Diretrizes vigentes oferecem atendimento mais humanizado e qualificado

 

O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HURCG) e o Hospital Universitário Materno Infantil (Humai), administrados pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), adotaram novo protocolo de atendimento às vítimas de violência. A 2ª edição do “Protocolo de atendimento dos Hospitais Universitários da UEPG às vítimas de violência” entrou em vigor em março de 2023 e foi idealizada pelas assistentes sociais Cleide Lavoratti, Kelly Krezinski Crivoi e Lucimara Nabozny e contou com a participação de equipes interdisciplinares e colaboradores do curso de Serviço Social da UEPG. 

 A Secretaria Estadual de Saúde centraliza o atendimento às vítimas de violência sexual, de 12 municípios da Região dos Campos Gerais, no HURCG e HUMAI desde abril de 2022. A atualização do protocolo decorreu da necessidade de ampliar os fluxos de atendimento e acompanhar a legislação vigente. De acordo com as idealizadoras, o protocolo garante  às vítimas acompanhamento por profissionais qualificados e preparados para a minimização de traumas e encaminhamento para tratamentos posteriores. Segundo Cleide Lavoratti, esse é um marco histórico para os hospitais-escolas. A assistente social evidencia as ações de capacitação dos profissionais e suas condutas. “Todos vão conhecer o fluxo de atendimento para atender a pessoa em situação de violência, com respeito, com acolhimento e sem julgamento”, explica.

 

INFOGRÁFICO PROTOCOLO LAURA

Infográfico: Laura Urbano

 

O profissional é responsável pelo preenchimento do termo de notificação compulsória. Esse documento declara, ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a existência de um indivíduo em situação de vulnerabilidade. Para a continuidade e efetividade do atendimento, a vítima deve ser contemplada por planos de cuidado, acompanhamentos pelas redes de proteção (Unidades de Saúde, Centros de Assistências Psicossociais, Centros de Referência de Assistência Social), encaminhamentos para especialidades e monitoramento por instituições de  segurança pública. 

“A população agora sabe da existência deste protocolo. Caso a vítima venha a ser hospitalizada, ela está segura e pode revelar o seu caso de violência”, afirma Safira Pereira, acadêmica de Serviço Social da UEPG e uma das colaboradoras. O protocolo deve atender às vítimas de violências intrafamiliares e domésticas, como abusos físicos, psicológicos, morais e sexuais, cometidas contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos e comunidade LGBTQIA+. 

De acordo com as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná, considerando os meses de janeiro e fevereiro de 2023, Ponta Grossa ocupa a terceira posição entre as cidades com maior número de casos de violência contra mulheres. O município registra 1278 casos, atrás apenas de Curitiba com 6027 casos e Londrina com 1725 ocorrências. 

 

Ficha técnica:

Reportagem: Laura Urbano

Edição: Betania Ramos

Publicação: Pamela Tischer

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Fernanda Cavassana de Carvalho e Marizandra Rutilli

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos