Falta de acesso no campus central dificulta mobilidade de pessoas com deficiência

 

Sem rampas, falta de pavimentação adequada e vagas de estacionamento insuficientes para idosos e pessoas com deficiência. É assim que se encontra a infraestrutura do Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Com o início do ano letivo de 2022, a carência de acessibilidade é relatada por pessoas com dificuldade de locomoção, que voltaram a enfrentar constrangimentos ao transitar pelos Campus da UEPG.

 

Créditos Lucas Ribeiro

Foto: Lucas Ribeiro

 

A acadêmica do curso de Direito noturno Flávia Novaski, que é cadeirante, relata que não consegue circular pela UEPG principalmente por conta de problemas na pavimentação. “Sinto dificuldade em chegar ao RU, aquela pavimentação está toda cheia de buracos e também a parte da frente da UEPG. Algumas áreas têm degraus e não tem rampas”, desabafa. A estudante sugere que, para melhorar a acessibilidade, a pavimentação seja arrumada para deixá-la mais uniforme.

A equipe de reportagem, em uma rápida caminhada, constatou que no Campus Central não há rampas no pátio e apresenta calçadas que carecem de acessibilidade para cadeirantes. Outro problema se dá nas salas do Bloco A, com o único acesso a sala somente possível pelo degrau da escada. 

Para a participante da Universidade Aberta para Terceira Idade (UATI), Catarina de Lima dos Santos, um dos principais problemas é a ausência de estacionamento para idosos nas ruas ao redor da UEPG Central. Catarina também aponta que outro problema em relação aos estacionamentos são as pessoas que  estacionam em frente aos portões de entrada, o que dificulta o acesso daqueles que possuem problemas de locomoção. "A dificuldade começa pela lateral (rua Riachuelo) porque o carro estaciona na frente do portão", explica.

Em nota, a Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) da UEPG afirma que a universidade vem implementando as adequações necessárias há anos, mas ressalta que as implementações são um processo gradativo e complexo.

 

Mais problemas

Um exemplo das insuficiências na acessibilidade é a sala A01 do Campus Central. Lá, o acesso só é possível pelo degrau da escada, o que impossibilita, por exemplo, um cadeirante de frequentar as aulas. A situação se repete nas salas 103, 104 e 105 do Bloco A. No Bloco B, o elevador que o compõe não percorre todos os andares, apenas os dois de cima. Sem o elevador, pessoas com dificuldade de acesso precisam recorrer às escadas ou dar a volta na universidade até encontrar o elevador.

As calçadas que estão nos arredores da UEPG também são um problema, pois carecem de acessibilidade para cadeirantes nas esquinas da rua Dr. Penteado de Almeida com a Celso Bitencourt, e desta com a rua Riachuelo. A situação do calçamento também é crítica, já que em alguns pontos há elevações e buracos.

No Campus de Uvaranas a situação é semelhante. Lá, por exemplo, faltam rampas na entrada do bloco da Reitoria, e na entrada da Central de Salas, há apenas escadas. Além disso, há carência de rampas nas faixas de pedestres em alguns pontos de ônibus dentro da universidade, e faltam calçadas em algumas vias. Há apenas a rua, e logo em seguida a grama.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Kauan Ribeiro

Edição e Publicação: Ana Barbato

Supervisão de produção: Cândida de Oliveira, Maurício Liesen e Ricardo Tesseroli

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen