Estudos da área são determinantes para combate à pandemia e ajudam na organização de estratégias de saúde pública

 

Pesquisadores ponta-grossenses participam de núcleo de pesquisa com foco em estudos de sequenciamento genético, que auxiliam em descobertas sobre o vírus Sars-CoV-2, da Covid-19, como a agressividade do patógeno no organismo dos seres humanos, quais células são afetadas e até a quantidade de proteína que o agente infeccioso rouba de cada indivíduo.

No Brasil, apenas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan produzem o imunizante

 

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Coronavac, Astrazeneca e Pfizer são os imunizantes disponíveis no país. Foto: Tânia Rêgo / Arquivo Agência Brasil

 

“O Brasil tem condições de adquirir vacinas, não faltam recursos, eles apenas são mal administrados”, avalia o pesquisador da área de Farmácia, Arcélio Benetoli. Conforme o Plano Nacional de Imunização (PNI), mais de 70% da população nacional precisa ser vacinada para que o País esteja seguro novamente.

Confira o comentário em video de Robson Soares, e logo em seguida a versão em texto.

 

 

Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que 50% dos profissionais da saúde atuantes no combate à Covid-19 sofrem com cargas de trabalho excessivas atribuídas durante a pandemia. As jornadas superam as convencionais 40 horas semanais. A mesma pesquisa indica que 95% dos trabalhadores tiveram alterações significativas tanto na profissão quanto na vida pessoal durante a pandemia

Toda essa sobrecarga traz sequelas psicológicas e comportamentais para os profissionais da linha de frente do atendimento à doença. Perturbações no sono, oscilações de humor, estresse, dificuldades de concentração e perda de satisfação com a própria carreira são algumas das queixas mais frequentes relatadas pelos profissionais na pesquisa. 

Todo esse problema reforça a importância de ações mais efetivas do poder público no enfrentamento da Covid-19. Medidas de prevenção que diminuam o ritmo da infecção podem ajudar a desafogar o atendimento hospitalar, de modo a evitar o colapso e contribuir para o bem-estar dos profissionais de saúde. Até agora, ao longo desse um ano de pandemia, Ponta Grossa contou com apenas dois isolamentos sociais mais rígidos.

A crise do sistema de saúde exige que o poder público, não somente da instância Municipal, mas também da administração Estadual e Federal, assuma o papel mais efetivo no controle de ações para evitar a infecção. Vacinar a população e impedir a circulação do vírus são caminhos eficientes tanto para desafogar o estresse do sistema de saúde quanto para evitar mortes desnecessárias de milhões de brasileiros. 

 

Ficha Técnica

Repórter: Robson Soares

Publicação: Kauana Neitzel

Supervisão: Manoel Moabis

 Trabalhadores da linha de frente contra a Covid-19 estão mais suscetíveis aos transtornos mentais relacionados ao trabalho

 

Conforme pesquisa realizada, em 2021, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 95% dos trabalhadores da saúde reconhecem alterações significativas tanto na profissão quanto na vida pessoal causadas pela Covid-19. Dados do estudo, também apontam que 50% desses profissionais identificam cargas de trabalho excessivas atribuídas durante a pandemia, com jornadas superiores a 40 horas semanais.

O clínico geral e nefrologista, Leandro Cancelli, reconhece essa realidade e conta que o aumento no volume de trabalho está entre as principais diferenças da rotina de trabalho anterior e pós-pandemia. “Em todas as frentes que eu atuo o volume de pacientes atendidos é absurdamente maior, a rotina de trabalho torna-se mais desgastante tanto no volume de demandas quanto no desfecho, porque muitos pacientes vão a óbito”, conta.

A técnica de enfermagem, Geliane Thaise Kintopp, expõe que, além do aumento nas demandas de trabalho, a preparação para exercer as atividades e cuidados sanitários correspondem às principais mudanças. “Antes havia menos itens de proteção e os funcionários da UTI tinham livre acesso ao hospital, agora para evitar a transmissão do vírus, só podem circular dentro da própria UTI, com os devidos paramentos”, diz.

Kintopp indica que a área da enfermagem, por conta do contexto pandêmico, passa uma sobrecarga de trabalho difícil de remediar. “Faltam funcionários, alguns estão afastados por Covid-19 e outros abandonaram a função justamente pela sobrecarga no serviço, o número de pacientes com intubação aumenta e demanda um esforço grande. São muitas drogas e sedações, isso gera um cansaço físico e mental”, narra.

Sobre o principal fator extenuante no trabalho, Cancelli situa o desfecho negativo do tratamento de pacientes infectados por Covid-19. “O maior agente de estresse está vinculado a quantidade de pacientes com um desenvolvimento ruim, muitos evoluem mal, apresentam quadros graves e morrem devido a doença”, afirma. A dificuldade de prestar atendimento a todos os pacientes também representa uma questão a ser levada em conta.

Estresse é um dos problemas da categoria

Diante do excesso de exigências no ambiente de trabalho, o estresse passa a acompanhar a rotina laboral. “Na enfermagem, seja UTI ou ala clínica, os médicos passam e mandam escolher ou simplesmente dizem ‘Esse paciente vai ficar e aquele vai’, nós precisamos acatar, obedecer a ordem porque o profissional que coordena disse, mas o pensamento acelera, o emocional fica abalado, é difícil”, fala Kintopp.

Sobre o impacto emocional provocado pelo contato direto com pacientes infectados por Covid-19, Cancelli conta que “trabalhar no internamento de filhos, mães e pais está entre as situações que mais afetam”. O médico afirma que “consegue lidar com as pressões do trabalho, mas não é inerte, sobretudo, ao conversar com familiares de pacientes” inseridos nessas circunstâncias.

Acerca disso, Kintopp destaca que “está ali para salvar vidas”, portanto trabalhar com pacientes que não reagem aos tratamentos disponíveis traz os maiores efeitos emocionais. Conforme a técnica de enfermagem, “o coração aperta ao encontrar a família da vítima no corredor do hospital, aos gritos e prantos”. Assim, saber “que o possível foi feito, mas o paciente não resistiu deixa o psicológico abalado”.

Além disso, dados do estudo realizado pela Fiocruz evidenciam que 15,8% dos trabalhadores da saúde desenvolveram perturbações do sono, 13,6% apresentam oscilações de humor frequentes, 11,7% exibem incapacidade de relaxar devido ao estresse, 9,2% relatam dificuldades de concentração ou pensamento lento, 9,1% expressam perda de satisfação na carreira ou vida e 8,3% apresentam mudanças na alimentação.

Devido à sobrecarga e pressão no ambiente de trabalho, os profissionais da linha de frente contra a Covid-19 observam impactos psicológicos e comportamentais que remetem a essa realidade. “Eu vejo colegas estressados e desgastados por falta de descanso, não têm finais de semana ou feriados, alguns estão responsáveis por até 30 pacientes, precisam passar a madrugada no trabalho para checar exames e atender o público”, relata Cancelli.

Problemas do próprio sistema de saúde também trazem impactos aos trabalhadores da área. “Não encontrar a medicação específica que o paciente precisa é frustrante para o profissional, isso acontece muito nos hospitais, por falta de determinada sedação usa-se outra, quando isso ocorre precisa diluir o produto várias vezes, isso torna o trabalho mais cansativo”, narra Kintopp.

A alta na taxa de ocupação dos leitos de UTIs e enfermarias representa uma questão problemática. Segundo o médico, “há um esforço para criar novas vagas, no entanto a abertura de novos leitos implica também a necessidade de mais profissionais”. Dessa maneira, “as equipes sabem o que deve ser feito, mas por falta de equipamentos, insumos e funcionários não conseguem fazer”, conta Cancelli.

Lutos mal resolvidos são fatores comuns para o desenvolvimento de transtornos mentais Sobre isso, Cancelli conta como os profissionais de linha de frente contra a Covid-19 lidam com a morte. “Quem trabalha com pacientes graves já está habituado a trabalhar essa questão mentalmente no trabalho para não levar problemas para casa, mas nunca é absoluto, perdi colegas médicos, fico assustado e sensibilizado”, destaca.

Questões relacionadas ao medo generalizado de contrair o vírus no ambiente de trabalho também fazem parte do cotidiano desses profissionais. “Quando nos paramentamos para atender pacientes infectados por Covid-19, temos o maior cuidado, não só pelo receio da própria contaminação, mas também por medo de levar o vírus para os filhos e esposa quando deixamos o hospital”, afirma Cancelli.

Ainda conforme pesquisa realizada pela Fiocruz, 43,2% dos profissionais de saúde relatam sentimentos de desproteção no trabalho de enfrentamento a Covid-19. Dentre esse total, 23% apontam como principal razão a falta, escassez ou inadequação do uso de EPIs. Sobre isso, 64% relataram a necessidade de improvisar equipamentos para exercer as atividades de trabalho.

De acordo com Ministério da Saúde, desde o início da pandemia, estão notificados 64.689 casos confirmados de Covid-19 em profissionais da saúde. Dentre esse conjunto, técnicos/auxiliares de enfermagem correspondem a maior parcela de infectados, com 19.067 registros. Na sequência, encontram-se enfermeiros, médicos, farmacêuticos e agentes comunitários de saúde com, nessa ordem, 10.935, 7.193, 3.420 e 3.272 registros.

Kintopp expõe o impacto psicológico pela morte de colegas de trabalho e relata algumas situações que presenciou. “No final do ano passado, duas colegas e eu contraímos Covid-19, mas infelizmente uma delas precisou ser entubada e faleceu, ela era uma pessoa ativa, deixou um menininho e esposo, é uma realidade que mexe com toda a equipe do hospital”, ressalta.

