Atualmente o único DCE ativo em Ponta Grossa é o da UTFPR

 

O Diretório Central de Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (DCE/UEPG) continua sem representantes e com a sede fechada desde a última gestão (2019/2020). Isso porque, durante a pandemia, o movimento estudantil se fragmentou e não houve a organização de um Conselho Estudantil de Base (CEB), necessário para a realização da eleição. Ainda em 2020, alunos da universidade fizeram reformas e melhorias no prédio, como a pintura da sede e troca dos móveis.  

Júlia Bilobran e Anselmo Filho, alunos do curso de Direito, são membros da gestão atual do Centro Acadêmico Carvalho Santos (CACS) e acreditam na importância do DCE dentro do movimento estudantil. “O DCE representa a luta estudantil, o que os estudantes querem, o DCE tem a responsabilidade de ser uma frente única com representantes de cada curso e ter uma cadeira junto à reitoria para trazer cada reivindicação e interesses dos estudantes.” Júlia e Anselmo afirmam que o CACS, enquanto o DCE permanecer inativo, seguirá na tentativa de administrar as relações entre os acadêmicos do curso de Direito, colegiado e reitoria.

Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), o DCE é uma entidade estudantil que representa os alunos de determinada instituição e tem o papel de organizar suas pautas e reivindicações. Na UEPG, a sede do DCE está localizada em frente ao campus central e o prédio se tornou um depósito de  objetos e móveis abandonados no local. Mesmo sem uma gestão atual, alguns centros acadêmicos, como o Diretório Acadêmico Livre de História (DAHLIS) , do curso de História da UEPG, tentaram retomar as atividades da entidade ao promover transmissões de alguns jogos de futebol durante o período da Copa do Mundo de 2022. A ação foi bem sucedida ao promover a integração entre os estudantes, mas não suficiente para reativar o diretório.

Alexandre Kapusniak e Amany Oliveira, acadêmicos de História e integrantes do DALHIS, reiteram a importância do Diretório ao dar voz para os estudantes dentro e fora da universidade e relatam quais os prejuízos que a entidade inativa traz para o movimento estudantil. “Os estudantes acabaram ficando sem uma voz, acaba que a luta estudantil fica meio adormecida, está na hora de os movimentos se organizarem para nós termos a nossa voz ativa novamente.” relata Alexandre. Os dois alunos ainda contam que o DALHIS sempre participou ativamente das gestões do DCE, e que tem interesse em reconstruí-lo e restabelecer essa conexão entre reitoria e estudantes.

Os estudantes de História explicam que a apresentação das novas chapas e a abertura de um processo eleitoral por parte de uma comissão eleitoral são necessários para ativar o DCE. A comissão seria escolhida por um Conselho de Entidades de Base, organizado pelos Centros e Diretórios Acadêmicos da UEPG. Entretanto, ainda não há previsão para que isso aconteça. Alexandre e Amany também  relatam que o DAHLIS sempre teve envolvimento ativo nos processos eleitorais e gestões do DCE, e por isso, é de grande interesse de seus membros ajudar a reconstruir o diretório e fortalecer o movimento estudantil e a democracia dentro da universidade. 

 

Ficha técnica

Reportagem: Ana Beatriz de Paiva

Edição: Maria Vitória

Publicação: Rafaela Colman

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Marizandra Rutilli e Fernanda Cavassana

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos