Porém, maioria dos lugares públicos em Ponta Grossa não possuem o espaço

 

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Crianças gastam energia em espaço recriativo | Foto: João Paulo Fagundes

 

Quando se trata de restaurantes ou lojas no geral, os pais desejam um espaço confiável e seguro para deixar seus filhos enquanto aproveitam. Alguns comércios de Ponta Grossa adotaram a prática dos espaços kids, ambientes lúdicos construídos pensando no bem-estar das crianças. Em contrapartida, a maioria dos lugares públicos e culturais da cidade não possuem locais adequados para elas, o que acaba separando o público. Mãe do Caetano, Juliane Carrico, relata que os eventos culturais da cidade não possuem estrutura pensada em pais que precisam levar os filhos. “Às vezes a prefeitura realiza eventos com cama elástica e outros brinquedos, mas não tem cuidadores no local, então acabamos tendo que ficar junto o tempo inteiro”, conta.

“As pessoas que frequentam lugares públicos não sabem lidar com a presença de crianças”, diz Lauriele Carneiro, mãe do Conrado, de 3 anos. Ela afirma que Ponta Grossa possui espaços ideais para levar crianças, mas não tem uma população apta a entender as emoções e comportamentos dos pequenos. “Já passei por situações constrangedoras onde as pessoas me olhavam como se eu não soubesse impor limites ao meu filho só porque ele estava chorando”, explica. Lauriele reforça a ideia de que não adianta apenas ter o espaço kids para acomodar a criança se os olhares, comentários e falta de empatia ainda existem. “Para quem é mãe, o apoio emocional vale bem mais que lugares com brinquedos”, aponta.

 

Questão econômica

Em alguns casos, os lugares públicos que oferecem espaço kids acabam cobrando um valor alto – é o caso de shoppings centers, por exemplo. O mestre em economia Thiago Pinheiro explica que os empresários começaram a ver a construção de lugares adequados para crianças como um bom meio de obter lucro por meio da política do ganha-ganha. “Os pais ganham, pois tem um momento tranquilo para fazer compras. Os filhos, por ficarem em um ambiente seguro e lúdico. E os empresários também, já que gera empregos”, afirma.

Nem todos os estabelecimentos possuem o mesmo público-alvo, o que pode ser motivo para a falta de construção de espaços kids. O economista Tiago Jazysnki diz que é necessário todo um investimento em instalação e manutenção periódica para garantir a segurança nesses ambientes. “Por isso todos os custos devem ser pensados e colocados na ponta do lápis, verificando a real viabilidade do investimento”, completa. Enquanto pai, Tiago apoia a existência desses espaços, já que é uma maneira de poder levar as crianças sempre que sai. “Aqui na cidade, muitos lugares possuem o espaço kids, geralmente com tudo limpo e preparado para as crianças. Mas algumas vezes esses espaços carecem de manutenção e higiene adequadas para recebê-las”, aponta.

 

Ficha técnica

Reportagem: Eduarda Guimarães

Edição: Cristiane de Melo

Publicação: João Paulo Fagundes

Supervisão de produção: Manoel Moabis

Supervisão de publicação:  Marizandra Rutilli e Luiza Carolina dos Santos