Cenários e figurinos estão entre as preocupações dos bastidores do Festival Prosiá
Quem vê o resultado nos palcos nem sempre percebe a correria que ocorre nos bastidores e na produção de uma peça teatral. No mês de julho, o Coletivo Cacareco organizou a segunda edição do Festival de Teatro Prosiá, em que peças teatrais de grupos locais foram apresentadas em diferentes espaços de Ponta Grossa, gratuitamente. Mas o que acontece nas coxias, nos bastidores e toda a movimentação antes da produção chegar aos palcos?
A equipe da peça A Borboleta na Colina preparava o cenário do espetáculo para a noite de estreia, um grande arranjo de flores pendurado sobre a mesa central que reúne os personagens. Leila Freire, atriz da peça, comenta que a organização do espetáculo é carregada de sentido para o elenco. “A produção por trás é toda uma composição. Tem algumas plumas que decoram a mesa, que fizeram parte da primeira edição da peça, além de objetos sentimentais para os atores.”
Para além do cenário, Leila afirma que os figurinos também são importantes. “Peguei minha blusa hoje pela manhã e senti nostalgia. Lembrei de apresentar a peça outras vezes, da seleção de cores que fizemos para o figurino, dos bordados e outros detalhes das roupas”.
Durante a conversa, a diretora Viviane Oliveira continuava posicionando as flores naturais no arranjo para o cenário. Ela explica que todos os membros do grupo auxiliaram na organização do festival. “O tempo que separou a inscrição e a classificação das peças foi de dois meses. Neste período, nos organizamos com o que já tínhamos de bagagem e trabalhamos juntos”.
Foto: Maria Luiza Pontaldi
Conciliando tempos
Para o espetáculo Cubo Mágico, o tempo escasso foi um problema para a produção. A diretora Michella França julga que o maior problema foi conciliar ensaios com as agendas dos integrantes do grupo que trabalham, estudam ou até moram em outra cidade.
“Para mim, a maior dificuldade é o tempo, pois precisamos de todos. A gente não faz sozinho o teatro, mesmo monólogo, tem alguém que faz a técnica ou ajuda em alguma coisa. Então, temos essa dificuldade de sempre estar todos juntos”.
Cubo Mágico teve quatro meses de ensaios, com três horas semanais em média, mas o curto tempo não evitou que a apresentação arrancasse aplausos da plateia.
Por se tratar de teatro musical para o público infanto-juvenil, o espetáculo contou com cenas de canto que provocaram interação entre os atores e o público. Leandro Wenglarek, musicista e um dos dramaturgos do grupo, revela que as músicas cantadas durante a apresentação são autorais.
“Elas são todas feitas para esse espetáculo e a partir daí se desenvolveu o processo de entrar no universo musical, da melodia. Buscamos trabalhar esses elementos nos personagens, nos figurinos e nas maquiagens também.”
Ficha técnica:
Reportagem: Maria Luiza Pontaldi e Vinicius Sampaio
Edição e Publicação: Gabriel Mendes Ferreira
Supervisão de produção: Muriel Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen