Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você! 

 

Caminho da despedida é um problema em cemitérios de PG

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Espaço estreito de corredores que dão acesso a túmulos dificulta a mobilidade no local. Foto: Laura Urbano

Irregularidades nas calçadas e falta de planejamento são alguns dos obstáculos na acessibilidade local

Quando há a perda de alguém, o enterro é o momento de despedida, o caminho até o túmulo marca os últimos instantes, onde todos os que estão presentes expressam amor, saudade e dor. Mas estes “todos” podem ter algumas exceções.

A gestão do espaço público em Ponta Grossa dificulta a marcha e chegada para alguns, devido aos corredores estreitos, calçadas danificadas e até objetos, que se tornam obstáculos para aqueles que desejam se despedir e não conseguem por causa da falta de acessibilidade, como é o caso do Cemitério São João Batista, no bairro de Uvaranas.

Nos corredores principais do local há um amplo espaço, por onde é possível mais de três pessoas caminhar com facilidade. A calçada, mesmo que irregular, possibilita a passagem de cadeirantes ou pessoas com dificuldade de locomoção. Entretanto, nos corredores secundários, que abrem passagem para os demais túmulos, o espaço é estreito, evidenciando uma falta de acessibilidade e uma forma de descaso na gestão do espaço público que apresenta falhas na inclusão.

Em momentos delicados como a perda de alguém próximo, todos possuem o direito de participar da cerimônia de despedida. Preocupações com mobilidade e deslocamento não devem, ou ao menos não deveriam, estar na lista de pensamentos das pessoas presentes. A constatação, aqui, diz respeito ao Cemitério São João Batista, mas pode servir para avaliar a gestão pública de outros cemitérios da cidade. O mínimo esperado para tais ambientes é um caminho adequado para os passos de despedida. É tempo de aguardar e cobrar responsabilidade pública no planejamento e distribuição dos espaços de cemitérios em Ponta Grossa.

Por Victória Sellares

Serviço:

Cemitério São João Batista - R. Quinze de Setembro, 323 - Uvaranas / Ponta Grossa. 

Escassez de editais públicos para audiovisual em PG desafia profissionais

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Edital para produção de vídeos em curta-metragens na Cidade. Foto: Maria Helena Denck

Secretaria Municipal de Cultura lançou só dois chamados de projetos em 2022

Para quem mora em Ponta Grossa, ou mesmo para quem somente visita em um sábado durante a noite, a impressão é de que a cidade é um paraíso aos amantes da arte. A cena local possui produtores de música, artes visuais e audiovisuais. Para quem gosta do assunto, sabe que talento é o que não falta por aqui e compreende também que nenhum cenário artístico floresce e sobrevive sem incentivo, principalmente o financeiro. Uma das formas que os artistas encontram para financiar suas obras são os editais da Secretaria Municipal de Cultura.

Uma das áreas que precisa de auxílio financeiro para produção é a do audiovisual. Gastos com equipamentos, equipe de apoio e a própria mão de obra artística custam dinheiro e tempo. Em 2022, até o mês de Novembro, a Secretaria de Cultura lançou apenas dois editais que tratam especificamente de produtos audiovisuais: um para projetos de curta-metragens e outro para projetos cine-foto-vídeo.

Alguns pontos se assemelham entre os dois editais. Primeiramente, o valor destinado para os dois é o mesmo, de 30 mil reais. Requisitos aos participantes, como moradia comprovada em Ponta Grossa por pelo menos 6 meses antes da divulgação do edital também se repetem nos dois documentos. É interessante notar que, nos casos específicos de apoio às obras audiovisuais, o tempo das obras é curto: de 1 a 10 minutos, combinando ambos os editais. E o mesmo acontece com o valor proposto para cada projeto. O prêmio aos vencedores pode variar de 1 mil a 10 mil reais, dependendo da classificação e do edital selecionado. Nos dois casos, a seleção considera quesitos como originalidade, qualidade e relevância cultural.

Em 10 meses, a quantidade de editais para obras audiovisuais produzidas em Ponta Grossa é modesta e menor ainda é o tempo de cada obra, com os editais se resumindo ao financiamento de curtas. É possível elogiar, porém, o valor das premiações, que reconhecem o trabalho dos artistas como relevantes para a cultura da cidade e possibilitam que ponta-grossenses demonstrem o poder da sétima arte.

Por Maria Helena Denck 

Serviço:

Os editais propostos para a área de cultura da cidade estão disponíveis no site da Secretaria Municipal de Cultura de Ponta Grossa, pelo endereço: https://cultura.pontagrossa.pr.gov.br/editais/


Rádio ponta-grossense envia correspondente ao Catar e se destaca durante copa

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Lagoa Dourada FM envia o correspondente Osires Nadal ao Catar durante a copa de 2022. Foto: Leriany Barbosa

 Com informações transmitidas por Osires Nadal, a Lagoa Dourada FM não poupa esforços para uma cobertura completa dos jogos

A rádio Lagoa Dourada FM (105,9) investe em notícias e transmissões ao vivo sobre os jogos da Copa do Mundo, que em 2022 acontece no Catar. A estação age em parceria com a Rádio Gaúcha FM, de Porto Alegre e as informações vêm diretamente do país sede da copa, através do correspondente Osires Nadal. No geral, são dois programas esportivos que vão ao ar, além de transmissões dos jogos da seleção brasileira. A Lagoa Dourada FM não é uma das rádios consideradas 'campeãs' de audiência na cidade, porém é a que se destaca com transmissões completas dos jogos feitos em tempo real.

O correspondente Osires Nadal faz entradas ao vivo tanto no programa Manhã Total Esporte, de Alceu Bauer, como no Esporte Lagoa Dourada, comando por Dudu Guimarães e Peixoto. Ambos os programas possuem 1 hora de duração e dispõem de, ao menos, 30 minutos para as notícias sobre a Copa do Mundo no Catar. A diferença entre um programa e outro é que o programa matinal conversa com o correspondente do Catar ao final, já o programa noturno começa com os destaques da copa.

O interessante da cobertura da rádio Lagoa Dourada é a junção do tradicional com o contemporâneo, pois a emissora segue um formato radiofônico em que o correspondente entra ao vivo, conversa com os ouvintes e com o locutor, mas também, devido à internet e as redes sociais, divulga imagens e vídeos das informações repassadas. Entre as notícias divulgadas por Osires Nadal, a maioria é nota sobre treinos da seleção brasileira, coletivas com o técnico Tite e principais jogadores, além de integrantes do público que frequenta os arredores do estádio, localizado na cidade de Doha.

Mas engana-se quem pensa que a transmissão da Copa do Mundo de 2022, feita pela rádio Lagoa Dourada FM, foca somente em notas informativas. Pelo contrário, Osires Nadal traz entrevistas com jogadores da seleção e realiza transmissões das partidas em que o Brasil entra em campo. Enquanto o correspondente do Catar divulga as informações quentes, a equipe de radialistas de Ponta Grossa analisa os jogos de todas as seleções com a participação ativa de ouvintes através dos programas compartilhados na íntegra. É um jeito inovador de transmitir futebol pela rádio com ajuda da internet.

Por Leriany Barbosa

Serviço: 

Rádio Lagoa Dourada FM – 105,9

Programa Manhã Total Esporte, das 11h ao meio dia, com Alceu Bauer

Programa Esporte Lagoa Dourada, das 19h às 20h, com Dudu Guimarães

 

 

Estudantes apresentam visões de mundo na exposição Olhares Diversos

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Entre as temáticas pintadas estão o sentimentalismo e a natureza. Foto: Isadora Ricardo

Artistas têm oportunidade de expressar sentimentos e gostos através de pinturas a óleo na Galeria Ponto Azul

A exposição Olhares Diversos: A pintura é a poesia sem palavras, produzida por 11 alunos adultos do centro cultural Casa Leonardo, ilustra a visão de mundo dos artistas por meio de pinturas em tela. Expostos na Galeria Ponto Azul no mês de novembro, a maioria dos quadros retrata a natureza. Entretanto, ilustrações de romances, solidão, corpo feminino e releitura de obras religiosas também estão entre os assuntos pintados pelos estudantes

O potencial dos artistas se apresenta nas técnicas empregadas. Para alcançar o efeito de preenchimento nas obras de natureza, por exemplo, os artistas utilizaram a técnica de batidinhas, além de aplicar cores que remetem ao meio ambiente e ao campo, como diferentes tons de verde, marrom, laranja, vermelho e amarelo. A composição de diferentes elementos resulta em pinturas reais que colocam o visitante no ambiente retratado pelas telas.

Na exposição, outra pintura com tons predominantes de azul que parece ser ambientada em uma praia, traz uma mulher de chapéu ao centro, pisando na água. Na obra, a perspectiva da artista remete a um sentimento de solidão. O na pintura é visto pelas cores empregadas e pela técnica de profundidade da personagem representada.

Fora do universo da natureza, mas com arte também voltada à solidão, o retrato de um senhor sentado em bancos na cidade retrata uma cena cotidiana em uma imagem de situações rotineiras presenciadas no dia a dia. As cores, pinceladas e a própria situação representada vislumbram um retrato da vida social.

Muitas vezes, as exposições são de obras de pintores conhecidos ou renomados. Oportunizar que estudantes apresentem trabalhos experimentais é uma forma de garantir divulgação e, ao mesmo tempo, possibilitar que moradores da Cidade também tenham acesso às produções da autoria de profissionais em formação nas artes plásticas.

Por Isadora Ricardo

Serviço: 

Exposição: Olhares Diversos: A pintura é a poesia sem palavras

Local: Memorial Ponto Azul, na Praça Barão do Rio Branco

Exposição finalizada


O “clima natalino” é para todos em PG?

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Atração na Praça Barão do Rio Branco. Foto: Lincoln Vargas

Prefeitura Municipal promete descentralizar decorações natalinas com o investimento para cinco praças da cidade  

A construção de um clima natalino é essencial no final do ano. Porém, é necessário avaliar a que custo se obtém uma ambientação de natal inspirada pelos filmes norte-americanos. Em Ponta Grossa, árvores e flores de natal, cordões de luz, mangueiras de LED, guirlandas, entre outros itens festivos, custam, de acordo com o edital de novembro, R$ 294.236,85 destinados à Secretaria Municipal de Cultura.

Além de decoração, a Prefeitura Municipal investiu em atrações: no Lago de Olarias, acontecerá o “Show das Águas” com o uso de R$ 747.500; e serão destinados R$ 125 mil para o “Natal Encantado” no Jockey Clube, que passa a ser aberto ao público disposto a pagar pelo ingresso. A partir das informações, é necessário analisar se os gastos são coerentes com as demandas da população e se o “clima natalino” vai mesmo contemplar a todos.

O edital dos investimentos para Secretaria de Cultura, não especifica os locais que serão decorados, e promete-se, por meio de release da prefeitura, descentralização das festividades com a decoração de cinco praças. Uma das justificativas que consta no edital é o objetivo de movimentar o comércio com a inserção de Ponta Grossa no roteiro turístico natalino. É preciso fiscalizar se o movimento surge também da preocupação governamental com o comércio de vilas, por exemplo. A falta de descentralização pode tornar óbvio o favorecimento à determinado grupo de empresários que atuam na região central.

É coerente, também, avaliar se os investimentos refletem as necessidades da maior parte da população. A justificativa de movimentar o comércio para “gerar novos empregos”, por exemplo, pode ser simplista no atual contexto de desemprego e instabilidade financeira. O dinheiro destinado às decorações propagandeadas de final de ano não condiz com a realidade dos pontagrossenses, onde 2022 foi marcado pelo fechamento de Unidades Básicas de Saúde, exclusão de grupos em relação ao transporte público, e favorecimento de setores empresariais.

No final das contas, é preciso verificar se o custo de movimentar o comércio e atrair turistas é a atitude coerente, no momento, para garantir direitos básicos (saúde, educação, transporte) aos pontagrossenses. Muitos estarão de fora dos benefícios para festividades e a proposta de construir o “clima natalino” de união e solidariedade se mostra inconsistente no atual cenário.

Por Cassiana Tozati

Serviço:

Diário oficial de 5 de novembro: https://www.pontagrossa.pr.gov.br/files/diario-oficial/2022-10-05-ed3446.pdf

As atividades incluem as praças do Bom Jesus, Santo Antônio, Barão do Rio Branco; Jardim Canaã e Praça Simon Bolívar, e vão até dia 23 de dezembro. 


Restaurante é ponto de encontro para quem gosta ou quer conhecer a comida coreana

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Churrasco coreano é um dos principais pratos do cardápio. Foto: Ana Barbato

Cardápio oferece 17 pratos tradicionais da Coreia, entre as opções para conhecer outros sabores

O Restaurante Choi, localizado no bairro Órfãs em Ponta Grossa, é o único a oferecer pratos tradicionais da culinária coreana na cidade. O cardápio conta com 17 pratos, como bibimbap, japchae e kimbap, que se destacam pela diversidade de ingredientes e sabores.

A opção escolhida para degustação foi o churrasco coreano. O combo serve quatro pessoas e contém 1kg de carne (bulgogi, jeyuk bokkeum e samgyeopsal), sete acompanhamentos, quatro tigelas de arroz oriental e folhas de alface. Na opção, uma grelha elétrica é colocada sobre a mesa, onde os próprios clientes podem assar a carne. Um dos acompanhamentos é o prato típico coreano kimchi, uma mistura de hortaliças (como acelga e repolho) e molho vermelho bem apimentado. A opção é pertinente para aqueles que desejam experimentar um pouco de tudo.

Algo que pode-se destacar é que os acompanhamentos ajudam a equilibrar a refeição, principalmente para pessoas que não são acostumadas com pimenta. A batata com shoyu, que é mais doce ajuda, por exemplo, a amenizar a picância dos demais itens.

A experiência vale a pena para experimentar comidas típicas de outro país e conhecer diferentes culturas. De primeira, algo que pode assustar é o preço dos pratos que variam de R$35 até R$250. Porém, a maioria das opções possui mais de quatro acompanhamentos e serve de duas a quatro pessoas, ideal para dividir com a família ou amigos. O mesmo vale para o Soju, destilado famoso da Coreia do Sul produzido à base de batata doce, arroz e cevada, que custa R$43 com 360ml e também pode servir até quatro pessoas. Apesar da pimenta ser utilizada com frequência nos pratos, há opções que não possuem o ingrediente. Basta o cliente se atentar ao cardápio.

Por Ana Barbato

Serviço:

Endereço Restaurante Choi: R. José Bonifácio, 229 - Órfãs, Ponta Grossa - PR, 84015-450.

Cardápio: https://restaurante-choi.goomer.app/menu