HQ de forma independente, então para comprar o livro é só entrar no link presente na bio do instagram da ilustradora @melissa_garabeli. 

E só para te instigar a conferir essa obra, vou ler um trecho que, pessoalmente, me tocou: “Talvez amar seja romper a ilha. Liga-se ao outro e encarar a tormenta que vem com o mar. Pode ser que o amor nos faça travar guerra consigo para ter a ventura de não mais ser só.”

Por Catharina Iavorski