O grupo abre inscrições para oficinas e terá o Fenata 2023 como palco principal dos espetáculos

 

O Grupo de Teatro Universitário (GTU), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), retornou às suas atividades oficialmente em março de 2023, após um hiato de 37 anos. A volta do grupo, ativo entre 1973 e 1986, representa uma oportunidade para que todos, acima dos 17 anos, tenham  a possibilidade de produzir artes cênicas no GTU. O projeto tem a supervisão dos veteranos do grupo Daniel Frances e de Nelson Silva Jr., diretor de assuntos culturais da Pró-reitoria de Extensão (Proex). Além deles, a equipe conta com seis professores voluntários para as áreas de coreografia, canto e atuação. A equipe pedagógica do atual GTU é composta pelo coordenador Daniel Frances, e os professores Heloísa Frehse, Gabriel Vernek, Ana Gambassi, Terezinha Musardo, Wilton Paz e Bignel Corrêa. Quando o grupo anunciou o retorno aos palcos, cerca de 60 pessoas demonstraram interesse em participar do projeto. 

O GTU foi criado em 1973, quando o ator e diretor Telmo Faria foi contratado para fundar e dirigir o grupo teatral. De acordo com Daniel Frances, atual coordenador do grupo e integrante do grupo inicial, quando o reitor da UEPG na época, Álvaro Augusto Cunha Rocha convidou Telmo para dirigir o grupo, o diretor falou que só aceitaria caso existisse um festival onde o grupo pudesse apresentar. E, assim, surgiu o Festival Nacional de Teatro (Fenata), evento realizado pela primeira vez em 07 de novembro de 1973, praticado no atual grande auditório da UEPG Central. Os primeiros anos do evento foram majestosos, contando com atores como Walmor Chagas, Cláudio Marzo, Bibi Ferreira, Henriette Morineau, Celia Santos, entre outros. Todos antigos conhecidos de Telmo, já que era carioca e conseguia que os artistas viessem a Ponta Grossa sem a necessidade de cachê.

Mesmo após o fim das atividades do GTU em 1986, o Fenata continuou em atividade até os dias de hoje, o que motivou a atual organização do festival a retomar as atividades do grupo. As apresentações serão realizadas na próxima edição do evento. O retorno também abre a oportunidade para que pessoas possam desenvolver talentos e habilidades no campo das artes por meio das atividades e oficinas realizadas pelo grupo.

Daniel ainda conta que o Festival também passou por censuras durante a ditadura militar, ao ponto de várias peças serem proibidas de encenar, como a peça "As Hienas", de Bráulio Pedroso, considerada pesada demais para menores. Esta e outras censuras levaram a reagendamentos de última hora, como a peça de encerramento tendo de abrir o evento por falta de opções. Antigamente, se tornar um ator era uma dificuldade, a experiência vinha da vivência, “suba lá e faça”,  enquanto atualmente a nova geração passa por cursos de artes cênicas e uma vasta preparação teórica.

"Fazer teatro é incrível, ainda mais com a metodologia aplicada, os professores são excepcionais e o ambiente é extremamente leve e acolhedor.", comenta Vinycius Andrade, estudante de economia da UEPG e um dos novos integrantes do GTU. Para ele, o grupo é um espaço livre de julgamentos.

Silva Jr complementa que "levar para a comunidade aquilo que, muitas vezes, poucas pessoas têm acesso, porque estamos em uma universidade pública, mas ainda não é possível que todas as pessoas estejam nela e frequentem. Participar de um projeto como o Grupo [de Teatro] Universitário ou de outras ações é estar dentro da universidade”, .

O Grupo de Teatro Universitário irá se apresentar na edição 2023 do Fenata, e após quase 40 anos sem apresentação do grupo, o público irá prestigiar os resultados dos alunos.

 

FICHA TÉCNICA:

Reportagem: Mateus Amantino e Vinicius Alexandre

Edição: João Victor Lemos

Publicação: Rafaela Colman

Supervisão de Produção: Muriel Amaral, Marizandra Rutilli e Fernanda Cavassana

Supervisão de Publicação: Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos