Roberto Ferensovicz, atual presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ponta Grossa, comenta que espera canal de diálogo mais efetivo com o próximo gestor municipal. Em entrevista concedida nesse domingo, 15, ao Portal Periódico, Roberto comenta que espera que o próximo prefeito ou prefeita abra maior canal de diálogo com os servidores. “Sempre buscar primeiramente o canal de diálogo” para evitar a judicialização, mas lamenta que “nos últimos anos não tivemos esse canal”.

O presidente do SindServ aponta que a previsão para os próximos anos é de dificuldades com as contas públicas por conta da pandemia, mas ressalta a necessidade de reposição salarial dos servidores municipais e a diminuição dos cargos comissionados.

“Comparando com outros municípios de médio e grande porte, consideramos um número elevado de cargos comissionados em Ponta Grossa”. O presidente do SindServ ressalta que houve aumento no número de cargos comissionados nos últimos anos, inclusive durante a pandemia. Ele comenta que “existe um problema de legalidade” pois o município extrapolou o limite permitido de comissionados em relação aos servidores efetivos.

De 2016 até 2020 foram mais 200 novos cargos em comissão. O SindServ denunciou o caso junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE). O presidente também considera que é um “número exagerado principalmente para o momento de pandemia”.

Ainda elenca que a pandemia deixou evidente que “temos déficit de servidores em especial na saúde e na educação” e a prática de estender as jornadas e pagar hora extra aumenta o gasto do município em cerca de R$ 400 mil por mês. A solução para reduzir gastos e a sobrecarga para os servidores, em seu ponto de vista, estaria na contratação de servidores efetivos. Também denuncia que “em alguns momentos, utilizou-se mão de obra de estagiários”.

Lembra também que a próxima gestão terá que lidar com os efeitos da pandemia sobre saúde e educação, pois com a pandemia, muitos pais transferiram os filhos para o ensino municipal e dessa forma a demanda por profissionais e condições de trabalho tende a aumentar. Relata que a jornada dos professores do município acaba maior no trabalho à distância em virtude da necessidade de disponibilidade para conversar com pais de alunos que trabalham durante o dia todo e precisam fazer contato durante à noite, por exemplo.

Outro ponto levantado pelo presidente é que as promessas de campanha dos candidatos precisam ser cumpridas, uma vez que, do contrário, “quem sofre é o trabalhador lá na ponta”, que espera por melhores condições de trabalho.

Ficha Técnica

Repórter: Alexandre Douvan

Edição: Professores que ministram as disciplinas práticas do curso