League Of Legends, ou simplesmente LOL, tem mais espaço para competições e aumento de visibilidade na cidade
O jogo virtual League Of Legends entra como modalidade pela primeira vez nos Jogos Estudantis de Primavera de Ponta Grossa, os quais envolveram mais de 30 instituições, desde o ensino médio à faculdades. Neste ano vieram competidores da UFPR, Unioeste, Unicuritiba, PUC Curitiba, UP, UTFPR Curitiba, além das instituições locais, UEPG, Unisecal e UTFPR. Isso mostra o crescimento do jogo virtual na cidade, assim como a quebra do estereótipo de ser apenas um entretenimento online para jovens, conforme destaca o presidente do clube de eSports da UEPG, Matheus Oliveira Alves.
Basicamente o LOL consiste em um jogo eletrônico de estratégia, em que dois times com cinco jogadores competem para destruir a base do inimigo. Em Ponta Grossa, existem dois times universitários que competem dentro e fora da região: os Insanes, da UTFPR, e a UEPG Hawks. O último completou dois anos de fundação em outubro deste ano e participa de competições nacionais.
Por ser uma modalidade diferente de outras, como vôlei, basquete e xadrez, há pessoas que ainda se perguntam se é, de fato, um esporte. “Do ponto de vista teórico, o esporte tem organização burocrática, regras definidas, competição, situação de igualdade, e, portanto, o LOL se enquadra em todas as categorias e pode ser considerado um esporte moderno”, explica o professor de Educação Física da UEPG, Miguel Arcanjo. Além disso, os eGames são uns dos maiores nichos esportivos do mercado atualmente por ter mais adeptos. O professor ainda diz que há projetos para avançar na modalidade na cidade.
Os campeonatos tomaram força na cidade neste ano. Além dos Jogos da Primavera, houve um torneio no meio do ano de x1 de LOL. Quanto ao funcionamento, se assemelha a de outras modalidades de esportes, como a elaboração de táticas, esquemas e estratégias para tentar vencer. A única diferença é o espaço em que ocorre, por ser totalmente online.
Árbitro coordenador dos Jogos da Primavera neste ano, Alves relata a importância da visibilidade positiva que o LOL tem ganhado, principalmente por ter sofrido preconceito por ser eletrônico e “fazer mal” fisicamente e mentalmente: “O eSports desenvolve a mente, habilidade, pensamento rápido. Repercussão grande, como essa, pode fazer com que a visão das pessoas mude, que aceitam melhor os players, que os admirem por habilidades que adquiriram durante o jogo”. Alves diz que a presença de competições gera uma série de benefícios, pois, além do bom reconhecimento do jogo, a comunidade produz entretenimento e turismo.
O estudante de Direito da UEPG, Igor Jaworski, joga desde 2012, mas competiu pela primeira vez nos Jogos da Primavera. O atleta comenta que o LOL permite que pessoas que não gostam de esportes de quadra, possam competir de uma outra maneira. “Ele [jogo eletrônico] está muito ligado à geração nova de 2002/2003. Trazer uma opção para o pessoal que não gosta de um jogo de quadra e de campo e poder representar sua escola, curso ou time é uma opção bacana”.
Há dois lineups: um principal e um academy. Os acadêmicos preenchem formulários e têm o nível de habilidade avaliados. Os que mais se destacam são chamados ou para compor uma das lineups, ou para alguns testes. Uma vez entrando na lineup, o atleta começa a treinar junto com a equipe, tendo então manager, técnico e pessoas por trás que estudam o cenário e elaboram treinos para a equipe melhore e se adapte sempre que surgir um cenário mais atual. Os treinos são constantes e sempre há uma comissão técnica que orienta as modalidades.
Ficha técnica:
Reportagem: Denise Martins
Edição: Luiza Sampaio
Supervisão: Professores Angela Aguiar, Fernanda Cavassana e Ben-Hur Demeneck, Hebe Gonçalves e Rafael Kondlatsch