No dia de 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, marcado por um país que ainda acredita no mito da democracia racial. Em Ponta Grossa existem dois eventos na semana que visam dar mais espaço ao negro no município.

 

Vinícius da Silva, membro da Sociedade Afro-brasileira Cacique Pena Branca e organizador do Festival Expressão Afro, em parceria com a Fundação Municipal de Cultura (FMC), avalia a situação: “precisamos dos eventos para existir”.O Festival Expressão Afro conta com uma programação que começou na terça, 20/11 até dia 23, e pode ser acessada no site da FMC.

 

Um projeto do evento havia surgido em 2017 mas, como não teve financiamento, registrou pouca adesão no Município. Em 2018 o projeto a Fundação Cultural topou a parceria. A programação vai desde editais da Fundação sobre cultura afro até um jantar de comidas típicas. “Algo que foi esquecido por tanto tempo na cidade conta agora com uma programação voltada à situação atual”, diz da Silva.

 

Outro evento acontece simultaneamente na cidade, o Novembro Negro: Em memória a Marielle Franco. Realizada pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) da UEPG, a iniciativa abriu na segunda, 19/11 e tem programação marcada até quarta-feira, 28/11, da próxima semana. Vinícius da Silva avalia a simultaneidade dos eventos. “É triste saber que os dois acontecem sem vínculo e é algo para mudar no próximo ano”, afirma. O evento do DCE é voltado a participação acadêmica sobre o tema.

 

Bruno Margraf, membro do Centro Acadêmico Carvalho Santos (CACS), um dos parceiros do evento, afirma que por conta das poucas políticas sociais para negros na UEPG, têm-se uma universidade com pouca pluralidade, algo que o evento quer levantar. “É importante trazer o meio acadêmico para discussão, especialmente numa universidade tão embranquecida”, explica Margraf. Érica de Souza, integrante do Centro Acadêmico João do Rio (CAJOR) concorda com a explicação de Margraf. “Os eventos são necessários, tanto para a Academia quanto para a sociedade, pois é preciso entender a dívida história que temos com a população negra”, completa.