A enfermeira conta que acompanhar a intubação tanto de pacientes quanto de colegas de profissão traz um peso emocional muito grande. “Agora, presenciamos a luta de um colega do SAMU, internado por conta do vírus, ele é uma pessoa muito querida e humilde, o momento é triste, a gente sabe que depois que o paciente passa pela intubação, é só por um milagre de Deus, a gente chora muito”, relata.

ms covid 19 em profissionais da saúde

 

Separar o trabalho da vida pessoal está entre as preocupações dos profissionais da linha de frente

Para tentar minimizar a possibilidade de infectar familiares, Kintopp destaca os novos comportamentos adotados pelos profissionais da linha de frente. “É importante tomar um banho quando sai do serviço e outro quando chega em casa, deixamos as roupas e calçados usados no dia para fora, porque a família está ali dentro e não tem como saber em que condições você vai entrar em casa, o medo é inevitável”, diz Kintopp.

Sobre separar a vida pessoal e profissional, Cancelli ressalta que “toda pessoa que atua na área da saúde precisa ter empatia e estar sensível às circunstâncias dos pacientes, mas não pode absorver isso para si mesmo”. O médico afirma que “é possível separar as duas coisas, sobretudo, porque trabalhar essa questão representa uma condição importante para o correto exercício das atividades da profissão”.

Conforme Kintopp, os profissionais de saúde “precisam procurar maneiras para separar a realidade enfrentada no trabalho das questões da vida pessoal”, especialmente, no que diz respeito a Covid-19. A enfermeira conta que “embora seja possível separar as duas situações, não é possível esquecer a realidade encontrada nas UTIs”, dessa maneira, mesmo em casa, torna-se difícil evitar pensar sobre o trabalho.

Os profissionais de saúde, sobretudo, os atuantes na linha de frente contra a Covid-19, devem atentar para o próprio bem-estar mental. A respeito disso, Cancelli aponta uma negligência em relação a essa questão. “Isso deve ser trabalhado, mas muitas vezes não acontece, sobretudo, por vontade própria, faz falta uma assistência psicológica disponibilizada pelos serviços de saúde aos trabalhadores que atuam na área”, diz.

Algumas organizações de saúde têm apoio emocional disponível aos funcionários, mas Kintopp ressalta que não são todas. “Seja médico, enfermeiro, técnico de enfermagem ou zelador, a saúde mental fica abalada, muitos hospitais não têm amparo nesse sentido, precisamos buscar suporte psicológico dentro nós mesmos para podermos encarar a nossa realidade”, afirma.

Transtornos mentais ocupacionais podem surgir de maneiras diferentes em cada sujeito

A psicóloga, Bárbara do Carmo Noviski Gonçalves, explica que os transtornos mentais desencadeados pelo trabalho são diversificados, embora ligados por fatores comuns. "Existem vários tipos de desarranjos e os sintomas surgem de diferentes maneiras em cada sujeito, mas o sofrimento mental em torno de atividades laborais representa o fio que une essas questões", ressalta.

A também psicóloga Thais Alves, expõe as causas mais recorrentes de transtornos mentais em trabalhadores. “Em geral, jornadas de trabalho extenuantes somadas às exigências profissionais desmedidas representam questões corriqueiras nesses casos, mas há outros pontos, a falta de reconhecimento na atividade exercida pelo sujeito, por exemplo, também mexe muito com a condição emocional”, esclarece.

Os profissionais da área da saúde, em especial indivíduos que trabalham na linha de frente contra a doença, têm uma predisposição maior ao desenvolvimento de transtornos mentais provocados pelo trabalho. “Há um nível muito alto de risco em que os profissionais da linha de frente estão submetidos, essa periculosidade ligada ao trabalho diário traz problematizações para a saúde mental”, afirma Gonçalves.

Durante a pandemia, mesmo os indivíduos que não fazem parte da linha de frente contra o vírus já estão mais propensos a desenvolver transtornos mentais. “Tenho pacientes com profissões em outras áreas que também apresentam quadros, estamos diante de uma situação sem controle, muitas vezes sequer conseguimos minimizar a questão da transmissão da doença, isso traz implicações”, relata Alves.

No entanto, conforme explica Alves, “por ocuparem uma posição vulnerável, sobretudo, a propagação do vírus, existe uma pressão psicológica mais forte sobre os profissionais da linha de frente”. Nesses casos, a possibilidade de contrair Covid-19 e transmitir para familiares, amigos, colegas de trabalho e pacientes com outros problemas de saúde representa um fator comum para o desenvolvimento de transtornos mentais.

Além disso, dificuldades e impossibilidades de trabalhar com as situações impostas pelo contexto pandêmico também representam fatores. “Muitos profissionais precisam estender a jornada de trabalho, há também a escassez de equipamentos de proteção individual e problemas na infraestrutura dos atendimentos, isso gera sentimentos de desesperança, irritabilidade e solidão”, expõe Alves.

No que diz respeito à identificação das doenças mentais laborais, Alves indica que “embora dependa muito do tipo de doença, os transtornos podem ser observados no comportamento dos sujeitos”. Segundo a psicóloga, alguns indícios podem ser tanto físicos quanto mentais. Dentre esses, estão isolamento, tristeza, perda de apetite, estresse, insônia, tremores, ansiedade, palpitação no coração e fome excessiva.

Quadros depressivos estão no conjunto de transtornos mentais desencadeados pelo trabalho. “A depressão surge por fatores genéticos ou externos, em todo caso, o ambiente de trabalho pode representar um gatilho para a doença, para os profissionais da linha de frente contra a Covid-19, o distanciamento social, a falta de tempo e o luto são exemplos de situações laborais nesse sentido”, destaca Alves.

Segundo a psicóloga Gonçalves, nos profissionais da linha de frente, a ansiedade acontece na mesma proporção que quadros depressivos. Os sintomas desse transtorno apresentam sintomas psíquicos e físicos. “A ansiedade representa um sentimento, mas a partir de um certo ponto, pode passar a ser um transtorno mental, os sintomas mais recorrentes nos indivíduos são insônia, inquietação e irritabilidade”, explica.

Diante das situações encontradas no trabalho, profissionais de saúde podem desenvolver estresse pós-traumático. Segundo Alves,“o transtorno faz parte da ansiedade e surge quando o indivíduo passa por situações com forte impacto psicológico”. Conforme a psicóloga, “os profissionais da linha de frente vivenciam isso com mais frequência e impotentes diante de certas ocorrências passam a desenvolver a doença”.

Outro transtorno é a síndrome de Burnout, transtorno relacionado ao esgotamento causado pelo trabalho. “Trata-se de um desprazer no trabalho, devido às condições enfrentadas pelo sujeito, entre os indícios que antecedem a doença estão cansaço físico e mental, estresse, problemas na alimentação e sono”, ressalta Gonçalves. A doença incide, sobretudo, em profissionais que trabalham sob pressão.

Sobre como organizações podem contribuir para evitar transtornos mentais nos funcionários, Alves destaca que nos hospitais “garantir que os profissionais de saúde tenham um tempo de descanso entre plantões e disponham de alimentação adequada dentro do próprio ambiente de trabalho” são medidas. Além disso, “ter acompanhamento psicológico no ambiente de trabalho é importante para sanar esses casos”.

 

Ficha Técnica: 

Repórter: Robson Soares

Publicação: Alex Marques

Supervisão: Vinicius Biazotti

 

Profissionais da saúde relatam sintomas de esgotamento profissional por conta da pandemia 

 

Desde agosto do ano passado, a rotina de trabalho do psicólogo Hélcio dos Santos se resume em chegar ao hospital em que trabalha em Ponta Grossa, trocar de roupa, colocar o pijama cirúrgico, luva, touca, avental impermeável, máscara n95 e face shield. Após toda a paramentação entra no setor de covid e começa o atendimento dos seus pacientes até o final do seu expediente sem poder sair do setor seja para descansar ou para se alimentar. Sempre que termina o atendimento de algum paciente é preciso descartar todos os equipamentos de proteção e realizar a troca por equipamentos novos e esterilizados. No fim do seu horário de trabalho, segue, ainda no hospital, para a higienização. Ele toma um banho e é liberado para ir para casa. “Depois disso estamos teoricamente livres e prontos para ir embora, mas essa volta para casa é chegar em casa e tomar um novo banho, deixar a roupa de fora, não misturar nem encostar em nada”, explica Dos Santos. “Só depois disso que eu consigo sentir que estou menos tenso e que realmente consigo ‘desligar a chave do covid”, comenta.

Dos Santos trabalha em um dos hospitais referência para o tratamento de covid em Ponta Grossa. O atendimento direto de pacientes com coronavírus começou em agosto pela instituição, antes o hospital e os profissionais estavam se preparando para este atendimento. O psicólogo explica que a proposta primeiramente era fazer o atendimento dos internados de forma remota, acompanhando pacientes sem expor os psicólogos diretamente aos setores de covid. “No começo ainda estávamos entendendo como funcionava as coisas, então a prioridade dos profissionais que estavam atendendo era que os médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas estivessem o tempo todo com esses pacientes, as demais profissões entravam como um suporte”, recorda.

Dos Santos e seus colegas da área ficavam à disposição e faziam o atendimento através de celulares disponibilizados pela equipe do hospital. O aparelho era levado para os pacientes pelos profissionais que estavam dentro do setor e assim era feita a consulta de forma remota. “Porém, conforme o número de casos foi aumentando e a gente foi entendendo um pouco mais como é que se usava os epis de forma efetiva passamos a fazer os atendimentos diretos aos pacientes”, afirma. 

Atendimentos presenciais

No início dos atendimentos presenciais, o trabalho dos psicólogos era voltado em fazer vídeo chamadas com os pacientes para que eles vissem os familiares, como conta Dos Santos. Porém, como o número de pacientes e de demanda era muito grande, o atendimento psicológico propriamente dito só conseguiu ser realizado depois de uma reorganização das equipes. De acordo com o psicólogo, todo paciente que chega na ala covid do hospital passa por uma entrevista inicial para a equipe entender e saber como lidar com ele, além de filtrar quais são as demandas necessárias para ajudá-lo. 

“Nós, enquanto psicólogos, atuamos e cuidamos do sofrimento humano. Eu não tenho a pretensão de tirar completamente esse sofrimento, porque a hospitalização e o adoecimento é inerente que mobilize algo, mas tudo que eu consigo diminuir vejo que estou fazendo um trabalho no sentido de acolher esse paciente”, afirma Dos Santos. Dentro da ala covid existem momentos muito delicados e dolorosos e todos os profissionais sentem, se sensibilizam e se abalam. Para Dos Santos, um dos momentos que mais o sensibiliza é o fato do isolamento dos pacientes das suas famílias, porque “pode ser que nunca mais as pessoas se reencontrem”, explica. “Quando o paciente que estou atendendo sabe que outro familiar que estava doente morre, não pode fazer uma breve despedida, não pode ter o acolhimento da família, são questões que me impactam muito”, comenta. 

Outra situação frequente que sensibiliza não só Dos Santos mas toda a equipe, segundo ele, é o medo que os pacientes têm da morte. Além disso tudo é muito comum pacientes que estavam bem e estáveis em um dia serem intubados ou até falecerem de um dia para o outro e quando o psicólogo chega para atendê-lo descobre o que aconteceu. “Ficamos então meio que correndo contra o tempo para ajudar o máximo que der hoje, porque eu não sei se amanhã o paciente vai estar ali para a gente continuar atendendo”, relata. 

Como psicólogo, Dos Santos afirma que cria certos tipos de estratégias para lidar com situações como essas, de alguma forma. “É uma parte bem pessoal, mas eu tento entender que os pacientes estão em sofrimento, nós nos sensibilizamos com eles, mas nós não trazemos para casa, de certa forma, eu coloco assim”, explica. Porém ainda lida com a pressão da grande quantidade de atendimentos que precisa fazer. "Às vezes essa questão me pega de querer fazer mais e não poder, no sentido bem prático e concreto da situação, não ter esse tempo disponível”, comenta. 

De acordo com o levantamento de dados realizado por Denise Martins/Infografando, desde Março até Dezembro de 2020, Ponta Grossa teve 199 mortes por covid-19, já de Janeiro a Março de 2021, 445 óbitos pela doença. Para Dos Santos, o momento atual da pandemia trouxe questões bem diferentes da chamada “primeira onda”. “Essa segunda onda está trazendo muitos óbitos, em dois meses tivemos quase o mesmo número de óbitos que o ano todo em 2020 e isso demonstra a pressão que esse momento está trazendo”, afirma. 

De acordo com Dos Santos, o sistema de saúde da cidade está em colapso e isso contribui para a exaustão e pressão dos profissionais que estão trabalhando na área. "Estamos há cerca de um mês trabalhando acima da capacidade, então isso já diz da exaustão que essa onda está trazendo junto, além da pressão que os profissionais estão sentindo em ter que salvar e não ter como nem onde”, comenta. Durante todos os dias do mês de março, todos os leitos de UTI (SUS e Privado) de Ponta Grossa estavam com lotação máxima. 

Meire Florão, assim como Dos Santos, tem contato direto com internados por Covid-19. Há cerca de nove meses começou a trabalhar em um hospital de Ponta Grossa como auxiliar de laboratório e faz coletas de sangue em pacientes internados na UTI por covid para exames. Sua rotina começa às 5 da manhã e termina às 5 da tarde. A profissional relata a exaustão física e psicológica durante os plantões. “Nós infelizmente sabemos que quando um paciente vai passar pelo processo de intubação é porque o caso é grave e tem a possibilidade desse paciente não voltar a vida”, relata. A profissional conta que já presenciou as mortes de pacientes e o sofrimento de filhos, esposas e maridos, pedindo pela vida de seus familiares e Florão se sentia impotente, sem poder fazer mais nada pela vida daquele paciente. “Na hora a gente engole a tristeza, o choro e segue o trabalho, mas tem horas que o psicológico não aguenta, choramos pela vida perdida, pelo paciente que muitas vezes entra conversando conosco, contando de sua vida e acaba saindo dali sem vida”, afirma. 

 

A Síndrome de esgotamento profissional em trabalhadores da linha de frente da pandemia

Dos Santos e Flourão estão todos os dias lidando com pacientes internados pela Covid-19 em Ponta Grossa. Até o momento, a doença matou mais de 700 pais, filhos, amigos e profissionais da cidade. Lidar todos os dias com uma doença tão devastadora impacta o psicológico mesmo daqueles muito preparados, como o caso de Dos Santos.

