Atividades práticas do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) retornam no segundo semestre de 2021. A UEPG oferece consultas para comunidade nos laboratórios de Odontologia. Segundo a coordenação do curso, os laboratórios seguem protocolos de segurança, as turmas foram reduzidas de 30 para em média 15 estudantes por aula e foram acrescentados novos EPIs para a segurança dos alunos. Porém, cerca de 120 estudantes ainda não receberam a primeira dose, e com isso muitos alunos se mostram preocupados com o risco de contaminação.

 

 

 

Ficha técnica:

Repórter: Kathleen Schenberger

Publicação: Lucas Müller

Supervisão: Cíntia Xavier, Marcos Zibord e Maurício Liesen

O último dia da XVI Semana de Integração e Resistência aconteceu nesta quinta-feira (26) e apresentou o tema “Fake news e a descredibilização do jornalismo”. A live contou com a participação de Kyene Becker da Silva, repórter do site Boatos.org, e Sérgio Lüdtke, editor-chefe do Projeto Comprova e coordenador de cursos da Abraji, e teve mediação da estudante do quarto ano de jornalismo Emanuelle Salatini.

O evento teve início com a fala de Kyene Becker, que destacou a história do site Boatos.org e como está sendo o trabalho dos repórteres que nele atuam, especialmente no último ano, com tudo que aconteceu em relação a pandemia e a política.  A jornalista destaca que o site surgiu em 2013 e foi fundado pelo jornalista Edgard Matsuki. A ideia nasceu da observação do jornalista sobre a crescente curiosidade das pessoas pelas correntes de internet e boatos. Becker ressaltou que no primeiro mês da pandemia,  o site recebeu cinco vezes mais acessos do que a média mensal. Ao longo da pandemia foram desmentidas mais de oitocentas notícias falsas que tinham como assuntos mais recorrentes os remédios sem eficácia (tratamento precoce) e as vacinas. 

Kyene também destacou os problemas, impactos e soluções em relação às fake news, dentre os problemas citados pela jornalista estão o combate a pandemia baseado em critérios não-científicos, a descredibilização da mídia e o acirramento da polarização política. A função do serviço de fact-checking também foi abordada na fala da jornalista, segundo ela, monitorar e denunciar as informações falsas são as principais atribuições, desmentindo falácias com base em critérios jornalísticos. 

Já Sérgio Lüdtke, ressalta que o projeto Comprova foi criado em parceria com a Abraji e que começaram as atividades nas eleições de 2018. Lüdtke relatou que dez semanas antes do pleito, foram recebidos pelo whatsapp mais de dez mil arquivos para verificação. A coalizão formada pela Abraji também atuou na verificação de conteúdo sobre políticas públicas vinculadas ao Governo Federal que tiveram muita repercussão. O jornalista contou que de certa forma, a verificação sempre acaba levando junto o boato, mas com cuidado para não dar amplificação para o fato, e que hoje, eles verificam conteúdos que envolvem pandemia, políticas  públicas do governo federal e os desdobramentos da próxima eleição. O Comprova é conhecido por ser um projeto de verificação e funciona de forma colaborativa, composto atualmente por 32 veículos.

Amanhã o evento tem continuidade com a oficina “Social Media”, às 10h, e às 14h com a oficina “Cobertura fotográfica: Técnicas, critérios e desafios da seleção de imagens jornalísticas”. O evento é realizado pelo Centro Acadêmico João do Rio (Cajor), do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O segundo dia da XVI Semana de Integração e Resistência aconteceu nesta quarta-feira (25) e apresentou o tema “Crises Sanitárias: CPI e Vacinação”. A live contou com a participação de Cássia Miranda, repórter de política do jornal O Estado de S. Paulo, e teve mediação do estudante do terceiro ano de jornalismo Leonardo Duarte.

O evento teve em seu início, uma fala introdutória de Cássia sobre o que é, qual o seu papel e como funciona uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A CPI é um mecanismo previsto na Constituição Federal e tem função fiscalizadora,  podendo ser aberta tanto no Senado Federal quanto na Câmara dos Deputados. Para que a comissão seja criada é preciso que um Senador ou Deputado apresente um requerimento, que precisa ser aprovado por um terço do Senado ou 171 Deputados, dependendo da casa na qual foi proposta.

A jornalista relatou o funcionamento de uma CPI e as experiências da cobertura em uma grande redação. Um trabalho realizado em equipe, rico em detalhes e informações em tempo real “Sou muito detalhista, acompanho atualizando, inserindo fotos, vídeos e sinalizando as partes mais importantes”, contou a jornalista. Cássia também compartilha a importância da checagem de informações. “Nem todas as informações podem ser checadas, pois se tratam de opiniões, por isso sempre buscamos fontes confiáveis como a Organização Mundial da Saúde, histórico, pesquisas e bulas de remédios”. 

Para Cássia a CPI é um desafio diário, pela quantidade de fontes, informações e interesses, e pela quantidade de pessoas envolvidas. “Torna mais difícil entender com clareza a opinião de cada um dos participantes, é um desafio, porém tentamos deixar bem claro no texto, é uma tarefa muito árdua”, disse a jornalista. 

Amanhã o evento tem continuidade em seu terceiro dia, com a oficina “Jornalismo Investigativo” que contará com a participação do jornalista Mauro König,  às 10h. Às 19h tem início a live “Implicações para o jornalismo: Fake News e Descredibilização” com os convidados Kyene Becker e Sérgio Lüdtke, com transmissão pelo Youtube e Facebook do Cajor. O evento é realizado pelo Centro Acadêmico João do Rio (CAJOR), do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

A XVI Semana de Integração e Resistência teve início nesta terça-feira (24) e trouxe o debate a respeito das Instabilidades Institucionais. A live de abertura do evento contou com a participação das cientistas políticas Dâmaris Burity e Mariah Sampaio e da jornalista Marina Iemini Atoji, com mediação da estudante do segundo ano de jornalismo, Leriany Barbosa. Este ano o evento completa 16 anos e traz como tema ‘Brasil Desgovernado: As crises sanitárias, instabilidades institucionais e as implicações para o jornalismo’. 

O painel teve início com a fala de Mariah Sampaio, que destaca a internet como esfera de debate. A cientista aponta que apesar de estar crescendo, a internet não chega para todos da mesma maneira e isso causa um impacto sobre como as pessoas recebem as informações. Além disso, a hiperconectividade que vivemos hoje, gera uma sobrecarga de informação. Mariah também aborda sobre os algoritmos, que nos coloca em bolhas e dão a falsa sensação de que consumimos as mesmas informações. 

A painelista Dâmaris Burity abordou a importância da mídia em divulgar e popularizar as atividades produzidas pelos estudantes das universidades. Além de problematizar as discussões sobre o voto impresso, que para a cientista, significa facilitar o controle e intervenção de agentes internos sobre a população. Como a maioria dos brasileiros se encontram nas classes D e E, a segurança de quem apresenta-se em vulnerabilidade social está no voto por meio das urnas eletrônicas.

Dâmaris destaca que a instabilidade social não começou agora, e as características que atravessam os marcadores sociais vão desde as pessoas não terem o que comer, acesso a educação, água encanada, esgoto, entre outros fatores, sendo um reflexo da instabilidade social, que nos próximos meses também serão perceptíveis.

Já Marina Iemini Atoji, ressalta os ataques constantes aos jornalistas e ao jornalismo atualmente. Ela também afirma que a imprensa é um pilar da democracia, porém percebemos que a Instituição está em crise, que afeta desde o investimento no jornalismo até em como os jornalistas são vistos. A crise institucional atual também gera efeitos na credibilidade e integridade da imprensa. Por fim, Marina aponta que a relação entre as instabilidades institucionais e o jornalismo, torna a profissão mais difícil, mas também a torna mais fundamental e importante, além de fazer com que ganhe mais relevância e peso.

Amanhã o evento tem continuidade com a oficina “Jornalismo de Dados”,  às 10h, e às 19h com a live “Crises sanitárias: CPI e Vacinação”, com transmissão pelo Youtube e Facebook do Cajor. O evento é realizado pelo Centro Acadêmico João do Rio (CAJOR), do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

É com pesar que os cursos de graduação e mestrado em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa recebem a notícia da passagem do professor Nilson Lage, ocorrida na noite de ontem (23/08). O professor tratava de um câncer no pulmão há dois anos.

Nascido em 1936, Lage iniciou sua carreira no jornalismo em 1955 e no ensino em 1971. Como jornalista, atuou em jornais como Diário Carioca, Jornal do Brasil e Última Hora, acompanhando o processo de modernização da imprensa brasileira.

Mestre em Comunicação e doutor em Linguística e em Filologia, trabalhou como professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal de Santa Catarina, onde se aposentou em 2006 após 50 anos de atividade profissional, passando então a colaborar de forma voluntária com o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo na mesma instituição.

Autor de extensa produção bibliográfica do campo do jornalismo no Brasil, com mais de uma dezena de livros publicados – entre os quais Ideologia e Técnica da Notícia (1979) e Controle da opinião pública: um ensaio sobre a verdade conveniente (1998), que se tornaram clássicos na área - o professor Nilson Lage analisava as atuais mudanças estruturais da profissão como um processo complexo e antigo.

Como professor e jornalista, Nilson Lage é uma grande referência para o Jornalismo brasileiro e deixa um legado para a área. Aos amigos, familiares e colegas que conviveram com ele, nossos sentimentos.