Denúncias de assédio contra professor de física motivaram as ações dos acadêmicos 

 

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Estudantes dos cursos de Física, Matemática e História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) organizaram manifestações em ambos campi, no começo de abril, para protestar contra os assédios sexuais ocorridos na instituição. Maria Larissa Pereira, graduada em Física e organizadora da mobilização, conta que o propósito das ações é pedir providências imediatas aos atos de violência contra as alunas e também a construção de  um ambiente universitário mais seguro. Porém, a intenção não foi atendida. "O objetivo da mobilização é chamar a atenção para o problema de assédio que está acontecendo dentro da UEPG há muito tempo e é jogado para debaixo do tapete”, destaca Maria. 

A manifestação ocorreu por conta de denúncias feitas por estudantes da Universidade sobre um professor do setor de ciências exatas. O professor mantinha um grupo de Whatsapp com a turma para discussões acadêmicas, e lá publicava fotos e vídeos com conteúdos sexuais. Após a denúncia deste episódio, outras alunas revelaram situações de assédio cometidas pelo docente desde 2013. A reportagem do Foca Livre entrou em contato com as vítimas, mas nenhuma quis se manifestar. Em nota, a Associação Atlética do Curso de Ciências Exatas e Naturais manifestou repúdio e afirmou que cobrará investigação e apuração dos fatos pela universidade.

Mais de 15 dias depois das denúncias o professor ainda fazia parte do corpo docente da instituição, sendo afastado somente no dia 27 de abril, por um período de 30 dias. Ainda nesse dia, o reitor da universidade, Miguel Sanches Neto, recebeu estudantes para esclarecer os processos e os encaminhamentos adotados pela instituição para investigar o caso. 

Além das estudantes, o Sindicato de Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SINDUEPG), também mobilizou-se contra o assédio na instituição. Os professores realizaram, na UEPG, uma mesa de debate sobre assédio moral no ambiente de trabalho e acadêmico. O evento, que ocorreu no dia 04 de julho, teve como debatedoras as professoras Jeaneth Nunes Stefaniak e Maria Cristina Rauch Baranoski, além da mediação de Cleide Lavoratti. Um dos questionamentos abordados durante a mesa foi o que seria, de fato, assédio moral, sexual e importunação no cenário acadêmico. 

A UEPG, por meio da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), possui uma iniciativa chamada “UEPG está de olho”, criada em 2019, que busca combater os assédios e discriminações cometidos dentro da Universidade. As denúncias podem ser realizadas através do WhatsApp (42) 3220 - 3237 ou praeescuta@uepg.br.

 

Ficha técnica:

Produção: Annelise dos Santos

Foto: Annelise dos Santos

Edição de texto: Mel Pires e Laura Urbano Janiaki

Publicação: Kauan Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel Amaral, Fernanda Cavassana e Marizandra Rutili 

Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos e Marizandra Rutili