Torneios nacionais e internacionais adotam a prática do kata para impulsionar o esporte

Os campeonatos on-line de karatê surgem como uma forma de manter o esporte ativo em tempos de pandemia. Para participar da competição, os atletas devem enviar um vídeo técnico para a banca de jurados do campeonato. O vídeo precisa conter imagens do atleta simulando movimentos de uma luta, com técnicas de defesa e ataque. Como em campeonatos oficiais, cada atleta compete em uma categoria equivalente à idade do participante. O atleta que possuir maior domínio sobre as técnicas de luta e for melhor avaliado pelos jurados, ganha o torneio.

A técnica usada pelos atletas para participar das competições virtuais se chama kata. De acordo com o professor de karatê Anderson Garret, kata é uma forma de movimentos individuais de luta. As federações de karatê de todo o Brasil começaram a fazer eventos virtuais nos quais os atletas mandam, em vídeo, o exercício do kata, acrescenta Anderson. Nas competições os atletas são avaliados por sete árbitros que são responsáveis por dar a nota técnica e a nota atlética ao competidor. O diretor de arbitragem da Federação Paranaense de Karatê, Jorge Arnaldo Sovierzoski, afirma que após a apuração das notas, o resultado do campeonato é disponibilizado em um grupo do WhatsApp. No grupo estão os árbitros da federação, os atletas e os professores dos atletas inscritos.

Segundo a karateca Brenda Garret, as competições são bem diferentes, mas importantes para que o esporte se adapte à pandemia. Brenda conquistou ouro no Pan-Americano de Karatê Virtual do ano passado. A atleta é bicampeã dos Jogos da Juventude do Paraná e coleciona títulos nacionais e internacionais nas modalidades virtual e presencial. ‘‘Foi bom participar dessas competições on-line porque eu mantive minhas colocações, me mantive em pódio. Mas a gravação não é fácil também. É uma série de coisas que temos que se atentar, principalmente nos detalhes. Se você erra uma parte, precisa repetir todo o processo de novo’’, afirma. A karateca Larissa Aparecida Rossi conta que nos campeonatos presenciais ela sentia muito nervosismo e ansiedade, mas que tinha seus amigos para apoiar; já no virtual, ela relata não se sentir nervosa. ‘‘No virtual você não sente tanto nervosismo pela pressão, e se a gente erra alguma coisa, podemos fazer de novo. Já no presencial, você não pode fazer’’, diz.

 

Ficha Técnica:
Repórter: Evelyn Paes
Edição: Levi de Brito
Publicação: Mirella Mello
Supervisão: Rafael Kondlatsch, Marcos Zibordi e Kevin Kossar