Fiéis demonstram a fé por meio de altares e peregrinação

Em meio às festividades em comemoração aos 200 anos de Ponta Grossa, os fiéis da cidade demonstraram uma profunda devoção ao Monge João Maria, em uma inédita passeata dedicada a ele. Monge João Maria é um santo popularmente conhecido pelos devotos por realizar milagres, em demonstração de fé e em forma de agradecimento,  esses realizam vários atos, desde criar um altar de homenagem  e  até a presença em peregrinações. Ao menos três monges de nome João Maria passaram pela região sul do Brasil: João Maria De Agostini, De Jesus e De Santo Agostinho. Entretanto, seus atos junto à fé dos seguidores uniu os três em apenas uma entidade, que tem o poder de cura de doenças.

Seu reconhecimento começou ainda no século XIX e os atos de devoção continuam até hoje. Um dos devotos do santo popular e o radialista, Fernando Ribeiro, comenta que a  adoração ao monge começou ainda na infância por influência dos pais, que também o adoravam. “Eu e meus irmãos fomos batizados no Olho D’água”, relata. O Olho D’água João Maria, ao qual Fernando conta está localizada no bairro de Uvaranas  

Ao ser atingido por um tronco de eucalipto, o radialista conta que machucou as pernas e criou um abscesso na virilha. Após a visita ao médico, saiu com a recomendação de cirurgia em 15 dias. Porém, Fernando Ribeiro acatou a crença da mãe, acendeu uma vela ao monge e se banhou três vezes nas águas do Olho D’água e o abscesso desapareceu. Como forma de agradecimento, o radialista construiu  em sua  própria casa uma gruta e um altar.

Não é apenas Fernando Ribeiro que pediu preces ao monge A gerente de loja Marilene de Oliveira conta que começou sua fé por influência de seu marido e que milagres aconteceram em sua vida “No começo eu não acreditava, mas comecei a fazer pedidos para ele e sempre recebi os milagres”,  Ela  acredita que a recuperação de seu pai da Covid-19 foi por intervenção do monge João Maria. “O meu pai não tem um pulmão, ele foi internado e a gente via que ele não conseguiria aguentar. Quando cheguei de manhã, meu pai não estava nem com o aparelho da traqueostomia mais, estava muito bom”, recorda.

Peregrinação

A  peregrinação ao “monge do Paraná” aconteceu no dia 25 de março, pela primeira vez em Ponta Grossa, como parte da programação dos 200 anos da cidade e teve como ponto inicial a Casa do Divino, localizada no centro da cidade. O destino da caminhada foi o córrego Olho D’água de São João Maria, localizado na vila Ana Rita,  durante  o percurso foram realizados cantos e orações. 

Fiéis caminham até Olho D’água João Maria e intercedem por bênçãos | Foto: Luiz Cruz

Ainda de acordo com seus devotos, o monge  visitou diversas cidades do Paraná, entre elas Ponta Grossa e União da Vitória. Os lugares por onde passou são considerados sagrados por seus seguidores. No município de União da Vitória, há a lenda de que ele abençoou a água e cravou uma cruz ao solo que não poderia ser retirada. Todavia, a recomendação foi desrespeitada e a cidade é reconhecida pelas fortes enchentes.

Ficha técnica

Reportagem: Luiz Cruz

Edição: Eduarda Breus Macedo, Alex Dolgan

Publicação: Alex Dolgan

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Marizandra Rutilli e Fernanda Cavassana

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos