Os voos comerciais do Aeroporto Sant'Ana foram inaugurados nessa quinta-feira (30) em Ponta Grossa, ainda sem liberação da ANAC. Funcionários municipais com curso APAC (Agentes de Proteção de Aviação Civil) já foram nomeados e estão trabalhando. A reforma e adaptação do aeroporto, era prevista no Plano Diretor de 2006.
Em entrevista coletiva (23/06), o diretor operacional do aeroporto, Miguel Francisco Gonçalves, explica que todos os itens de segurança estão sendo verificados e catalogados para futura inspeção da ANAC, a homologação do SESCINC - serviço composto pelo conjunto de atividades administrativas e operacionais em proveito da segurança contraincêndio das operações aéreas - chegará depois que iniciarem os voos comercias, devido a burocracia, a liberação para voos comerciais ainda não foi aprovada.
Está previsto um voo por dia, nessa etapa inicial. Ele afirma que empresa de transporte aéreo Azul, já confirmou instalação na cidade.
Paulo Henrique Carbonar afirma que nos últimos três anos foram investidos aproximadamente 10 milhões de reais nas reformas e adequações do aeroporto, e que a demora para a entrega das obras se deu às chuvas do final do ano, caixa d’água visto que alguns requisitos devem ser cumpridos para que haja liberação da mesma,problemas com regulamentação da pista.“Agora a gente já tá na reta final, próximo ao anúncio da inauguração”, declara secretário.
Paulo Roberto Baptista Stachowiak, professor de turismo da UEPG, afirma que para uma cidade de 400mil habitantes, deve ter voos comercias, e que depende da empresa perceber o lucro que pode ter prestando serviço na cidade. E como proprietário de dois escritórios de agências de viagens a demanda é grande. Com a vinda de voos comercias, a rede hoteleira, taxistas, shoppings e restaurantes terão mais clientes, movimentando a economia da cidade, com oportunidades de emprego em várias áreas. Assim Ponta Grossa se torna mais acessível e mais pessoas virão para cá. “Só vejo benefícios”, ressalta Paulo Roberto.
Para o instrutor do Aeroclube de Ponta Grossa, Danilo de Melo Azevedo, o clube que movimentava o aeroporto devido às aulas que a instituição oferece. A inauguração de voos comercias significa infraestrutura e melhorias para os voos e aulas.“Eu não vi muita mudança, teve balisamento que foi muito bacana, porque os voos eram realizados em Londrina, Maringá, em Curitiba, que é o treinamento noturno […] Pelo fato de a Azul vir, eles arrumaram. Em si não tem muito que falar […] Querendo ou não, é um recurso que foi dado pra trazer a Azul pra cá e que todo mundo vai usar.”
A Sócio Fundadora do Aeroclube de Ponta Grossa, Ana Lucia Szaucoski, relembrou a década de 50, quando a empresa de transporte aérea Real, fazia voos comerciais e o fluxo do Aeroporto Sant’Ana era intenso. Segundo ela, eram realizados de 5 a 6 voos comerciais por dia e o restaurante atendia em média 200 pessoas, mas com a falência da Real, o aeroporto ficou em total abandono.
Depois de 15 anos da saída da Real, Ana Lucia reitera que: “Existia todo um equipamento de comunicação, e de balisamento no aeroporto e mais ou menos há uns 15 anos, uma determinada prefeitura pegou todos o nosso equipamento e mandou para Guarapuava, e demitiram o rapaz que tava aqui que auxiliava os pilotos em relação à velocidade do vento, temperatura e tudo mais […]. Ao invés de crescer, nós regredimos.”
Ela declara também que a análise vinda da compania aérea Azul a prefeitura,políticos e empresários se uniram para buscar uma empresa aérea aqui, para ajudar no crescimento da cidade.
Para sócio-fundadora do Aeroclube de Ponta Grossa, estagnação do aeroporto até então é meramente questão política. Visto o ano eleitoral, a reforma do aeroporto é efemêra, não pensada para longo prazo, com grandes chances de repetir o acontecido com a empresa Real.