A Prefeitura de Ponta Grossa abriu um concurso para escolher o novo projeto arquitetônico do Mercado Municipal. As inscrições vão de 4 a 13 de outubro, com premiação de 25 mil reais para o melhor projeto. Popularmente conhecido como “Mercadão”, a estrutura se encontra em escombros no centro da cidade e está desocupado desde junho de 2011.

 

 

Ficha técnica:

Repórter e editor: Kathleen Schenberger 

Publicação: Deborah Kuki

Supervisão: Cíntia Xavier, Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Apesar das tentativas, a cidade não conseguiu conter a doença e mais de mil pessoas morreram em um ano

 

No dia 30 de junho de 2021 Ponta Grossa chegou à marca dos 1.115 óbitos em decorrência da Covid-19. De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico divulgados pela Prefeitura, a cidade encerrou o primeiro semestre deste ano com quase 46 mil casos confirmados da doença desde o início da pandemia. Uma das formas de tentar frear o avanço do vírus, foram as medidas de restrição impostas pelos decretos municipais. 

Ao todo, o Executivo publicou 93 decretos desde o dia 16 de março de 2020. A maioria limita a circulação e permanência de pessoas em espaços coletivos, como igrejas e praças, e também reduz os horários de funcionamento dos serviços considerados não essenciais como academias, shoppings, bares, lanchonetes, clubes, entre outros.  

Essas medidas são tomadas pelo Comitê Emergencial da Covid-19 de Ponta Grossa, composto por nove integrantes da gestão municipal correspondentes às áreas econômica, jurídica, educacional, saúde/sanitária, da segurança pública e do gabinete da prefeita. O Comitê de 2021 foi instituído em 05 de janeiro, por meio do decreto 18.240, e atualizado no dia 19 do mesmo mês, segundo o decreto 18.324. 

As determinações restritivas em combate à pandemia são feitas a partir do consenso e da avaliação técnica entre o Comitê, que se reúne semanalmente ou em frequência maior, conforme o aumento do número de casos e da ocupação dos leitos na cidade. Na sequência, a prefeita Elizabeth Schmidt é quem avalia e determina a publicação como ato do Executivo. Caso não haja a aprovação por parte da Prefeitura, o grupo responsável pode reavaliar segundo as solicitações feitas.  

A farmacêutica Bárbara Luiza Mendes Schuinski, especialista em Saúde Coletiva, defende a ideia de um fechamento mais rigoroso para frear a pandemia enquanto toda a população não recebe a vacina. Para ela, as medidas tomadas pela Prefeitura foram ineficazes, visto que os pontos de referência do atendimento a Covid-19 no município permanecem lotados. “Até hoje o cenário é crítico e não tivemos um lockdown de verdade. Se teve, foi quando a cidade contava com um número de casos irrisórios perto do que temos hoje. Depois que houve um surto de casos diários, entende-se que eles largaram a mão”, relata. 

No primeiro mês da pandemia, a Prefeitura chegou a determinar um fechamento mais rigoroso durante 15 dias corridos, de 23 de março a 06 de abril de 2020. O decreto 17.144 previa a suspensão das atividades comerciais e não essenciais que, posteriormente, retornaram de forma escalonada. Após estas primeiras medidas, ao longo de 2020, as demais tratam da restrição de circulação, da capacidade de permanência de pessoas em um mesmo espaço, do toque de recolher e a variação dos horários de funcionamento das atividades não essenciais. Ao todo foram 71 decretos impostos em 2020 e nenhum determinou o fechamento total na cidade. 

Apenas em 2021, devido à elevada taxa de contaminação e lotação das alas covid-19, a Prefeitura voltaria a suspender as atividades não essenciais entre os dias 18 de março e 11 de abril por meio dos decretos 18.765 e 18.797. Na sequência, ações restritivas com menor rigor foram adotadas. Segundo dados divulgados pelo Hospital Universitário de Ponta Grossa (HU), referência ao enfrentamento da pandemia na região dos Campos Gerais, no dia 18 de março deste ano completou-se um mês consecutivo com a lotação máxima das UTIs Covid. Em abril iniciou com 100% de ocupação dos leitos clínicos, de pronto atendimento e, novamente, das UTIs. 

De acordo com o Comitê Emergencial da Covid-19, o que se esperava com essas e outras medidas seria a diminuição da necessidade de atendimentos e ocupação hospitalar por conta da contaminação do vírus, o que não houve. Um mês após a vigência das medidas mais rigorosas, em 11 de maio, o HU continuava com 100% de ocupação dos leitos clínicos e de UTI da Covid. Já o pronto atendimento apresentava 125% de ocupação. 

Mariele de Fátima Leandro, moradora do bairro de Uvaranas, aponta que não se sente segura com os decretos por não serem rigorosos. Além disso, ela afirma que não percebeu fiscalizações constantes nos locais que frequenta. “As pessoas deixaram de respeitar as medidas sanitárias e de distanciamento social quando observaram que não estava havendo fiscalizações frequentes em toda a cidade por parte da Prefeitura”.  

Segundo o Comitê, até o dia 30 de julho deste ano 115 pessoas foram penalizadas em mil reais e 28 mil estabelecimentos foram vistoriados, sendo que 138 receberam multas por não cumprirem as determinações impostas. Dentre as irregularidades estão a ocupação dos estabelecimentos e locais privados acima do permitido, descumprimento do toque de recolher e aglomerações.

