O estado do Paraná registra mais de 2.000 casos de doenças respiratórias no primeiro semestre, o Rinovirus teve o maior índice de contaminação.
O Estado do Paraná registra um aumento de problemas respiratórios. De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), no primeiro semestre deste ano, foram contabilizados 2.026 casos em todo o Paraná. No mesmo período do ano passado, o número era de 1.400 casos.
No boletim da SESA, a classificação de vírus respiratórios é dividida em duas categorias, a contaminação por vírus que ocasionam a gripe (Influenza) e também as variantes de vírus respiratórios que originam os resfriados (Rinovirus). Embora a existência de gripes seja comum em períodos de inverno, o vírus que mais contaminou os paranaenses foi o Rinovirus, que liderou o boletim da SESA com 628 casos, em um comparativo com o ano anterior, foram reportados 211 casos. Já o vírus de influenza contabilizou 346 casos, somente neste ano.
CONSEQUÊNCIA DA PANDEMIA
Conforme o Clínico Geral, Doutor Rômulo de Azevedo, um dos motivos do crescimento de casos de Rinovirus é o fim da pandemia, pois os cuidados com a saúde não estão intensos quanto o ano passado: “Estávamos com um foco maior no cuidado contra o Covid, nos protegiamos mais, com o uso de máscaras, álcool em gel e o isolamento. Com o fim da pandemia, o descuido na saúde proporcionou um agravamento na disseminação desse vírus”.
Outra razão para o aumento de casos de Rinovirus é a subdiagnostificação (diagnóstico insuficiente), que é consequência da pandemia, conforme aponta o doutor: “Quando um paciente apresentava um quadro gripal ou de resfriado, acabavamos isolando a pessoa sem um teste comprobatório de que ela tinha Covid. Com isso, em meio a esses casos, era subdiagnosticado os casos de Rinovirus”, afirma Rômulo.
É GRIPE OU RESFRIADO?
O Rinovirus causa o resfriado, porém pode ser facilmente confundido com a gripe pois apresenta sintomas semelhantes, como a febre moderada, dor de garganta, tosse e espirros. Entretanto, o que diferencia o resfriado da gripe, é a intensidade conforme conta o Dr Rômulo: “Elas têm uma diferença clara pois a gripe ocasiona sintomas mais intensos como dores pelo corpo e febre alta que pode chegar a 40 graus. Já nos resfriados, a febre costuma ser mais baixa e as tosses mais moderadas, além de ser comum a coriza e o olho vermelho. Dos atendimentos, 60% dos casos são de resfriados derivados do Rinovírus", conclui.
O monitoramento dos vírus respiratórios registrados no Paraná, é realizado por meio de unidades de Sentinela de Síndromes Gripais, que monitoram as hospitalizações e óbitos, independentemente do local de ocorrência. A vigilância Sentinela está presente em 28 municípios, e abrange todas as 22 Regionais de Saúde do Estado.
Problemas respiratórios aumentam mais de 40% no primeiro semestre de 2023, comparado ao mesmo período do ano passado. Foto: Kailani Czornei
A PROCURA POR MEDICAMENTOS
A estudante, Amanda Eirin, de 25 anos, foi acometida por um resfriado recentemente e conta que levou vinte dias para se recuperar após o início do uso de medicamentos comuns para esse tipo de complicação: “Eu comecei a tomar os remédios que já tinha em casa, de resfriado, pois estava com tosse, febre e dores de garganta. Foi um cuidado intenso até ficar boa novamente”, relata.
O farmacêutico, Rafael Garcia comenta que os medicamentos mais vendidos na farmácia que ele trabalha, são os antialérgicos para sintomas de resfriados. Superando as vendas de medicamentos para infecções: “É comum nessa época do ano aparecer muitos sintomas gripais. Mas os medicamentos mais vendidos neste ano, são os para a tosse,seja a tosse seca, alérgica e a tosse carregada. Vende mais que os medicamentos para infecções como a sinusite", relata.
Ficha técnica:
Produção: Camila Souza
Foto: Kailani Czornei
Edição de texto: João Iansen e Kailani Czornei
Publicação: João Iansen e Kailani Czornei
Supervisão de produção: Manoel Moabis
Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutili