Após o início do isolamento social pela Covid-19, muitos apostaram nas redes sociais para divulgar seus produtos e conquistar uma renda

 

Com a pandemia, Ponta Grossa presenciou um aumento no número de lojas informais pelo Instagram. Segundo dados nacionais do levantamento realizado pela PayPal Brasil e Big Data Corp, o mercado de comércio on-line cresceu cerca de 40,7% entre 2019 e 2020, atingindo o número de 1,3 milhão de lojas virtuais. Muitas das empresas que anteriormente ocupavam somente o meio físico, migraram também para as redes sociais. Esses dados contribuem para enfatizar a pesquisa do Centro Regional de Estudos do Brasil, que aponta que 78% das empresas brasileiras de grande ou pequeno porte estão presentes em ao menos uma mídia social.

Para muitos, a criação de lojas nas redes sociais foi a alternativa encontrada para manter a renda em meio a crise causada pela Covid-19. É nas redes sociais que seus produtos e serviços são publicados, e por essa razão, plataformas como o Instagram crescem cada vez mais quando o quesito é exposição de produtos no universo on-line. Em junho de 2021, o casal de noivos Paulo Bren e Bianca Britto optou pela abertura de sua confeitaria apenas no espaço virtual, com o intuito de conquistar uma renda extra. Com o início das aulas da faculdade de medicina, Paulo abriu mão do cargo na empresa em que trabalhava para se dedicar ao curso. Como a única fonte de renda seria o salário de Bianca, o casal optou pelo empreendimento virtual e criou a Confeitaria Purpose Start no Instagram. “Meu noivo iniciou as aulas de medicina e precisávamos do dinheiro tanto para o casamento quanto para suprir as necessidades de casa”, conta Bianca.

 

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Exemplo de feed de uma loja virtual no Instagram (Crédito: Reprodução Instagram)

 

Gabriela Bourguignon e Raphaela Pacheco, estudantes de Engenharia Química na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), também investem na internet. Donas da loja Serène, elas oferecem roupas de diversos estilos para o público que acompanha o perfil da loja. Segundo Raphaela, essa plataforma deixou de ser apenas uma rede social e passou a ser um dos maiores responsáveis pelo bombardeio de propagandas todos os dias em seu feed. Por isso, para elas, a ideia inicial sempre foi abrir uma loja no ambiente virtual, independente da pandemia. “O Instagram não cobra nada para você divulgar o seu produto, não precisa gastar com o aluguel de uma loja física e com todos os empecilhos”, destaca Gabriela.

Diferente do casal confeiteiro, as amigas criaram a Serène com o intuito de torná-la sua principal fonte de renda. “O Instagram é o principal e único meio de divulgação dos produtos que oferecemos, ele engloba o nosso público-alvo, além de facilitar a parte da compra e venda com as ferramentas que ele mesmo oferece”, destaca Raphaela.

Para os consumidores, a lógica parece ser a mesma. Bruno Martins Oliveira da Silva, estudante de Administração na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), afirma ter passado mais tempo nas redes sociais desde o início da pandemia, o que contribuiu para a descoberta de novos negócios dentro do aplicativo. “Sempre gostei de comprar, mas nesse período a oportunidade cresceu, conheci muitas lojas e marcas novas, empresas formais e informais, comecei a me arriscar mais e acabei gostando muito”, afirma. 

 

Este texto é parte do conteúdo da edição recém-publicada do jornal-laboratório Foca Livre, produzido pelo 2º ano de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Acesse a edição completa em https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre

 

Ficha técnica

Repórter: Quézia Bonato

Editor de texto: Mariana Gonçalves

Publicação: Ana Moraes

Supervisão Foca Livre: Prof. Jeferson Bertolini, Rafael Kondlatsch e Muriel Emídio Amaral.

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen