A atual concessão de pedágio rodoviário no Estado do Paraná, em vigor há 24 anos, pode ter contratos renovados por mais 30 anos, a partir do dia 21 de novembro de 2020. A Frente Parlamentar sobre Encerramento dos Contratos de Pedágio no Paraná realiza uma audiência pública na sede da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), no dia 5 de março, para discutir o modelo proposto pelo Governo do Paraná e as consequências da aprovação.

 

Atualmente Paraná tem 27 praças de pedágio; cobrança desagrada caminhoneiros. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

Existem, hoje, 27 praças de pedágio no Paraná dentro de 2.493 km de estrada e, se aprovada a renovação, serão implantados mais 834 km para investimentos de obras. No plano de concessão de 3.327 km, pouco se fala sobre as novas 15 praças que serão implantadas, totalizando 42 postos de cobrança, além do aumento no preço do pedágio. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o sistema de pedágio no Paraná possui um histórico de corrupção por propina, envolvendo políticos e empresários, estimado em um desvio de R$ 8,4 bilhões entre 2011 e 2018, por meio da retirada de obras e aumento da tarifa, considerada uma das mais caras do País.

Dani Fanchin, integrante da Frente Brasil Popular no Paraná, aponta que o plano interfere diretamente no bolso dos cidadãos por conta do modelo de outorga onerosa. ”A população precisa participar da audiência e entender que o pedágio não afeta quem é rico e quem é pobre, mas afeta a todos”. Na avaliação da representante dos movimentos sociais, crise econômica, que se agravou durante a pandemia, é um dos fatores que aumentaram a taxa de desemprego no nicho do transporte. “O Paraná tem a tarifa mais cara do Brasil”, diz.

Para Alexandre Franco, gerente de vendas de produtos químicos, o transporte de material no Paraná é precário em comparação aos outros estados. “O preço do pedágio não condiz com a estrutura que o governo entrega, como no caminho de Ponta Grossa até Foz do Iguaçu, que totaliza quase 150,00 de tarifa e não possui investimento em rodovias duplicadas”, diz. “A situação é diferente de Santa Catarina, onde o pedágio é muito mais barato e o investimento é nítido”, compara.

Para ter acesso ao debate que acontece em Ponta Grossa, entre outras audiências públicas já realizadas no Paraná, o site da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná disponibiliza a transmissão em sua plataforma, a partir das redes sociais da ALEP. Devido à pandemia, também será providenciado aos participantes um link de transmissão online direcionado ao aplicativo Zoom.

 

 

Ficha técnica

Reportagem: Lilian Magalhães

Supervisão: Sérgio Gadini

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