CAJOR tem chapa nomeada após eleição extraordinária
A chapa Cajor Resiste(ncia) foi nomeada para o Centro Acadêmico João do Rio, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em eleição extraordinária no dia 2 de maio. Agora, Júlia Andrade, estudante do terceiro ano do curso, é a coordenadora geral. Entre as principais propostas da chapa estão reativar o movimento estudantil do curso, a criação do Espaço Cajor, com microondas e cafeteira para uso dos estudantes, e a busca por vagas de estágio. A nova gestão é temporária até agosto de 2023, quando as eleições ordinárias para presidência devem ocorrer segundo o estatuto da agremiação.
O centro acadêmico de Jornalismo permaneceu sem coordenação oficial desde o final de 2022, quando o período da gestão anterior se encerrou. Leonardo Duarte, acadêmico e Coordenador Geral do mandato 2021/2022, esteve à frente das funções do CAJOR até a eleição extraordinária no início de maio. Para ele, uma das atuais dificuldades que o centro acadêmico tem enfrentado é a falta de interesse de participação dos alunos. “Eu vejo que é um efeito da pandemia, porque o Cajor ajudou bastante na adaptação das aulas online, mas os alunos não sabem qual é o real motivo do Cajor. Em geral, a mentalidade sobre o que é o movimento estudantil mudou e isso dificultou qualquer tipo de ação que o centro acadêmico fizesse”, afirma.
De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), um centro acadêmico é uma associação estudantil, sem fins lucrativos, que representa os estudantes de determinado curso do ensino superior. Cabe a ele realizar debates e discussões com os alunos, para que estes compartilhem suas críticas, anseios e opiniões, buscando assim encontrar soluções para os problemas enfrentados no ambiente universitário. O movimento estudantil é a forma política que estudantes têm para dialogar institucionalmente, apresentar suas demandas e reivindicações. Em 2022, por exemplo, o corpo docente do Curso de Jornalismo apresentou desfalque de quatro professores, impedindo a oferta de disciplinas que, somadas, representavam um déficit de um terço da carga horária do curso. Naquele momento, os acadêmicos e acadêmicas de Jornalismo decidiram, em assembleia com o centro acadêmico, realizar uma paralisação como forma de manifestação. Com a movimentação dos estudantes, foi possível defender para a Reitoria a contratação de professores temporários, que já estavam aprovados em teste seletivo na UEPG.
Histórico
Em 2005, o Cajor era só uma representação estudantil, junto ao departamento e à universidade. No ano seguinte, houve uma segunda direção no centro acadêmico, com a documentação já em processo de finalização e buscando uma estrutura maior da representatividade estudantil pela perspectiva política. Em 2007, o centro acadêmico conquistou sua sala, que antes era um depósito. Manoel Moabis, atual professor e egresso do curso, fez parte da gestão daquele ano e esteve presente no dia. “Após assumirmos a salinha, compramos um sofá. Gerou polêmica, pois alguns estudantes entendiam que a gente tinha que comprar livros para a universidade, mas achamos melhor o sofá pela lógica de ocupar o espaço do centro acadêmico. Entendemos que a função dele não é comprar livros e sim cobrar que a universidade seja melhor e tenha mais livros”, explica.
De acordo com Manoel Moabis, O Caliba, Centro Acadêmico Líbero Badaró, precedeu o Cajor. Entretanto, a direção não conseguia fazê-lo funcionar juridicamente, pela ausência de documentação. Ao invés de regularizá-lo, a gestão da época optou por criar um novo. Reuniram os estudantes em assembleia para fundar o atual Cajor. Existiam três propostas de nomes, mas, em discussão, o nome de João do Rio foi escolhido, por ser importante para o jornalismo.
Ficha técnica
Reportagem: Radmila Baranoski
Edição: Maria Vitória
Publicação: Rafaela Colman
Supervisão de produção: Muriel Amaral, Marizandra Rutilli e Fernanda Cavassana
Supervisão de publicação: Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos