A categoria se posicionou pelo respeito à Lei da data-base e contra a proposta de reajuste de 5,79% nos salários

Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) iniciam greve a partir da próxima segunda-feira (15) contra a defasagem salarial e por respeito à Lei da data-base. As atividades letivas ficam suspensas por tempo indeterminado, os serviços e atividades essenciais devem ser mantidos na instituição. A decisão unânime foi tomada durante Assembleia Geral organizada pela Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg) no dia 10 de maio no Campus Central. A categoria se posicionou contra a proposta de reajuste de 5,79% nos salários anunciada pelo governador Ratinho Jr. (PSD), defendendo que a defasagem salarial atinge 42% acumulados desde 2016. 

João BobatoA votação pela greve doi unânime durante Assembleia Geral organizada pela Sinduepg | Foto: Foca Foto/João Bobato

Conforme o previsto pela Constituição Federal, a data-base não significa o aumento real dos salários, porém a lei é um instrumento legal que evita a defasagem salarial dos trabalhadores. No Paraná, a data-base está inserida na Lei n° 15.512, a qual estipula  a data de primeiro de maio de cada ano para a revisão geral anual dos salários. Entretanto, o  anúncio do Governo do Paraná estipula que o reajuste será pago a partir de agosto e implementado em julho. Esse anúncio foi recebido com insatisfação pelos professores, tanto pela data quanto pelo reajuste de 5,79%, inferior à defasagem salarial. “Não tem mais condição de flexibilizar essa data e jogar para frente, a greve é a única maneira dos trabalhadores forçarem os governos que não respeitam os nossos direitos”, destaca Sérgio Luiz Gadini, presidente da diretoria provisória da Sinduepg.

Durante a assembleia, os docentes alegaram que foram mais de quatro anos de tentativa de diálogos, e que o valor proposto pelo Ratinho Jr. é insuficiente para compensar as perdas salariais acumuladas ao longo dos anos, refletindo a não valorização da categoria e a precarização do trabalho. Os sindicatos dos professores universitários, em nível nacional e estadual, reivindicam um reajuste salarial que seja condizente que contemple as perdas acumuladas nos últimos anos. “A gente já protocolou e informou o Governo do Estado, os demais sindicatos das universidades estaduais também já fizeram o mesmo”. Sérgio Luiz Gadini explica que os professores agora apenas esperam uma disposição do Estado em resolver o problema e ouvir os professores.

Os comandos para encaminhar as tarefas e atividades da greve, será definida durante as próximas reuniões do sindicato com todos os participantes da greve. Entre as principais pautas para os comandos estão o reajuste, respeito à data-base, a Lei Geral das Universidades (LGU), e a precariedade de trabalho. 

2 qual a pauta de lutaFoto: Divulgação Andes

Greves no Paraná

A instituição estaduais vem enfrentando uma série de falta de investimentos nos últimos anos, como a redução de verbas, ausência de concursos públicos e a terceirização dos serviços a mais de 12 anos, além da defasagem salarial enfrentada pela categoria. As paralisações refletem a insatisfação generalizada,  e   o posicionamento dos professores universitários contra o reajuste salarial anunciado pelo governador Ratinho Jr. ocorre por todo o Paraná. Desde março, sete universidades estaduais aprovaram o indicativo de greve. "A gente tem capacidade de mobilizar, já provamos isso ao longo da história", enfatiza Sérgio Luiz Gadini.

O professor explica que o movimento deve ser em conjunto com outras instituições estaduais que já se mobilizaram, como é o caso da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que está em greve desde segunda-feira (dia 8). A Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), a Universidade do Paraná (Unespar) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) anunciaram greve dos professores para a próxima segunda-feira (dia 15),  assim como a UEPG. "Sozinho, uma ou outra instituição ou grupo isolado não tem força, só temos força juntos", diz o professor. A única instituição que ainda não anunciou um posicionamento é a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), que marcou assembleia somente para o dia 17.

Ficha técnica:

Reportagem: Alex Dolgan Pamela Tischer

Publicação: Alex Dolgan

Supervisão de produção: Marizandra Rutilli

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos