Acordos particulares são buscados por quem procura condições de negociação mais flexíveis

Um dos principais desafios vivenciados por estudantes que precisam se mudar para Ponta Grossa tem se tornado ainda mais difícil e incerto em decorrência da pandemia: a necessidade de moradia e aluguel. 

Ponta Grossa é uma cidade que conta atualmente com 13 instituições de ensino superior, dentre elas uma universidade estadual, a UEPG, e uma universidade tecnológica federal, a UTFPR. Essa oferta de ensino superior atrai para a cidade todos os anos novos estudantes que vêm de diversas regiões do estado e do país. Só na área da graduação da UEPG, por exemplo, eram 7652 alunos matriculados conforme levantamento feito ano passado, 2020. O total de estudantes matriculados na universidade é de 15.492.

A pandemia colocou adicionou algumas incertezas  sobre os contratos de aluguéis em Ponta Grossa, tanto para quem já mora na cidade, como para quem pretende alugar um imóvel para o próximo ano letivo, em 2022. Atualmente, existem cerca de 20 imobiliárias na cidade, mas  variáveis como ajuste de aluguel, multas de rescisão de contrato levam alguns estudantes a preferirem os contratos direto com o proprietário, conforme afirma a proprietária, Emily Caliman. Ela possui kitnets para alugar ao lado da UEPG em Uvaranas:

“Então, eu faço contratos particulares, e lá tem uma cláusula na qual combinamos que o valor do aluguel será reajustado pelo IGPM. Mas para te falar a verdade nós não estamos conseguindo aplicar esse reajuste do IGPM, pois ficaria um valor muito acima da média da região”. Afirma Emily 

Média de preços de apartamentos na região central de Ponta Grossa apontados pelo buscador da rede social Facebook

 

IGPM  significa Índice Geral de Preços do Mercado e é um indicador de variação dos preços na economia nacional, o principal utilizado para reajustar valores de aluguel. Ele teve uma alta de 35,75% no acumulado de 12 meses desde 2020 e voltou a subir em 0,64% em Outubro de 2021.  

Por conta da pandemia de Covid 19 e as dificuldades econômicas de isolamento, alguns proprietários não aplicaram o reajuste do aluguel, nem o que é corrigido pelo IGPM e nem aqueles que já são firmados nos contratos com os inquilinos. Como foi o caso de Gisele Pereira, que aluga quartos e kitnets em Uvaranas. Ela também ressalta que as cláusulas de contrato são menos rigorosas da imobiliária: “Diferente do contrato da imobiliária, nós não estipulamos um tempo obrigatório para a pessoa permanecer. Ela só precisa avisar com um mês de antecedência antes de sair para que eu possa encontrar outra pessoa para  alugar. Mas nós não negociamos aluguel. O valor é fechado para todos. "

A proprietária Emily Caliman afirma que em 2022, pela primeira vez em três anos, ela aplicará reajuste em seu aluguel. “Mas eu não apliquei nenhum reajuste durante a pandemia, e nos meses de auge da pandemia, com as dificuldades na economia do país, alguns estudantes tiveram dificuldade para honrar com o aluguel e nós combinamos um valor de desconto, menor do que estava no contrato. Acredito que a vantagem de alugar direto com o proprietário é justamente de ter essa maleabilidade que a gente tenta ter e a imobiliária muitas vezes não tem”. 

 

Ficha Técnica: 

Repórter: Maria Fernanda de Lima

Professores de NRI: Marcelo Bronoski e Muriel Amaral 

Professor de Texto: Marcos Zibordi