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Crítica de Ponta

 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você

 

 

 

CINEMA

 

Atypical trata com leveza vida de adolecente com autismo

 


A série original da Netflix, Atypical lançada em agosto de 2017 recebeu a quarta e última temporada em 9 de julho de 2021. Protagonizada por Sam Gardner, um adolecente autista que enfrenta situações normais do cotidiano, como trabalhar, ir à escola, convivendo com amigos e familiares. Narrada pelo ponto de vista do personagem principal, a série objetiva mostrar as capacidades e limitações do protagonista e, principalmente, o modo próprio de interpretar as coisas.
A série também aborda outros ângulos do autismo, como por exemplo os pais de crianças na história, terapeutas especializados e grupos de inclusão.

Sam Gardner Foto de divulgação Netflix

 

Sam Gardner | Foto de Divulgação

 

Em Ponta Grossa, uma cidade com cerca de 355 mil habitantes, a população conta com apenas 7 psicólogos especializados na área, um número relativamente pequeno em comparação ao tamanho da cidade. Para inclusão do autista na sociedade existe a Associação de Proteção ao Autista (APROAUT), fundada por pais de crianças autistas, que objetiva realizar o atendimento especializado às pessoas e ajudar outros responsáveis a entender as necessidades dos autistas, atendendo em média 160 pessoas na Cidade.
A série Atypical se torna importante para entender o assunto, pois o roteiro trata com clareza o dia a dia do autista, contribuindo na qualidade de vida do adolescente, ao invés de resumi-lo à condição específica, em todos os graus de intensidade, assim como na série de Good Doctor, protagonizada por um médico autista que enfrenta os próprios problemas e demonstra superação.

 

 

Por Marcella Panzarini

 

Serviço:
Série: Atypical
Direção:Seth Gordon
Produção:Jennifer Jason Leigh
Ano: 2017- 2021
Distribuição: Netflix

 


 

GASTRONOMIA

 

Em evento de aniversário ‘Onde Comer PG’ oferece promoções e divulga gastronomia local

 


Com a pandemia, vários setores do comércio foram afetados. Um deles foi a gastronomia, impactada pelo isolamento social, que encontrou uma alternativa com o delivery. Ao comemorar três anos (em setembro/2021) nas redes sociais, a página ‘Onde Comer PG’, mantida pela jornalista Silvia Cordeiro, divulga e avalia diferentes restaurantes e locais para comer na cidade.
Nas publicações a página avalia espaços da gastronomia local, cada postagem acompanha fotos e um pequeno texto descrevendo os pedidos, valores e a experiência com a comida. Para muitos, pedir algo de fora é um investimento, e um serviço que a página faz ao público é mostrar o preço e o quanto a porção serve.

 

lucas

 

Imagem de divulgação da promoção Créditos: Onde Comer PG

 

Para comemorar o terceiro ano, ‘Onde Comer PG’ reuniu diversos restaurantes e locais gastronômicos da cidade para oferecer promoções e descontos. Durante os dias 21 de setembro a 20 de outubro os seguidores da página vão encontrar descontos que variam de 5% a 15% em pratos específicos ou todo o cardápio do restaurante, dependendo da política de desconto do estabelecimento.
As promoções abrangem restaurantes, hamburguerias, pizzarias e bares, incluindo variados segmentos de consumidores, o que inclui locais com opções fit e vegetarianas. Durante os três anos da página, ela sempre buscou apresentar um local novo ao público ponta-grossense e com a promoção, além da divulgação, a página oferece um preço reduzido para que os seguidores experimentem as recomendações. O evento e as promoções garantem a divulgação dos restaurantes e incentivam a movimentação do setor gastronômico, que ainda não se recuperou completamente dos efeitos da pandemia.

 


Por Lucas Müller


Serviço:
Página do Instagram: @ondecomerpg
As promoções de aniversário estarão disponíveis a partir do dia 21/09/2021 até 20/10/2021

 


mídia regional art

 

Frieza na apresentação de números desumaniza cobertura jornalística na pandemia

 

 

Ultrapassada a barreira dos 500 dias do primeiro caso confirmado de Covid-19 em Ponta Grossa, parece que a população se habituou aos dados. Sejam eles estatísticas, números de casos ou simplesmente um obituário. Idade, sexo, bairro são os dados mais comuns em notícias, notas, realeses e qualquer outra produção de mídia que trate do tema. Números, sem contexto, apresentam quantos indivíduos testaram positivo para a doença, quantos não resistiram e foram a óbito, quantos estão em investigação, quantos estão internados, e ao final os números totais de mortos e de contaminados.
A falta de um cuidado, nada que torne o trabalho difícil, ao tratar da morte de pessoas parece não existir. A conformidade com a atual situação, onde o normal ao final do dia passa a ser informar quantas pessoas se foram, com idades e características diferentes, tornou-se parte da rotina de sites regionais. A falta de contexto e análise, principalmente, chamam a atenção. Boletins divulgados pelas prefeituras são replicados. Sem qualquer conteúdo adicional, a informação se torna apenas um indicador frio. Números, gráficos, telas, meras formalidades de um padrão que altera apenas os números e não explica como a situação atingiu o status atual.

boletim

 

Há a necessidade de trabalhar e analisar os dados repassados pelo Poder Público, pois republicar os dados não agrega em nada a informação previamente divulgada |

Imagem: Divulgação Fundação Municipal de Saúde

 

Em Ponta Grossa, o padrão segue à risca os itens acima indicados. Ao analisar notícias sobre o número de casos ao longo da pandemia, no portal DC Mais a impressão que fica é da utilização de um texto pré-existente que é apenas atualizado com dados do dia da publicação.
Elementos como a verificação das informações ao citar a Fundação Municipal de Saúde ou a Prefeitura no início dos textos, um lide com o dado que chama mais atenção seja número de casos, grande ou pequeno, o número de mortes ou a taxa de ocupação dos leitos de UTI e um texto curto que normalmente não ultrapassa os quatro parágrafos estabelecem os padrões do modo de noticiar o assunto no portal. Apenas para ilustrar, a última publicação do portal até o fechamento desta crítica continha um parágrafo, sintetizando os dados aqui citados.

 


Por João Gabriel Vieira

 

Serviço:

Para acessar os mesmos dados apresentados pelo portal basta acessar o site da Prefeitura de Ponta Grossa e procurar pelo boletim epidemiológico do dia.

 


 

EXPOSICAO

 

Exposição Ontologia da arte destaca experiências de estudantes da UEPG

 



O espaço de exposições virtuais do curso de licenciatura em Artes Visuais da UEPG está disponibilizando para visita virtual à exposição Ontologia da arte. São 12 obras produzidas por estudantes do primeiro ano do Curso. Segundo a introdução da amostra, o objetivo dos alunos é representar, imageticamente, o conceito próprio com as experiências individuais do significado da arte.
Dentre as produções artísticas, os estudantes exploram a fotografia, grafite, pintura digital, desenho digital, acrílico sobre tela e lápis de cor sobre o papel. Por mais que algumas obras foram realizadas através da mesma técnica, uma é diferente da outra e explora conceitos diferentes de arte.

Reprodução do site

 

Imagem: Reprodução do site

 

Um dos exemplos é a obra Cocarte da autoria de Amanda Franczak. É uma fotografia de duas mãos segurando um coco cortado ao meio e dentro da fruta está pintado com tinta o mar durante a noite, com a lua cheia, espelhada na água. As mãos que aparecem na foto estão com riscos nas cores das tintas usadas. A aluna usa a pintura para compor a fotografia na peça.
De acordo com a professora Júlia Souza, orientadora da exposição, ainda não há proposta de uma futura exposição presencial, mas é algo que pretende propor aos estudantes quando as aulas retornarem na modalidade presencial. Em relação ao comércio da exposição, a professora afirma que não existe o interesse em comercializar as obras, por se tratar de um exercício criativo de profissionais em formação.

 


Por Rafael Piotto


Serviço:
Para visitar a exposição virtual, disponível no site do curso de Artes Visuais, basta acessar
https://www2.uepg.br/licenciatura-artes-visuais/exposicao-virtual/

 


 

LITERATURA

 

Projeto PG na estante pode ser um ‘cavalo de troia’ aos escritores da Cidade

 



Lançado em junho deste ano, o projeto “PG na Estante” da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa (FMC) busca aproximar escritores de leitores da cidade a fim de valorizar e integrar o público com as produções artísticas locais. A maneira como o projeto visa a aproximação é com a doação, pelos escritores, de exemplares de suas obras ao acervo da Fundação de Cultura, localizado na rua Julia Wanderley, centro de PG.
Apesar das nobres intenções, o projeto possui uma proposta que, do modo como foi planejada tem uma contradição que é impossível ignorar. Ao pedir aos autores para doar as obras, ao invés de comprá-las ou oferecer algum tipo de ressarcimento, mesmo que simbólico, a fundação indica que o trabalho dos profissionais da arte e cultura não tem valor suficiente para serem tratados com o esperado respeito que qualquer produto e produtor culturais merecem.

Pg na estante PUB

 

Divulgação da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa

 

O projeto “PG na Estante” da FMC revela em sua proposta um certo preconceito e descaso com o setor cultural na Cidade. De que a arte não tem o mesmo valor moral ou profissional que postos de trabalho e outros produtos culturais mais tradicionais, mesmo que exerça papel fundamental na vida humana. A proposta soa como um cavalo de tróia à comunidade artística. Embora se anuncie como um presente, o projeto desvaloriza o esforço que muitos autores fazem ao arcar em partes com os custos de publicação das obras.
Por ironia, o projeto foi lançado próximo do Dia do Escritor (29 de junho), o que só agrega um tom de cinismo e deboche diante dos esforços da comunidade artística para divulgar produções autorais.

 


Por Yuri A.F. Marcinik


Serviço:
Aos autores interessados em colaborar com o projeto “PG na Estante”, basta entrar em contato via telefone no número 3220-1000 – ramal 2088.

 


 

 

MUSICA

 

Da aflição à calmaria, no “Isolamento” da Hoovaranas

 


Uma música para o isolamento! Este é o tema da recente produção da banda Hoovaranas. Eric Santana, Rehael Martins e Jorge Bahls formam, desde 2018, o trio de rock instrumental Hoovaranas. Influenciados pelo rock clássico e, também, pela tendência do shoegaze, o grupo ponta-grossense lançou, em abril de 2020, o EP Isolamento, gravado em três dias com uso apenas de violões e captação por meio de celulares.
O disco é composto por oito faixas, onde a narrativa é construída através dos títulos e climas gerados na produção. “CONVITE-19” abre o trabalho e explicita o teor do EP: o título faz referência à condição que a pandemia impôs às pessoas. Com teor sombrio, mas sereno, o disco se forma coeso e constante em colagens, efeitos e compassos alternados.

hoovaranas

 

Da esquerda para a direita: Rehael Martins, Eric Santana e Jorge Bahls

 

No rock instrumental, o arranjo e a melodia revelam responsabilidade autoral e ficam evidentes as sensações que causam. Ouvintes sensíveis podem sentir a agonia em melodias que criam, de forma certeira, um clima de tensão. Isolamento traz uma atmosfera de medo, preocupação e, ao mesmo tempo, certa calmaria caseira promovida pelo isolamento. A introspecção também é evidenciada no título da faixa “Olhar Para Dentro”.
Passadas as “Saudades” (terceira faixa) sentidas com o distanciamento imposto pela pandemia, “Sintoma” e “Contratempos” podem descrever tanto alguém infectado pela doença, quanto a ideia de outro problema desenvolvido por estar, justamente, em isolamento. Em ambos os casos, as faixas trazem a narrativa de quem se isolou durante a pandemia, seja para se proteger ou para não infectar outras pessoas. “Instinto” e “Ventania” mantêm o clima reflexivo da obra, com leves momentos alegres na melodia. Por fim, “Descartável” fecha o disco como um tema encerra o filme que não necessariamente termina bem. O fim ‘seco’ da faixa em crescente clímax deixa o ouvinte em tensão acumulada. O disco é certeiro na mensagem, minimalista na produção e belo no resultado.

 


Por Cássio Murilo


Serviço:
Álbum: Isolamento
Lançamento: 15 de abril de 2020
Artista: Hoovaranas
Duração: 22:38
Endereço: https://www.youtube.com/watch?v=csJRC2QLbpk&list=PLUyvpZq14fgbhV70j0qP5TKFfk_Kd-v39&ab_channel=hoovaranas