Estudantes e professores da UEPG participaram da ação

 

A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e o Laboratório de Gestão, Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade (LAGEIS) realizaram a Páscoa Solidária na Ocupação Ericson John Duarte, no Parque das Andorinhas, em abril.  A equipe de voluntários distribuiu chocolates, cachorro-quente e algodão doce às crianças da comunidade. Em parceria com o projeto ELOS e o Centro Acadêmico Carvalho Santos, do curso de Direito, ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o evento contou com atrações musicais, esportivas, recreativas e culto ecumênico.

A coordenadora da campanha e professora do departamento de administração da UEPG, Marilisa do Rocio Oliveira, afirma que o projeto tem importância não só para alegrar a ocupação, mas também para introduzir assuntos como saúde e meio ambiente às crianças. Além disso, a ação aproxima a comunidade acadêmica da população, fazendo com que os universitários tenham seus horizontes expandidos. “A importância de um projeto como esse é refletir sobre nosso papel como cidadãos dentro de uma sociedade tão desigual. Esse universo de saberes e conhecimentos que podem contribuir para o progresso, a ciência e a vida”, afirma a docente.

Essa foi a segunda edição do projeto que teve a participação de professores e alunos dos cursos de Administração, Comércio Exterior, Jornalismo, Serviço Social, Ciências Contábeis e Direito da UEPG. Para que a ação ocorresse, caixas de arrecadação foram colocadas em diversos corredores da universidade, além de divulgação nos perfis em redes sociais dos centros acadêmicos dos cursos nas redes sociais. De acordo com a coordenadora da ação, foram organizados 400 kits para crianças. A ocupação é formada por cerca de 400 famílias, das quais 350 crianças já foram beneficiadas pela ação.

Ana Paula Teixeira de Miranda, moradora desde o início da ocupação, a ação tende a animar a comunidade. "Melhora total o ânimo do povo. Com a ajuda da UEPG, a gente fica muito feliz. Ajuda muito as crianças”, afirma. Para André Ricardo Guimarães, um dos coordenadores da FNL, “as campanhas solidárias contribuem para a quebra da rotina, porque é uma rotina um pouco sofrida”.

 

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Mais de 300 crianças foram beneficiadas pela ação | Foto: Victor Schinato

 

Falta assistência

O evento também foi uma oportunidade para debater sobre políticas públicas e a relação da FNL com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Segundo Guimarães, a prefeitura tem atuado apenas na conciliação entre os moradores e órgãos públicos, sem outras ações de suporte. O coordenador destaca a necessidade de maior apoio estrutural e encaminhamento aos Centros de Referência e Assistência Social (Cras), além da falta de apoio popular. “A sociedade poderia ser mais humana, ver a gente como pessoas humanas”, afirma. 

De acordo com Leandro Santos Dias, outro membro da coordenação da FNL, reuniões periódicas são feitas na UEPG para a conciliação da ocupação com a Prefeitura, Copel, Sanepar, Governo Estadual e representantes da universidade. “A questão da moradia não é só discutir a propriedade, envolve uma gama de questões sociais muito importantes”, explica. De acordo com o morador, há idosos em situação irregular, gestantes, muitas crianças, pessoas em vulnerabilidade social no grupo. “A gente precisa ter solidariedade um com o outro, uma outra sociedade é possível da gente construir baseado nos princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade”, reforça Leandro.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Victor Schinato

Edição: Lívia Hass

Publicação: Vittória Mulfait

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Fernanda Cavassana de Carvalho e Marizandra Rutilli

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos