Na última assembleia, as categorias avaliaram o movimento e decidiram permanecer paralisadas; professores reivindicam reajuste salarial de 22,71%

O movimento dos professores teve início em 15 de abril. Eles alegam perdas salariais e reivindicam melhores condições de trabalho. A paralisação dos técnicos administrativos, iniciou no dia 11 de março e na sequência, houve  a adesão dos docentes. A classe exige  reajuste salarial, pois o último foi em 2018. 

 A assembleia geral foi realizada no dia 9 de abril e definiu a greve, sob a liderança do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Além da recomposição salarial, os professores também pedem , valorização das carreiras, mais concursos públicos e investimentos nas instituições de ensino. A decisão foi tomada após o governo propor reajuste zero para a categoria em 2024. O aumento solicitado pelos professores é de 22,71% a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% em 2024, 2025 e 2026. Os percentuais reivindicados correspondem às perdas salariais sofridas desde o governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2019).

Entre as instituições federais do Paraná que aderiram à greve estão o Instituto Federal do Paraná (IFPR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila). O movimento de greve dos professores ocorre em âmbito nacional, com a adesão de instituições em diversos estados brasileiros. Um professor da UTFPR de Ponta Grossa, que não quis ser identificado, comenta que a defasagem está em 40% e não havia alternativa se não a greve. “Tudo subiu muito depois da pandemia e, no geral, todos os setores receberam recomposição salarial, conforme os cálculos da inflação em suas datas base”, destaca. 

 

Cartazes anunciam greve na entrada da Universidade Tecnológica do Paraná UTFPR. Vitória Schrederhof

Cartazes anunciam greve na entrada da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) | Foto: Vitória Schrederhof

 

O governo apresentou, em 19 de abril, uma proposta de reajuste de 9,5% no salário em 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. A contraproposta foi realizada pelos servidores  na sede do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em Brasília, durante  reunião que discutiu a reestruturação da carreira. 

Na assembleia geral extraordinária, realizada no dia 25 de abril na UTFPR de Ponta Grossa, os professores decidiram recusar a proposta do governo. Entre os assuntos debatidos estavam a falta de concursos públicos, queda na verba de custeio,  suspensão do calendário e retirada da proposta de emenda à Constituição (PEC, nº 3, que trata da reforma administrativa). Os manifestantes também pedem apoio à greve ao movimento estudantil. Thais Luisa Deschamps Moreira, professora adjunta da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Ponta Grossa, explica que  os professores não estão interessados apenas em recomposição salarial, mas também, verbas para a manutenção estrutural das universidades e institutos federais além da abertura de novos concursos públicos. Moreira ainda pontua que a greve é unificada e que os técnicos das instituições federais de ensino também lutam por salários e melhores condições de trabalho.

A docente destaca  que o governo chegou a sinalizar uma proposta de aumento: auxílio-alimentação passaria de R$658 para R$1000; 51% de aumento no subsídio para plano de saúde dos servidores e R$163,90 a mais no auxílio-creche.

O estudante de Ciência da Computação da UTFPR de Ponta Grossa Renato Enguel Gonçalves aponta  a importância do movimento dos professores. Para ele, o motivo da greve é bem claro e enfatiza: “nos governos anteriores não havia a menor possibilidade de diálogo ou acordo com Brasília. Hoje há”. 

A acadêmica  de Engenharia Química da UTFPR de PG Rafaela Filadelfo acredita  que os motivos dos professores em relação ao reajuste salarial e a melhoria das instituições de ensino federais são plausíveis. “Os dois motivos são importantes, porque seria hipocrisia pedir  apenas pela melhoria do salário e não também pela melhoria da estrutura das universidades”. 

 

Assembleia Geral Extraordinária teve a presença de professores e alunos na UTFPR1

Assembleia Geral Extraordinária teve a presença de professores e alunos na UTFPR | Foto: Vitória Schrederhof

 

 

Ficha Técnica

Produção: Vitória Schrederhof

Edição e publicação: Betania Ramos e Annelise dos Santos

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Luiza Carolina dos Santos 

 

Instituto indica que 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável

O município de Ponta Grossa ocupa a 10ª posição no ranking nacional em qualidade de coleta e tratamento de esgoto, de acordo com pesquisa elaborada pelo Instituto Trata Brasil, divulgada no final de março. A 16ª edição do Ranking do Saneamento destaca os resultados do investimento em saneamento no país e os possíveis benefícios que podem trazer ao Paraná até 2040. Para produzir os estudos, o instituto buscou os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Na análise, foram avaliados os indicadores de atendimento total de água (distribuição de água e esgoto), investimento total e médio per capita e indicador de perdas em distribuição e volume de água. 

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A obra O avesso da pele discute racismo e é vencedora do Prêmio Jabuti de 2021

Cerca de 70 famílias obtém o direito ao território para o exercício da agricultura após mais de duas décadas

 

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A comunidade se divide em mais de 50 unidades produtivas | Foto: Naiomi Mainardes

 

Depois de 21 anos de sua criação, em agosto de 2003, a comunidade Emiliano Zapata, localizada no distrito de Itaiacoca, obteve o direito à terra e se tornou um assentamento reconhecido pelo Estado. A celebração, que aconteceu no dia 16 de março, contou com a presença de moradores, apoiadores e representantes de instituições relevantes para a história do território ocupado. 

O Brasil foi o 21º país do mundo a ter uma Lei de Acesso à Informação

 

Com mais de dez anos de vigência, a Lei de Acesso à Informação (LAI), sancionada pelo governo de Dilma Rousseff em novembro de 2011, é tema de projeto que tramita na câmara de deputados, neste início de ano, para alteração da classificação das informações.  O debate mostra a importância da norma na consolidação da democracia no Brasil. A LAI pode ser utilizada tanto por pessoas físicas, independente de idade e nacionalidade, e também pessoas jurídicas.

Com exceção de informações cujo sigilo seja essencial para a segurança da sociedade e do Estado, todas as solicitações feitas por meio da LAI devem ser respondidas pelo órgão responsável no período de 20 dias, tendo acréscimo de mais 10 dias mediante justificativa expressa. O Projeto de Lei n° 2678/22 propõe mudanças em relação às informações sigilosas e prevê que os órgãos públicos disponibilizem o relatório de informações classificadas com o assunto, os fundamentos, a autoridade responsável e o prazo final do sigilo.

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O Projeto de Lei n° 2678/22 tramita na Câmara de Deputados / Foto: Senado Federal

A jornalista Katia Brembatti, integrante e palestrante da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, explica que a LAI foi resultado de uma pressão no Congresso Nacional para que a lei fosse aprovada, envolvendo várias entidades. "Se trata de uma lei que empodera as pessoas, já que torna efetiva o direito à informação. Antes dela não haviam diretrizes e obrigações acerca da oferta de informações, prazos de retorno e das consequências da ausência de respostas para perguntas feitas por cidadãos”, conta. 

Katia ainda aponta o contexto no qual a LAI foi aprovada. “A lei surgiu em um momento no Brasil onde passávamos por uma abertura política. Foi na mesma época onde estavam surgindo a lei dos portais de transparência”, lembra. O Brasil foi o 21º país do mundo a ter uma lei de acesso à informação. “A Suécia, por exemplo, já tinha uma lei similar há mais de 100 anos, mas, devido ao momento em que ela foi criada no Brasil, ela acaba sendo mais efetiva que a de vários países mais desenvolvidos”.

Em relação ao estado atual da lei, a jornalista afirma que ela segue em processo de evolução. “É uma lei recente, de apenas 10 anos, então os problemas existem, mas se trata de uma mudança de cultura, especialmente na parte dos servidores públicos. O que precisa mudar é a esfera municipal, pois necessita de uma regulamentação local, pois acaba criando problemas na contratação de serviços, prefeituras menores por vezes tem problema com os softwares para execução da LAI”.

 

Solicitações

Solicitações de informação podem ser feitas por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC), tanto no aplicativo de celular, quanto pelo site do Fala.BR, necessitando apenas um cadastro que pode ser feito na hora, e totalmente online.

Para quem tiver interesse em solicitar informações à Prefeitura de Ponta Grossa, o pedido pode ser feito por meio do portal da transparência, basta preencher o campo de informações com e-mail, número de telefone, CPF, RG, endereço, e depois descrever a solicitação de informações requisitadas.

Ficha Técnica:

Reportagem: Lincoln Vargas

Edição e publicação: Valéria Laroca

Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky