Mesmo com 17 títulos, o time ponta-grossense de basquete PCD batalha por melhorias 

 

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Time de basquete PCD enfrenta dificuldades causadas por falta de patrocínio | Foto: Iasmin Gowdak

 

Os atletas do time de basquete Tubarões, de pessoas com deficiência, enfrentam dificuldades para treinar em dias chuvosos. Os treinos são realizados no Ginásio Jamal Farjallah Bazzi que possui  problemas na estrutura do telhado e ocasiona  goteiras e infiltrações, impossibilitando a prática do esporte.  Além desse impasse, há dificuldades com aquisição de equipamentos necessários, que em sua maioria, possuem altos custos. Para a prática do basquete adaptado, é necessário uma cadeira de rodas específica que pode custar até 10 mil reais.

O treinador do time, Ben Hur Chiconato, conta que o time passou por diversos desafios desde sua fundação. “O Centro Esportivo para Pessoas com Deficiência Jamal Farjallah Bazz foi inaugurado às pressas em 2009, com materiais de qualidade inferior e que precisam de ajustes conforme o tempo”, conclui. A quadra já passou por reforma, pela mesma consequência da chuva. 

 Anteriormente, o chão do ginásio era feito de madeira, material recomendado. Em decorrência de chuvas e infiltrações, o piso sofreu com estufamento de sua superfície, o que inviabilizou a utilização da quadra. Por conta disso, o piso foi refeito e trocaram a madeira por borracha. O atleta do time, Antonio Balabuch, explica que a troca desse material não foi a melhor escolha, pois, não foi feito pensando nos atletas. “O atrito do pneu da cadeira de rodas com o piso de borracha gera um atrito maior e um cansaço físico. A escolha do material indevido foi a responsável por casos de lesões”, aponta. 

A prefeitura de Ponta Grossa oferece transporte público para as competições e o Projeto Prata da Casa, que disponibiliza aos atletas destaque um auxílio para treinar, é uma maneira de incentivo. Porém, para o treinador, esse auxílio veio em conjunto com as vitórias do time. “Para nós o apoio veio porque mostramos resultado em quadra, então foi interessante o poder público aparecer nessa jogada”, relata o treinador.

Os Jogos Paradesportivos do Paraná (PARAJAPS) é uma realização do Governo do Estado do Paraná, por meio da Superintendência do Esporte. A competição estreou em 2012, na cidade de Londrina, e é similar aos Jogos Abertos do Paraná, sendo destinado a atletas adultos de alto rendimento. Junto a outras ações voltadas exclusivamente para pessoas com deficiência. 

O basquete está entre as 16 modalidades dessa competição. O time Tubarões de Ponta Grossa coleciona cinco vitórias, mesmo não incluído no PARAJAPS de 2022, pois o time não foi inscrito para essa competição. As inscrições são realizadas pela prefeitura de cada cidade. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Ponta Grossa para entender o que levou a não inscrição do time nos jogos, mas não obteve respostas. 

Antonio descreve a importância do público envolvido com o real sentimento do basquete em cadeira de rodas. “As pessoas não tem  conhecimento que tem um time assim na cidade, com vários títulos conquistados. Então, o que era para ser um time paradesportivo com competitividade, se torna, aos olhos do público, mais um projeto social”, destaca o jogador.

A história do time ponta-grossense de basquete Tubarões começou em 2008, quando uma empresa privada teve a iniciativa de patrocinar os deficientes físicos, como uma forma de inserção social. A partir de 2009, Ben Hur Chiconato assumiu como treinador do time e em conjunto ganharam 17 títulos. O atual time é composto por nove jogadores de Ponta Grossa e três de Curitiba. Os treinos ocorrem nas terças, quintas e aos sábados no ginásio Jamal Farjallah Bazzi. O time de basquete conta com apenas dois patrocinadores, o Banco Sicred e o Mercado Móveis que, em parceria com a Prefeitura de Ponta Grossa, são os únicos que apoiam o time na participação de competições e ajudam na compra de equipamentos.

 

Ficha técnica:

Produção: Iasmin Gowdak

Foto: Iasmin Gowdak

Edição de texto: Camila Souza Ferreira e Vitória Testa

Publicação: Gabriela Oliveira

Supervisão de produção: Manoel Moabis

Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutili