Segundo dados do Banco Central, a plataforma registrou mais de 732 milhões de chaves cadastradas em março de 2024

Pagamentos por PIX são de preferência da maioria dos consumidoresAnnelise

Pagamentos via PIX agilizam transações comerciais | Foto: Annelise dos Santos

 

Lançado oficialmente em 2020, o PIX bateu o recorde de transações no dia 8 de abril e superou a marca de 200 milhões de movimentações em 24 horas. Mesmo com um número significativo, alguns comércios de Ponta Grossa optaram por não usar o método, ou até mesmo deixar de usá-lo. Isso acontece porque muitos comerciantes ainda se sentem inseguros em aceitar pagamentos via PIX e levar golpes e saírem no prejuízo.

 Para o economista José Renato Olszewski, o impacto do PIX, a partir do ponto de vista econômico, é positivo, já que o processo facilita as negociações, liberações de mercadorias e agiliza a reposição de produtos no mercado consumidor. “Como impacto maior, a expectativa é o reflexo no crescimento do PIB, já que o fluxo econômico ganha agilidade”, afirma. Um alerta levantado pelo economista é uma possível taxação significativa para os comerciantes sobre as operações via PIX,  que pode impactar diretamente na renda do indivíduo. Classificado pelo economista como a modernidade financeira que veio para ficar, Olszewski afirma que o PIX acompanha a evolução da era digital, e quem não adotar o método pode ter sérios prejuízos. “O comerciante que não se adaptar ao mercado financeiro tende a sair de circulação e isso acontecerá muito rápido. Os consumidores deixarão de comprar bens e serviços e de forma gradual haverá queda nas vendas, até que se torne insustentável para a empresa”, adverte o economista.

 

Dados do Banco Central revelam que em março de 2024 as chaves pix cadastradas chegaram em 732 milhões valores considerados em milhões.Annelise

(valores considerados em milhões)

Dados do Banco Central, revelam que em março de 2024, o número de chaves pix cadastradas chegou a 732 milhões

 

A comerciante do ramo de papelaria, que não quis ter a identidade revelada, conta que passou por três tentativas de golpe, mas que, por precaução,  sempre esperou que o dinheiro entrasse em sua conta para liberar o cliente. A medida adotada pela comerciante em todas as vendas feitas com pagamento via PIX, impediu que ela sofresse golpes dessa natureza. “Hoje a gente está um pouco mais rígido. Eu confiro na conta! É um pouco complexo com o movimento, mas eu abro a conta, vejo o nome da pessoa e o valor. Entrou o dinheiro na conta é uma garantia”, explica. Um dos  golpes que a comerciante testemunhou em seu estabelecimento, foi uma transação incorreta, em que o cliente transferiu apenas R$0,04 em vez de R$40. A proprietária não percebeu no momento, mas depois conseguiu reaver o dinheiro, pois tinha informações de contato do comprador. Em outros casos, o cliente enviou um comprovante do PIX com um destinatário que não era a loja, enquanto outro enviou um comprovante recortado, sem mostrar o destinatário.

O gerente de uma instituição financeira, que preferiu não se identificar, fala sobre as proteções oferecidas pelos bancos para evitar possíveis fraudes e qual   o suporte oferecido aos clientes. Nesse caso, segundo o gerente, existem seguros  que protegem o consumidor em determinadas situações de golpe. Em outros casos, como estelionatos e PIX feitos pelo próprio cliente, o banco não consegue dar o suporte. “Existem casos em que o banco não tem responsabilidade pelo dinheiro transferido e funciona somente como um meio de pagamento”, afirma. O gerente ressalta a importância de os comerciantes conferirem comprovantes a fim de não serem lesados.

 

Estabelecimentos comerciais quase não recebem pagamentos em dinheiro físico

Estabelecimentos comerciais recebem poucos pagamentos em dinheiro físico | Foto: Annelise dos Santos

 

A recomendação do Procon é de que os cuidados sejam redobrados: que o comerciante faça a checagem da autenticidade dos comprovantes, remetentes e destinatários das transações. Com essas orientações, muitos golpes podem ser evitados.

 

Ficha Técnica:

Produção: Annelise dos Santos

Edição: Ana Beatriz de Paiva

Publicação: Ana Beatriz de Paiva

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Luiza Carolina dos Santos