A loja Território Geek, próxima ao terminal central, se tornou espaço para apreciadores da cultura nerd. Foto: Desirée Pechefist

Rua Tenente Pinto Duarte, número 25. Um lugar que antes era quase deserto virou ponto de encontro de adolescentes e universitários da cidade que se interessam pela cultura nerd. Ali no Território Geek, jogadores se reúnem no espaço que, segundo o proprietário da loja, Diego Juraski, mais parece uma casa de vó. Os jogos de carta, RPG de mesa e as revistas em quadrinhos são um chamariz para este público.

Juraski, que organiza eventos como a “Zombie Walk” em Ponta Grossa desde 2003, conta que diferente das demais lojas que vendem o mesmo estilo de produtos, o local é o primeiro ponto de encontro de apreciadores da cultura nerd da cidade: “Acima de tudo, é um espaço para a galera jogar Card Games, Pókemon, ou ler HQs e se sintam em casa”, afirma o proprietário do ambiente, onde os cômodos se transformaram em salas de competição e interação.

Outra opção para os geeks da cidade é a 'Armada Nerd', na rua Comendador Miró, número 549. Inaugurada no último sábado, a loja também vende, entre outros artigos, RPGs de mesa e camisetas relacionadas a animes e super-heróis.

Um fã de Star Wars, por exemplo, pode acompanhar a estreia do mais novo filme da franquia com uma máscara de Darth Vader, disponível na loja. O gerente do local, Rullyan Vieira, afirma que a ideia no futuro é organizar jogos de RPG de mesa no estabelecimento.

Para ele, o interesse pela cultura nerd cresceu ainda na adolescência, quando teve contato com os RPGs de mesa e os quadrinhos. “Esse tipo de comércio é também uma oportunidade para integrar as pessoas que têm esse interesse em comum”, comenta Vieira.

A loja Armada Nerd vende RPG de mesa e camisetas relacionadas à animes e super-heróis. Foto: Danilo Schleder

Felipe Araújo, ex-professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa e atualmente professor universitário na Alemanha, joga RPG há 23 anos. Comenta que esses espaços são importantes para que as pessoas do meio se conheçam melhor e assim montar os grupos de competição. “O RPG necessita de uma afinidade maior, já que a falta dessa interação entre os jogadores pode resultar em confusões e desentendimentos dentro do jogo”.

Araújo ressalta também a importância do lugar como aglutinador de pessoas que se interessam pelo mesmo tema. “As pessoas que procuram esse tipo de produto, não têm dúvida de onde ir. E quando se reúnem por gostarem do mesmo tema, a interação entre os indivíduos acontece facilmente”, conta o professor que tem cerca de 700 livros de RPG.

O estudante Lucas Trentin joga Card Games desde criança. Ele diz que antes não existia um espaço para essa prática na cidade. “Eu ficava no pátio da Estação Saudade, ou no Shopping Antártica, mas era desconfortável e às vezes pediam pra sair de lá”.

O Território Geek disponibiliza bottons, cartas, camisetas, além de um curso de Mangá que, segundo o dono da loja, pretende valorizar a produção local. “Diferente dos cursos que existem por aí, o nosso intuito é ensinar as noções básicas de anatomia, edição e criação de personagens, para que possamos, a partir daí, criar quadrinhos originais com o pessoal da cidade”, afirma.

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