 Os dois profissionais manifestam sintomas da síndrome do esgotamento profissional ou Síndrome de Burnout. A característica principal da doença é o estado de tensão emocional e estresse crônico provocados pelo trabalho em situações desgastantes. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a Síndrome na próxima classificação de doenças (CID-11), que entrará em vigor em 2022. A CID é uma das principais ferramentas para monitorar a incidência e fazer uma padronização universal das doenças, evidenciando problemas de saúde de diversos países. Entre os principais sintomas da Síndrome de Burnout estão enxaqueca, cansaço extremo, palpitação, insônia, lapsos de memória, irritabilidade, dificuldade de concentração, mudanças bruscas de humor, pessimismo, ansiedade e depressão. Uma pesquisa realizada em janeiro de 2021 pela Associação Médica Brasileira, com 3.882 profissionais brasileiros, mostra que os médicos estão exaustos e sobrecarregados e a Síndrome de Burnout é uma ameaça para os profissionais da linha de frente. 92,1% dos médicos entrevistados apresentaram algum sintoma da síndrome. 

A residente em clínica médica em um hospital de Ponta Grossa, Francilayne Moretto, atua em unidades de urgência e emergência desde 2019. A médica está na linha de frente do Covid desde o começo da pandemia e todos os dias está em contato com pacientes infectados. Moretto define sua rotina como exaustiva, tanto fisicamente, quanto psicologicamente. “São muitas intercorrências com os pacientes, pressão de familiares, autocobrança para prestar o melhor atendimento, frustração quando após tanta dedicação e esforço, não dão resultado e o paciente evolui a óbito”, conta. 

Moretto destaca um dos momentos que a mais a marcou durante a luta diária contra o vírus dentro do hospital. “Lembro que cheguei em uma das UTIs de covid que trabalho e soube que todos os pacientes estavam muito graves e que a grande maioria evoluiria a óbito nas próximas horas”, relata. A médica de apenas 28 anos não conseguiu conter a emoção e o sentimento de frustração. Após passar por todos os pacientes, foi a uma sala de descanso para os médicos e deixou a emoção tomar conta, chorando muito. “Muitos pacientes me perguntam: ‘Doutora eu vou sair dessa né?’. Eu engulo seco e digo que não podemos perder a fé”, comenta. Moretto, relata o sentimento constante de frustração e impotência, muitas vidas foram perdidas nos leitos de UTI em que trabalha e a médica conseguia fazer nada ou pouca coisa.

 

Informações: Denise Martins/Infografando

 

A exaustão dos profissionais de saúde que cuidam do pós-covid

Mariana Martins é fisioterapeuta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Irati e trabalha com o atendimento de pacientes que já passaram pelo internamento e estão em alta em casa, com sequelas da internamento ou da intubação. A profissional explica que a rotina de seu trabalho mudou completamente e a quantidade de paramentação e equipamentos de EPI aumentaram. Segundo Martins é preciso pensar, separar e se organizar antes mesmo de começar o seu expediente para se vestir e se proteger da forma correta para correr o menor risco possível. “Por mais que a gente não esteja dentro da UTI, ainda temos que tomar o cuidado para não se contaminar”, explica. 

Os cuidados com pacientes pós Covid também é uma coisa que necessita de um cuidado redobrado, como relata Martins. “Isso ocorre por esses pacientes estarem mais frágeis, com imunidade mais baixa e mais suscetível de pegar qualquer outra doença, piorando seu quadro”. Martins conta que pacientes mesmo depois da alta hospitalar, chegam a falecer por sequelas do vírus. “Quando a gente perde um paciente, a sensação que eu tenho é de incapacidade, que a pessoa escapou da tua mão, principalmente porque ela já passou pelo pior, que era o internamento e o isolamento”, comenta. 

 Mesmo após seu horário de trabalho, quando retorna para casa Martins relata que não pode e não consegue se desligar. A todo momento pacientes e familiares entram em contato por mensagens ou ligação. Teve casos de pacientes desestabilizarem e terem que ir para a emergência. “Você tem que estar ali dando orientação, então é um trabalho que você tem que sempre ficar meio de plantão e sobreaviso”, afirma. Martins conta que no começo da pandemia, o serviço de fisioterapia pelo SUS não teve tanta demanda, por atender somente os casos mais graves, mas no atual momento os atendimentos são comuns e rotineiros. “Cada dia chega um caso mais grave para que a gente consiga solucionar”, explica. Irati tem hoje quase 4 mil casos confirmados de Covid e 54 óbitos pela doença

“É inexplicável a sensação que temos nesse momento, porque a cada minuto ou a cada meia hora a gente recebe a informação que morreu alguém, amigo, conhecido, familiar é uma sensação de impotência e agonia”, relata Martins. A fisioterapeuta explica que tem crises frequentes de ansiedade e precisou voltar a consultar com psicólogos. Para ela, é uma rotina que muda muito, juntamente com um caos emocional acontecendo. Além do fato dos pacientes que atende contarem a experiência do internamento e da intubação e também muitas vezes usarem o espaço que tem durante as sessões de fisioterapia para desabafar. “De certa forma você se coloca no lugar, eu acabo absorvendo e me colocando no lugar dessa pessoa”, comenta. Martins, assim como Dos Santos, Flourão e Moretto, tem sintomas da Síndrome de Burnout. 

Ficha Técnica: 

Repórter: Emanuelle Salatini 

Publicação: Laísa Braga 

Supervisão: Vinicius Biazotti

No mesmo período, 13 mulheres no pós-parto morreram vítimas da doença

 

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Paraná (SESA), atualizados em sete de abril de 2021, 34 gestantes e 13 mulheres no puerpério (período pós parto) morreram em decorrência da covid-19 no estado do Paraná desde o início da pandemia. Já na questão desses fatores de risco em casos confirmados e hospitalizados pelo vírus, 313 dos pacientes foram gestantes e 97 mulheres no puerpério. Desde janeiro até o fim de março, o número no estado cresceu de 12 para 34. Entramos em contato com a 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa para esclarecimentos referentes aos dados de mortes de grávidas especificamente na cidade, mas até o momento não houve retorno.

 

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Infográfico:Mirella Mello

O Documentário produzido pelos alunos do 2º ano de Jornalismo da UEPG recupera dados desde o primeiro caso de contaminação na cidade até o cenário de abril de 2021. 

Ficha técnica

Locução: Marcella Panzarini

Roteiro: Evelyn Paes

Produção: João Gabriel Vieira

Reportagem: Cassio Murilo, Éder Carlos, Evelyn Paes, Leonardo Duarte, Maria Eduarda Eurich, Tayná Lyra e Yasmin Orlowski

Edição e finalização: Cassio Murilo e Éder Carlos

Supervisão: Rafael Schoenherr

Publicação: Vítor Almeida

 

Parceria permite que doentes sejam tratados fora do ambiente hospitalar, evitando possíveis casos de reinfecção da doença 

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em conjunto com o Hospital Universitário dos Campos Gerais, deu início às atividades do novo Ambulatório Multiprofissional de Reabilitação. Inaugurado com o intuito de inicialmente atender pacientes recuperados da Covid-19, o espaço auxiliará tanto no combate à pandemia como no tratamento de demais patologias que necessitam de reabilitação. O projeto é considerado pioneiro entre as universidades brasileiras pela união das mais diversas áreas de atuação profissional voltadas para a reabilitação, atrelada ao desenvolvimento de práticas laboratoriais de pesquisa, extensão e ensino. 

De acordo com Juliana Schleder, fisioterapeuta e coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Reabilitação, a realização do ambulatório era um sonho de quase cinco anos. “Eu sempre sonhei em ter um centro que possibilitasse a assistência de qualidade ao paciente, que fosse de forma multidisciplinar, porque a reabilitação só acontece se for de forma multidisciplinar, e que agregasse também a formação de novos profissionais”, relata. 

A respeito do surgimento da parceria entre o Hospital Universitário e a universidade, Juliana informa que o ambulatório já existia, mas somente em âmbito acadêmico. Mas com a chegada da pandemia, a equipe de residência percebeu a necessidade de fornecer o serviço multiprofissional para os pacientes com sequelas da Covid-19. “A gente tinha esse ambulatório acadêmico no quinto andar do hospital. Porém, o quinto andar foi destinado à Covid-19. E como a gente levaria pacientes que estão se recuperando [da Covid-19] para dentro de um ambiente contaminado? Não tinha como”, explica. A disponibilização do laboratório de avaliação física da universidade ocorreu através do Setor de Ciências Biológicas e Saúde (Sebisa), do qual faz parte o Departamento de Educação Física da UEPG. A implementação de profissionais formados que atuam no hospital atendendo no espaço foi outro ponto que selou a parceria. 

Atualmente, atendem no ambulatório as equipes da Residência Multiprofissional de Saúde do Hospital Universitário, bem como fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, pesquisadores, professores e alunos da graduação e pós-graduação da UEPG. Para o psicólogo e integrante da equipe do ambulatório, Hélcio Santos, a criação de novos espaços para atender a população era uma medida urgente. “Existe muito pouco investimento na saúde municipal fora do âmbito hospitalar. Essa doença está deixando marcas urgentes de serem cuidadas. E não é só no hospital que esse cuidado precisa acontecer, é fora dele também”. 

Recuperação fora do ambiente hospitalar

O novo ambulatório possibilita que a recuperação de pacientes com sequelas da Covid-19 seja feita fora do ambiente hospitalar, o que garante maior segurança ao paciente ao evitar o contato com aqueles que seguem internados. Hélcio acredita que o espaço fora do hospital é benéfico para o processo de reabilitação dos pacientes. “A gente sabe que a instituição hospitalar traz muitas lembranças e vivências. Foi no hospital que o paciente teve a expressão da doença na sua forma mais grave, então ter esse outro espaço possibilita que o paciente fale sobre questões da internação de uma forma mais distante”. Ele também explica que, após o primeiro ano de pandemia, a conclusão é que a preocupação principal do psicólogo é com o depois da recuperação do paciente. “A gente já passou pela doença. Agora a gente vai lidar com o que a doença deixou, e isso geralmente não é muito fácil para os pacientes pelas perdas, mudanças e sequelas.”

O nutricionista Wagner Kloster, que também atua no ambulatório, relata que seu trabalho antes era restrito ao período de internamento do paciente. Ele destaca que, no novo espaço, o trabalho da equipe é focado em dar continuidade ao que é feito em âmbito hospitalar. No caso da nutrição, o processo ocorre de forma ainda mais direta com o paciente, seja por meio do agendamento da consulta ou do atendimento individual. “Cada paciente é um processo diferente, porque cada um vem com sua história. Ele precisa se reabilitar para a vida novamente. Então é muito gratificante poder dentro da nossa área otimizar que todos os outros processos [de reabilitação] acontecendo com ele sejam benéficos”, explica. 

Sobre a rotina no ambulatório, tanto os profissionais de nutrição como de psicologia destacam o caráter individualizado de atendimento ao paciente. No caso da nutrição, Wagner ressalta a importância do aporte nutricional adequado para a realização dos tratamentos que geram gasto energético, como é o caso das atividades físicas e da fisioterapia. “Muitas vezes o paciente pós Covid-19 tem uma grande perda de massa magra e tem inapetência, então ele precisa de uma nutrição equilibrada e forte para ter uma recuperação em todas as áreas dentro do esperado”.  

Atividades de reabilitação

No caso das atividades de reabilitação de demais patologias feitas no ambulatório, Juliana destaca que algumas delas já estão sendo aos poucos ofertadas. “Antes da Covid-19 era feita a reabilitação ortopédica, neurológica, cardíaca, pulmonar e tratamento de dor crônica. E com a pandemia tudo foi fechado e esses pacientes ficaram desassistidos. Então com o retorno deste ambulatório os pacientes que realmente precisam já voltaram a receber atendimento.” Já sobre os desafios encontrados, a coordenadora ressalta a dificuldade dos pacientes de transporte até o ambulatório e a limitação de recursos materiais. “A gente ainda não tem todos os equipamentos suficientes para atender os pacientes com a qualidade que a gente queria e que seria um serviço de excelência”, explica. Em decorrência dessa limitação, a equipe precisou delimitar um fluxo de atendimentos destinados apenas aos pacientes que tiveram alta do HU após internação em decorrência da Covid-19. No entanto, segundo Juliana, a demanda atual do ambulatório já vai além dos pacientes do HU: “As pessoas já começaram a fazer procura direta. Inclusive tiveram pacientes com plano de saúde que solicitaram para ser atendidos lá”. 

Para Hélcio, a possibilidade de visualizar a prática da psicologia se reinventando através da experiência de reabilitação de pacientes com Covid-19 representa um grande crescimento pessoal e profissional. “Eu espero que demore muito tempo pra gente reativar esse tipo de cuidado e de organização social, mas poder participar desse momento histórico nessa linha de cuidado é uma sensação de gratificação.”  

Na visão de Wagner, o trabalho realizado de forma gratuita pelo ambulatório é fundamental, especialmente para a parcela da população que não têm condições socioeconômicas de financiar um tratamento de reabilitação após ter alta do hospital. Ele ressalta que o sentimento é de gratidão em ver seus pacientes recuperados. “Quem venceu essa doença é um guerreiro e merece essa reabilitação, nosso apoio e nosso incentivo. É muito gratificante a gente ver o paciente sorrir com o olhar, ver a alegria desses pacientes, então isso é muito recompensador”, finaliza.

 

Ficha Técnica:

Repórter: Manuela Roque

Publicação: Denise Martins 

Supervisão: Kevin Kossar

 

Entre janeiro e abril de 2021, cerca de 10 radialistas do Paraná morreram de Coronavírus.

 

 

Ficha Técnica:

Repórter: Carlos Solek

Edição: Cristiane de Melo

Publicação: Denise Martins 

Supervisão: Paula Melani Rocha

 

Distribuição irregular do imunizante interfere na aplicação da dose complementar. Confira detalhes na reportagem:

 

 

Ficha Técnica:

Repórter: Kathleen Schenberger

Edição: Carolina Olegario

Publicação: Denise Martins 

Supervisão: Paula Melani Rocha

 

Ponta Grossa realiza mais uma etapa da vacinação contra a covid-19. Foto: Tânia Rêgo / Arquivo Agência Brasil

Idosos com 6 anos ou mais começam a receber, nesta sexta-feira (30), a segunda dose da vacina Coronavac. Para a vacinação, é preciso ter feito o cadastro no site da Fundação Municipal de Saúde (https://fms.pontagrossa.pr.gov.br/vacinacao/) e portar documento de identidade com foto e cartão de vacinação.