Uma pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada no fim de julho deste ano, revela que Ponta Grossa registrou 23.342 admissões no primeiro semestre de 2021. Trata-se de um volume 15,7% maior que em igual período de 2020, quando registrou 20.173 admissões. Mas, assim como as admissões, o índice de desligamentos no município também sofreu aumento neste ano: 1.334 a mais em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Professora de Economia na UEPG, Augusta Raiher afirma que, mesmo com os efeitos da Covid-19 na geração de empregos em Ponta Grossa, o município obteve resultados positivos durante a pandemia. “O efeito negativo da covid-19 se deu em meados de abril do ano passado, mas o mercado de trabalho pode se recompor nos meses seguintes, reagindo bem ao período crítico da pandemia’’, aponta.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, estima que o Paraná alcançou a marca de 553 mil desocupados no estado durante o primeiro semestre de 2021. O Instituto também revela que o Brasil alcançou 14,6% da população desempregada neste ano. É a segunda maior marca da série histórica do IBGE iniciada em 2012, apenas ficando atrás do primeiro trimestre deste ano, que totalizou 14,7%.

Foto por Vinicius Sampaio

Foto: Vinicius Sampaio

 

Procura

Thais Lins conseguiu um emprego em julho deste ano, mas revela que enfrentou dificuldades para encontrar um emprego. Segundo ela, demorou três meses para que conseguisse um trabalho formal em algum estabelecimento. “Foi difícil encontrar um emprego porque queriam alguém com experiência no cargo’’, diz. Durante o período, a procura de Thais se deu principalmente nas áreas de vendas e administrativo. Desde julho, ela trabalha como atendente em uma loja de bijuterias, no Jardim Carvalho.

Uma jovem que preferiu não ser identificada conta que está à procura de um trabalho há cerca de três anos. ‘’Procuro um emprego desde 2018, como jovem aprendiz primeiramente, mas nunca consegui. Procuro trabalho fixo há dois anos e também não consegui nada’’, relata. 

Ela afirma que uma das dificuldades na procura por um emprego é a exigência de empresas por pessoas com experiência. “Quando aparece alguma vaga é para quem tem experiência e quando não exigem isso, fazem trabalhar como freelancer, mas não têm paciência para explicar", revela. Além de seguir à procura de um trabalho formal, ela atualmente faz alguns trabalhos freelancers e também recebe a ajuda de familiares para conseguir se manter.

 

Esta reportagem faz parte da edição comemorativa de 30 anos do jornal-laboratório Foca Livre. Leia o conteúdo completo clicando aqui 

 

Ficha Técnica

Repórter: Vinicius Sampaio

Edição: Maria Eduarda Ribeiro

Publicação: Larissa Godoi

Supervisão de Produção: Jeferson Bertolini, Cândida de Oliveira e Muriel Amaral

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen