Alguns empreendimentos diminuíram as vendas e outras não são oferecidas em aplicativos

 

Ao contrário da ideia generalizada de que, com a pandemia, o comércio de comida passou a ser feito por aplicativos de entrega, gerando oportunidades de empreendedorismo, há casos de comerciantes que se mantêm fora dos aplicativos e outros de diminuição do volume de vendas. O aspecto mais comum é que essas refeições são preparadas em dark kitchens, conhecidas também como cozinhas fantasmas, restaurantes que oferecem apenas comida para viagem.

Segundo Marília Daniel, que está no ramo de bolos e salgados há mais de 10 anos em Ponta Grossa, a pandemia diminuiu a quantidade de entregas, pois eram feitas geralmente para festas e com a diminuição delas, por conta da quarentena, a produção teve que ser reduzida. “São poucas pessoas que fazem festa nessa quarentena, mas mesmo assim damos uma driblada e estamos fazendo doces, salgados e bolo no pote para não afetar muito nosso orçamento”, conta.

A empreendedora relata que inicialmente eram feitas entregas apenas para conhecidos e parentes, mas o negócio se expandiu para as redes sociais e agora as entregas são feitas em toda a cidade. “Minha família e eu trabalhávamos fazendo a mão na produção de salgados, agora conseguimos adquirir uma máquina para a formatação deles”, conclui Marília.

ALIMENTAÇÃO Acervo Portal Comunitário

(Foto: Acervo Portal Comunitário)

Por outro lado, Lucimara Schembergue, que trabalha com entrega de marmitas em Ponta Grossa, afirma que não houve redução na procura pelo serviço. “Trabalho principalmente com a construção civil e o pessoal que trabalha nas obras não parou. Em relação ao aumento dos alimentos não sei se devo culpar somente a pandemia”, completa. 

Para ela, o principal desafio foi encontrar clientes, pois seu negócio não está nos principais aplicativos de entrega de comida. “Como não usei propaganda nenhuma, ficou difícil no começo alcançar o número satisfatório de gente”, afirma. 

Em relação à entrega dos alimentos, Lucimara conta que muitas vezes também faz as entregas, e dependendo da distância, usa motoboys. “Não coloquei propaganda em aplicativo e nem em mídias sociais, porque trabalho ainda só com pedidos fixos. Ou seja, pessoas que pegam marmita todos os dias. Um ou outro conhecido atendo às vezes, sem ser fixo”, relata.

Estabelecimentos que entregam comida diretamente aos clientes, geralmente por meio de serviços de entrega terceirizados, vem sendo chamados de dark kitchen. Em cidades maiores, grupos de restaurantes diferentes podem operar no  mesmo local, com o objetivo de dividir os custos de aluguel e cozinhar alimentos puramente para delivery.

O manuseio de comida, independente da escala, sempre exige cuidados, principalmente de higiene pessoal, local de trabalho, na qualidade e validade dos alimentos. Em nota, a Vigilância Sanitária de Ponta Grossa afirmou que funciona com o intuito de promover e proteger a saúde da população, para eliminar, diminuir e prevenir os riscos à saúde.

 

Ficha Técnica

Repórter: Gabriel Clarindo Neto

Edição e Publicação do Texto: Eduardo Machado

Supervisão: Cíntia Xavier, Marcos Zibordi, Maurício Liesen