Lojistas afirmam que autoridades abandonaram o local

A Praça Barão de Guaraúna é um dos símbolos da região central de Ponta Grossa. O local é composto por bancos, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, também conhecida como Igreja dos Polacos, e três bancas que vendem jornais, revistas, bebidas e alimentos. Nem de longe o espaço parece destino de lazer por conta de denúncias de furto e violência cometidos por pessoas em situação de rua que frequentam a praça, segundo os comerciantes e representante da igreja.

A proprietária de uma dessas bancas observa a movimentação na praça há 50 anos e, segundo ela, a praça está em situação ruim há muito tempo. O seu estabelecimento foi assaltado neste ano. “Graças a Deus só me levaram bens materiais, então não houve agressão”, afirma. Segundo a comerciante, nem mesmo a patrulha policial e as rondas que são feitas são suficientes para conter a criminalidade do local. 

 

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Popularmente conhecida como Praça dos Polacos, local sofre com degradação. Foto: Carlos Solek

 

Outro comerciante também compartilha da mesma situação. Ele está na região há 22 anos e há algum tempo se sente vulnerável no exercício do ofício. O comerciante teve parte da estrutura de metal da banca roubada e, em outro momento, os vidros foram quebrados numa tentativa de assalto. “Sempre fazem alguma denúncia oficial, mas a situação ruim não é de hoje. Ligamos para várias pessoas, falamos com políticos. Todos eles prometem ajuda, mas continua do mesmo jeito”, explica. Para ele, é responsabilidade da Prefeitura e da assistência social encontrar maneiras de atender essas pessoas, em sua maioria usuários de drogas. 

A presença das pessoas em situação de rua também incomoda os frequentadores da igreja, segundo um funcionário da instituição. “As senhoras de idade, principalmente, falam para o padre que não querem mais acompanhar as missas pois sentem medo”, afirma. O funcionário ainda afirma que furtos de materiais da igreja já aconteceram.

Mesmo diante de um cenário preocupante, uma das comerciantes não se sente incomodada ou insegura com a presença dos transeuntes. A responsável por outra banca diz que ela e sua colega nunca tiveram problema. "Eles passam aqui na frente da banca e cumprimentam. Eles também compram cigarro. Bebida alcoólica a gente não vende, então eles não vem aqui muito", diz uma delas. As vendedoras afirmam que um dos fatores que acaba piorando a situação na praça é a facilidade que os indivíduos em situação de rua têm em comprar bebida, já que, nos arredores da praça, existem duas distribuidoras e um posto que vendem os produtos. 

Ponta Grossa conta com sistema de amparo que visa ajudar as pessoas que estão ocupando a praça. É o que explica a Coordenadora do Centro POP, Rose Maria Christoforo. “A gente sempre realiza abordagens humanizadas com o pessoal que ocupa a praça. A maioria não aceita qualquer forma de encaminhamento”. Na visão da assistente social, o problema que aflige a região é a venda e o consumo de drogas. Ela explica que a maioria dos indivíduos que ali se encontram são ou usuários ou traficantes. “O que segura eles lá é o tráfico intenso de drogas e ali é um local de fácil acesso para todos os lados da cidade”, explica Rose.

 

Ficha técnica
Reportagem: Levi de Brito e Maria Helena Denck
Edição e publicação: Amanda Martins e Carlos Solek
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen