Maior sistema público de saúde do mundo, SUS já erradicou diversas doenças com campanhas de vacinação

 

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O Sistema Único de Saúde (SUS), virou foco de discussão durante a pandemia de covid-19, assim como o Plano Nacional de Imunização (PNI), e, além das críticas, um dos efeitos positivos é a melhora da opinião dos usuários e da mídia quanto aos serviços prestados. Além  da vacinação contra o coronavírus, o SUS realiza outras formas de atendimento, como consultas, partos, disponibilização de remédios e formação profissional, sendo considerado o maior sistema de saúde do mundo, atendendo mais de 80% dos brasileiros segundo a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS).

O PNI, além de ter realizado diversas campanhas, serviu para indicar quais eram os grupos prioritários para a vacinação contra o coronavírus em 2021. O Plano existe desde 1975, com o objetivo de realizar cobertura completa de imunização para diversas doenças, através do Calendário Nacional de Vacinação. Ao todo, são 19 tipos de vacinas para receber, desde o primeiro dia de vida, até a fase idosa, em dose única ou mais. Através do PNI, doenças como varíola e poliomielite (paralisia infantil) foram erradicadas. 

Exceto as vacinas contra covid-19, dados do PNI mostram que em Ponta Grossa foram aplicadas 619.259 vacinas entre 2019 e 2021. Entre as mais aplicadas estão imunizantes contra a febre amarela e a tríplice viral.

Vacinação pelo SUS em Ponta Grossa entre 2019 e 20211

 A filha da Gabriela Lemes, Caterina Lemes Bueno, nasceu pela rede pública de saúde no dia 4 de novembro de 2021, na Santa Casa de Ponta Grossa, onde recebeu os imunizantes da Hepatite B e a BCG, proteções que devem ser dadas logo após o nascimento.

Na Unidade de Saúde Nelson Luiz de Castro, no bairro Tarobá - unidade de referência de sua mãe - Caterina garantiu a imunidade contra poliomielite e rotavírus. “Eu até pesquisei um lugar particular para dar a vacina para ela porque dizem ser menos dolorido para o bebê. Mas é muito caro, é mais de seiscentos reais”, conta a mãe. 

Ela diz que foi assistida desde o pré-natal, tanto na unidade de saúde, quanto na visita domiciliar,  até o momento do parto. “O SUS tem um grande potencial. E mesmo com a falta de recurso, os funcionários se viram com o que tem”. 

Outro morador que utiliza o SUS é Trajano Ribas, 70, no chamado Atendimento Primário para consultas e para adquirir medicamentos gratuitamente. Ele mora na ocupação do terreno da Prolar, Parque das Andorinhas, no bairro Neves. Não tem condições de pagar médico ou comprar remédios.

 

 

Mas o SUS também especializa profissionais. Formado em Serviço Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), André Henrique terminou em fevereiro a residência na Saúde Coletiva, em Ponta Grossa. A especialização envolve ações e projetos direcionados à saúde e bem estar da população realizados por equipe multiprofissional.

“O SUS tem seus atravessamentos, né? A gente sabe que o que mais prejudica o seu funcionamento é a falta de concurso público, que resulta na falta de funcionários, e a falta de investimento estrutural”, explica.

Mesmo com suas dificuldades, André considera que, principalmente através da vacinação contra a Covid-19, o Sistema Único de Saúde foi visto com outros olhos ao ser o único no país a organizar, distribuir e aplicar as vacinas. “Quem tem plano de saúde particular precisou do SUS para estar imunizado. Quem mora na rua também contou no SUS. Isso diz na Constituição de 88: a saúde é direito de todos e seu acesso é universal”.

 

Ficha Técnica:
Reportagem: Erica Fernanda
Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi
Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral