Torneio estava marcado para março, mas foi adiado por conta da COVID-19

 

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Foto| João Guilherme de Castro/ Lente Quente

 

Após seis meses de atraso por causa da pandemia, o tradicional campeonato de futebol amador de Ponta Grossa deste ano tem data marcada para começar: 12 de setembro, logo após o encerramento do Amador Master, exclusivo para atletas com mais de 35 anos de idade.

Alguns times de Ponta Grossa, como o América, União Campo Alegre (UCA), Santa Paula, Ajax, AABB e União PG, confirmaram presença. De cidades próximas, como Carambeí, vêm duas equipes: uma da Prefeitura e outra particular, além de representante da cidade de Palmeira, o Ypiranga. Até o momento, 15 equipes foram confirmadas, mas são esperados 18 times no total.

Para este ano, a Liga de Futebol de Ponta Grossa (LFPG), junto ao comitê de saúde, está buscando construir as regras de combate ao Covid-19. Ter um representante em cada clube para aferir temperatura, controlar a entrada de pessoas, uso de álcool em gel e evitar aglomerações, são algumas delas.

 

Liga

Romildo Freitas, 57, presidente da Liga de Futebol de Ponta Grossa (LFPG), afirma que o Amador “mexe com a vida de muitos pontagrossenses”. São cerca de 25 a 30 atletas por equipe. Para Cristiano Staichaka, 34, coordenador da LFPG, o campeonato significa a única fonte de lazer para muitos cidadãos. Além disso, “contribui ativamente na mudança social, favorecendo a convivência em grupo e auxiliando na busca de uma sociedade melhor”. O coordenador também vê outros reflexos positivos, como os benefícios para a saúde, a exemplo da redução de riscos de diabetes e pressão alta. “Jogar futebol regularmente melhora a resistência cardiovascular e estimula a circulação sanguínea”, completa.

O presidente da Liga, Romildo Freitas, considera que o campeonato é uma forma de inclusão e, por isso, julga importante a divulgação nos meios de comunicação. “Aquele jovem que acompanha o campeonato e vê que a cada ano está crescendo mais, vai querer participar e jogar. É uma forma de incluí-los no esporte que não tem um custo tão alto como as competições oficiais”, afirma.

Outro ponto que Freitas defende é o futebol como agente social contra a criminalidade. “É muito gratificante ver jovens surgindo e mostrando seus talentos em campo, mas principalmente para evoluir como pessoa. Nosso trabalho deve ser feito em conjunto com esses clubes, para tirar jovens do crime”, pondera. Algumas equipes montam seus times, com atletas de aproximadamente 20 anos, por meio de projetos sociais.

Romildo acredita que a Liga deve incentivar essas equipes, pretendendo também criar um campeonato feminino e categorias de base. “O futebol feminino na cidade está muito esquecido e precisamos dar visão a elas”, diz Staichaka.

 

Social

Outro projeto da Liga para o mês de setembro é estrear o Campeonato Amador sub 17 masculino. O objetivo é garantir experiência e atividade física para os atletas que sonham em serem jogadores de futebol. “Será para eles estarem sempre na ativa. Hoje em dia muitos deles estão só em casa, jogando vídeo game, então queremos proporcionar para a piazada, seu futebol de domingo”, garante o coordenador.

Um dos casos de equipes que articulam o futebol como um projeto social é o União PG. O time, que representa o bairro Dalabona, tem apenas três anos de história. Fundado em abril de 2018 pelo presidente Cleo Nascimento, o projeto era formado por 32 crianças. Hoje possui mais de 570.

O time estreou no Campeonato Amador de Ponta Grossa no ano de 2020. O projeto, que antes assistia apenas os meninos da região da Chapada, hoje forma um time com meninos de todas as regiões da cidade. Para as despesas e taxas, usam o dinheiro de rifas, feijoadas, doações e alguns patrocínios.

Felipe Luiz, 17, atleta do projeto há três anos, conta que graças ao União PG conseguiu oportunidades. “Sempre sonhei em ser jogador de futebol, é a realização de um sonho para um garoto humilde. Nos jogos, vez ou outra, tem olheiros que podem oferecer novos caminhos. Não tínhamos onde jogar e agora o projeto tira um monte de menino da rua e de graça”, afirma.

 

Ficha Técnica

Repórter: Tayna Lyra
Edição e Publicação do Texto: Yuri A.F. Marcinik
Supervisão: Professores Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen