Porcentagem de pessoas acima dos 60 anos que possuem vínculos empregatícios caiu de 52% para 23%

 

De acordo com a Convid, pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) medindo o impacto da pandemia, antes do surgimento do novo coronavírus 61% dos homens e 46% das mulheres com mais de 60 anos trabalhavam no Brasil - com a pandemia, o número de idosos que trabalhavam e que tiveram suas rendas diminuídas, ou ficaram sem rendimento, caiu de 52% para 23%, enquanto aumentou de 42% para 55% os que deixaram de possuir algum vínculo empregatício. 
O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, contabilizou que, no estado do Paraná, a população acima dos 60 anos chegava a 1.316.554 habitantes. Apesar de não existirem dados específicos sobre Ponta Grossa na pesquisa da FioCruz, se aplicarmos a porcentagem de queda de empregados à população idosa da cidade, de aproximadamente 22.885 pessoas, segundo a Fundação Municipal de Promoção ao Idoso (FAPI), chegaremos a um número próximo de 5.300 idosos que ainda trabalham na cidade.
Ademir Correa é vendedor autônomo de pipocas na cidade de Ponta Grossa. A falta de eventos por conta da pandemia atrapalhou seu trabalho. Ademir recebe uma ajuda financeira do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), mas o dinheiro recebido vai para o pagamento da pensão de seu filho. Por conta da idade, 61 anos, ainda não se aposentou. ‘‘A pandemia prejudicou nós que somos ambulantes porque trabalhamos e dependemos de aglomerações como eventos, shows e rodeios’’.
Maria Osséia dos Santos é educadora musical, ainda não se aposentou e também sentiu no bolso os efeitos da pandemia. ‘‘Tive prejuízos porque a Galeria de Artes da Pró reitoria de extensão da UEPG (Proex), onde eu dava aulas de canto e piano temporariamente, fechou. Então, tive o contrato encerrado e passei a dar aulas em casa”. 
Maria conta que houve redução de aproximadamente 80% dos alunos que antes faziam aulas na Proex. ‘‘Antes da pandemia eu não atrasava com os meus compromissos, o que não acontece agora. O aumento dos preços é outro fator que contribui também. O que mais anseio é que tudo isso chegue logo ao fim para podermos trabalhar como antes e espero que possamos viver mais tranquilos’’, conclui.
Ficha Técnica:
Reportagem: Mirella Mello
Infográfico: Mirella Mello
Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi
Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral