Doença de Chagas é tema da primeira peça produzida pelo Grupo de Teatro Científico da UEPG
A peça Coração em Chagas abriu as apresentações da 50ª edição do Festival Nacional de Teatro (Fenata). O espetáculo narra a descoberta da doença de Chagas pelo cientista brasileiro Carlos Chagas, em 1909, além de abordar o contexto social, político, econômico e cultural da época. Causada a partir da infecção humana pelo protozoário Trypanossoma cruzi, a doença, se não tratada, pode causar insuficiência cardíaca, ocorrendo com maior incidência em pessoas que estão em vulnerabilidade sanitária.
Segundo a coordenadora do grupo e professora do curso de Química na UEPG, Leila Freire, o assunto da peça foi escolhido por interesses em comum de diversos departamentos. “O tema foi definido pelo grupo e, desde então, começamos os trabalhos para preparar os corpos e vozes dos atores, já que haviam pessoas que nunca tinham feito teatro”, afirma. O Grupo de Teatro Científico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (GTC-UEPG) é um grupo de extensão multidepartamental que tem como finalidade produzir peças que relacionam arte e ciência em movimentos multidisciplinares.
Coração em Chagas foi apresentada na estreia do Fenata 2022. Foto: Maria Fernanda Justus
Segundo Leila, o teatro tem grande potencial comunicativo, fazendo com que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento científico. “O objetivo é levar a ciência a um público que nem sempre buscaria ou teria acesso, mostrando a proximidade dos campos [arte e ciência] que embora pareçam muito distintos, têm grande similaridade”, explica a coordenadora.
Quem assistiu Coração em Chagas faz elogios ao espetáculo. João Agner, que é ator e contador de histórias, assistiu à estreia da peça. Ele exaltou a dedicação dos atores no palco, a atuação em grupo e a riqueza de detalhes no figurino. “A união entre ciência e arte é necessária por dar relevância e protagonismo ao que está sendo deixado em segundo plano em esferas maiores”, afirma.
Ágda Talita Galvão, professora da rede estadual de ensino, também prestigiou o espetáculo. Segundo ela, a ciência não deve ser restrita a um pequeno número de pessoas. “A peça conseguiu trazer um pouco da história da ciência e do conhecimento científico de uma forma clara, leve, lúdica. Além do mais, o teatro é uma arte que toca a fundo nossas emoções”. Para ela, ações como essa devem se repetir por contribuírem com a divulgação da ciência para uma parcela maior da sociedade.
As reuniões do Grupo de Teatro Científico da UEPG acontecem toda segunda-feira, das 8 às 12h no Grande Auditório da UEPG Central. Qualquer pessoa pode participar, inclusive aquelas que não são da universidade. A proposta do projeto é escrever uma peça por ano com diferentes temas.
Ficha técnica:
Reportagem: Ana Barbato
Edição e publicação: Isadora Ricardo
Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli