Os contemplados pelos subsídios da Lei Aldir Blanc têm até abril para comprovar como o recurso foi utilizado dentro das previsões da lei em Ponta Grossa. O pagamento de recursos aos artistas e produtores culturais da cidade ocorreu em dezembro de 2020 e o encaminhamento da prestação de contas pode ser feito em até 120 dias. A partir da Universidade estadual de Ponta Grossa (UEPG), uma pesquisa será realizada sobre o investimento cultural resultante do subsídio da lei.
Espetáculo "Calabouço" aparesentado em maio de 2018 no CineTreatro Ópera. Foto: Denise Martins.
O Professor de Jornalismo da UEPG e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de PG, Rafael Schoenherr, coordena a pesquisa de levantamento do alcance da Lei Aldir Blanc de emergência cultural nos Campos Gerais e estado do Paraná, junto ao Grupo de Trabalho de Acompanhamento e Fiscalização (GTAF). Schoenherr explica que, para Ponta Grossa, o Governo Federal repassou 2,2 milhões para investimento na área cultural, contemplando 404 projetos aprovados. “Conseguimos usar praticamente todo o recurso na cidade”, destaca.
Rafael informa que o Conselho Cultural realiza o acompanhamento da prestação de contas para o encerramento da aplicação da lei no município. "O Grupo de Pesquisa em Jornalismo Cultural e Folkcomunicação da UEPG prepara um material para coleta das produções culturais", diz. O jornalista fala que os recursos foram destinados para diversos segmentos culturais com base em quatro editais, e a utilização do auxílio será verificada: "A maioria dos projetos aprovados e desenvolvidos com apoio da lei emergencial Aldir Blanc deve ficar disponível em bases de dados, repositórios e redes sociais".
Para os artistas da cidade, os recursos recebidos surtem efeito. Atriz, produtora e diretora, Michella Albuquerque França faz parte do Grupo Dia de Arte, que foi aprovado no Edital 013/2020 para receber o subsídio emergencial como reconhecimento de grupos culturais pela lei. Michella conta que o dinheiro recebido é um reembolso para as despesas e obrigações do grupo, pois os espetáculos são realizados a partir de investimentos dos próprios artistas. A atriz fala que a lei ajudou, mas ainda não é o suficiente para suprir todos os gastos dos artistas: “Contratos foram cancelados, os artistas estão sem trabalhar e não sabem quando retornarão. São muitas despesas”. Michella conclui que a área cultural precisa ser mais valorizada e os artistas precisam de maior atenção ainda.
Ficha técnica: 
Repórter: Cassiana Tozati
Supervisão: Sérgio Gadini