No dia 12 de junho deste ano, quando a cidade chegou aos mil óbitos, a Prefeitura decretou luto oficial por três dias em memória e solidariedade às vítimas da Covid-19. Porém, até agora, nenhuma ação mais rigorosa foi tomada para evitar que a cidade ampliasse os números. Em pouco mais de um mês, segundo o boletim do dia 30 de julho, mais de 170 pessoas morreram da doença. Se a estatística se mantiver, em menos de um ano a cidade contará com mais mil mortos.  

A infectologista Gabriela Margraf Gehring aponta que não há nenhuma perspectiva de melhora no cenário pandêmico de Ponta Grossa para os próximos meses. “Enquanto houver aglomerações, sejam em estabelecimentos públicos ou familiares, a falta de orientações por parte da Prefeitura, em conjunto com a não conscientização da população, não iremos avançar até toda a cidade ser vacinada”, conclui.

 

Este texto é parte do conteúdo da edição recém-publicada do jornal-laboratório Foca Livre, produzido pelo 2º ano de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Acesse a edição completa em https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre

 

Ficha técnica

Repórter: Ana Luiza Bertelli Dimbarre

Editor de texto: Cristiane de Melo

Publicação: Maria Eduarda Eurich

Supervisão Foca Livre: Jeferson Bertolini, Rafael Kondlatsch e Muriel Emídio Amaral.

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Número de aplicações passou de 91 mil para 173 mil no período

 

A cidade de Ponta Grossa apresentou um aumento de quase 90% no número de doses aplicadas da vacina contra a Covid-19, entre maio e julho. Em meados de maio, a cidade registrava pouco mais de 91 mil doses aplicadas. No dia 06 de julho, dados da Prefeitura Municipal apontam a aplicação de mais de 173 mil doses. A Prefeitura de Ponta Grossa atribui a aceleração da campanha ao aumento de vacinas repassadas pelo Governo Estadual. O acréscimo possibilitou a vacinação de 49% da população maior de 18 anos com a primeira dose. 

 Caminhoneiro vacinando
Caminhoneiros, ferroviários e trabalhadores do transporte coletivo rodoviário de passageiros foram imunizados com dose única na Estação Arte e no SESR/SENAT

Foto: Assessoria da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa

 

Questionada se o ritmo da vacinação poderá sofrer uma queda e retornar ao patamar dos meses anteriores, a Prefeitura reiterou que as aplicações e a continuidade da campanha de vacinação dependem do repasse das doses pelo Governo Federal. Ainda de acordo com a Prefeitura, o município não tem autonomia para executar outras funções além da aplicação e disponibilização de locais de vacinação. 

 O conselheiro municipal de saúde, Jefferson Palhão, destaca que o critério de distribuição de vacinas seguidos pelo governo estadual são fatores de impacto direto no andamento da campanha de vacinação em Ponta Grossa. “Como o Estado faz para distribuir é algo que gera curiosidade, os conselhos municipais não sabem, as prefeituras não sabem direito quais os critérios e como eles são aplicados, e essa questão está gerando atrito. Porque enquanto alguns municípios estão muito avançados, outros, com populações maiores, estão com a vacinação lenta à espera de vacinas”, afirma Palhão. 

 O conselheiro admite que sem as doses a cidade fica de mãos atadas, pois não há medidas que possam ser tomadas de forma independente quanto à aquisição de vacinas, mesmo que a Prefeitura local tenha a verba para a compra. Por isso, o conselheiro afirma que o foco no município está em garantir a excelência na aplicação das doses. “Eu sempre converso com o secretário de saúde, se as doses chegarem nós garantimos a aplicação o mais rápido possível. Se precisarmos, contratamos mais aplicadores. O problema não são os profissionais e sim a distribuição das doses”. 

 

 Governo estadual

A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) divulgou no dia 24 de junho uma mudança na distribuição das doses junto ao novo cronograma de vacinação do Paraná. Segundo a SESA, a nova estratégia tem o intuito de equilibrar a imunização nas faixas etárias. Assim, cidades que apresentam atraso ou lentidão na vacinação conseguem alcançar os municípios que já avançaram no calendário.

A SESA afirma que a decisão é uma medida técnica que será realizada pela equipe. Seguindo a nova estratégia, que leva em consideração uma estimativa de recebimento semanal de doses do Ministério da Saúde, o Estado do Paraná pretende igualar a vacinação em todos os municípios até o final de agosto. 

A Secretaria orienta as cidades a realizarem uma busca ativa daqueles que já tomaram a primeira dose, dentro do prazo estipulado para a segunda aplicação, a fim de acelerar a imunização. A SESA também espera a rápida e eficaz aplicação das remessas que chegam às cidades.

Segundo dados das prefeituras, em comparação com municípios paranaenses com população similar, Ponta Grossa apresenta um total de doses aplicadas inferior em relação a Cascavel, onde foram aplicadas mais de 184 mil doses, número superior a São José dos Pinhais, com mais de 140 mil doses.

 

Ficha técnica

Reportagem: João Gabriel

Edição e Revisão: Larissa Onorio, Tayna Lyra

Publicação: Tayna Lyra

Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen

A medida faz parte das dez ações para retomada econômica e social da cidade. O objetivo do programa é auxiliar as famílias necessitadas priorizando a segurança alimentar durante a pandemia.

 

Ficha Técnica:

Repórter: Isadora Ricardo

Edição: Bettina Guarienti

Publicação: Maria Fernanda de Lima 

Supervisão: Paula Melani Rocha

A Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa lançou edital de ocupação das unidades culturais para transmissão de lives. O Ocupa PG permite que artistas usem estes espaços para divulgarem seus trabalhos.

Ficha técnica:

Repórter: Kadu Mendes

Edição: Heryvelton Martins

Publicação: Kauana Neitzel

Supervisão: Paula Melani Rocha