A instituição trabalha em conjunto com órgãos governamentais, não governamentais e com a comunidade

A Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Intrafamiliar e Sexual contra as Mulheres foi criada no dia 20 de julho de 2023 em Ponta Grossa. O grupo tem como objetivo os quatro eixos previstos pela Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, sendo eles: o combate, a prevenção, a assistência e garantia dos direitos das mulheres. De acordo com a assessoria do Município de Ponta Grossa, até junho deste ano foram registrados 502 casos de violência contra mulheres. O dado é obtido por meio de contabilização de ocorrências das áreas urbana e rural.
A necessidade da criação da Rede, conforme apresentado no DECRETO Nº 22.054, de sete de julho de 2023, ocorreu após inquérito para analisar as características da dissertação de mestrado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG): “Das violências domésticas e familiares ao feminicídio: a percepção dos profissionais que atuam nas políticas públicas de enfrentamento às violências contra as mulheres em Ponta Grossa/PR”. Através do trabalho acadêmico ficou claro que havia a necessidade de junção entre os órgãos responsáveis pela segurança da mulher (Casa da Mulher, Patrulha Maria da Penha e Núcleo Maria da Penha).

Trabalho na área rural

A forma de atendimento para combater a violência contra mulher na área rural é determinada por alguns condicionantes: isolamento geográfico, isolamento social e maior índice de dependência econômica. A co-vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Ana Paula de Melo, explica que o isolamento geográfico é determinante porque há um deslocamento maior. Isso prejudica o atendimento à mulher por levar mais tempo. Já no isolamento social, é apontado a distância e a baixa convivência na área rural. Na questão econômica é reforçado a ideia do marido ser o provedor de renda da casa, responsável por sustentar a mulher.
De acordo com a co-vereadora, que também é integrante da Frente Feminista de Ponta Grossa (PG), “todas as mulheres estão suscetíveis a essa violência, mas esses condicionantes vão determinar o nível e a incidência que ela acontece”, comenta.
Quando se trata de violência contra a mulher em Ponta Grossa, uma das dificuldades são os dados. Esses elementos são obtidos no momento do registro da ocorrência. São considerados a idade, renda e a raça da vítima. A localização, um fator fundamental, não é anotada. Essa falta de registro do local acaba impedindo o avanço de políticas públicas. “Você não pode fazer políticas públicas tirando uma realidade qualquer da cabeça. Se faz política pública tendo um problema, que se manifesta por meio de dados estatísticos”, aponta Ana Paula .
Para pedir a ajuda na área rural, há uma Unidade Básica (UBS) ou Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) como pontos de atendimento. Quando há casos de violência, os profissionais das unidades acionam a Rede de Enfrentamento, que direciona o atendimento para a mulher.

Ações

De acordo com a responsável pela Casa da Mulher, Camila Calisto Sanches, algumas ações são feitas para tentar evidenciar e combater a violência na zona rural pela Casa da Mulher.

1. Oferta de vale-transporte para que a vítima possa comparecer aos atendimentos psicológicos semanais;
2. Prevenção com peças de teatro evidenciando o que é violência doméstica, como denunciar e o que o Município proporciona para a mulher;
3. Capacitação das agentes comunitárias para identificar a violência.

 

Ficha técnica:

Produção: Amanda Dal’Bosco

Edição de texto: João Paulo fagundes

Publicação: João Paulo Fagundes

Supervisão de produção: Manoel Moabis

Supervisão de publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutilli