Assembléia realizada no Grande Auditório do Campus Central da UEPG reúne professores alunos do curso de Jornalismo. Foto: Nicolas Ribeiro

A Paralisação Estudantil é uma forma dos acadêmicos chamarem a atenção das autoridades da Universidade alertando sobre a falta de professores no curso. Em Assembleia realizada na última segunda-feira (24), os estudantes votaram pela paralisação e propuseram medidas para dialogar com o reitor Luciano Vargas. Ao longo do ano, são nove disciplinas e duas orientações de trabalho de conclusão de curso (TCC) sem professor.

“Os estudantes entendem a falta de professores como um descaso da reitoria e do governo do Estado com a formação e o ensino público de qualidade”, relata João Guilherme Castro, presidente do Centro Acadêmico João do Rio (Cajor). Durante a quinta-feira, os acadêmicos realizam rádio Resistência a partir das 08h30. A paralisação segue com confecção de cartazes, panfletagem, rodas de conversa e debate no Campus Central da UEPG.

Também foi realizada uma Assembleia dos Estudantes e Professores de Jornalismo, na última terça-feira (25). O objetivo era esclarecer a situação crítica do curso e debater a questão da contratação de professor colaborador. O departamento de Jornalismo havia pedido a contratação de dois professores através do teste seletivo, mas foi autorizada somente uma vaga. A chefe do departamento de Jornalismo afirma que  o professor chamado só preenche a carga horária de 16 horas, sendo que a demanda do curso é de 30 horas e meia. O departamento aguarda ainda a nomeação de três professores aprovados em concurso público. 

“Não sabemos o que fazer, o cenário não é nem um pouco favorável. Esse é apenas o começo para a terceirização a fim da Universidade, é o desmonte do ensino público”, afirmou a chefe do departamento de Jornalismo, Cíntia Xavier durante assembleia com os acadêmicos. 

No entanto, o curso de Jornalismo não é o único prejudicado. Durante a Assembleia, professores do departamento de Estudos da Linguagem estiveram presente e relataram a realidade do curso de Letras. “Esse ataque aumenta a carga horária dos professores incentivando diretamente na atuação e na qualidade da graduação e pós-graduação”, conta Marcos Carreira, professor doutor do departamento de Estudos e Linguagem. Ele ainda enfatiza a importância dos acadêmicos e professores lutarem para barrar esse processo de destruição da UEPG. 

No último dia 18 de abril, o curso de Jornalismo realizou uma conversa com o reitor Luciano Vargas para cobrar a contratação de dois professores no ano letivo. O reitor ressaltou que seria liberada apenas a contratação de um profesor colaborador e não de dois, conforme o pedido do Departamento de Jornalismo. Luciano Vargas ainda orientou que o curso se adaptasse à falta de docentes, respeitando a Circular divulgada pela Universidade, que prevê juntar turmas práticas e largar projetos de pesquisa e extensão se necessário para que os professores se dediquem às disciplinas em aberto. A situação do curso de jornalismo é de seis professores colaboradores que encerram o contrato no final do ano.

Para mais informações da Paralisação estudantil acompanhe o evento no facebook.

*Errata: Divulgamos anteriormente que eram nove disciplinas no primeiro semestre e quatro disciplinas no segundo semestre sem professor. Texto foi corrigido, são nove disciplinas nos dois semestres sem professor.