UEPG adota PIX como forma exclusiva de pagamento das refeições
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) permite o pagamento dos tickets para refeições no Restaurante Universitário (RU) através de dinheiro físico até o dia 21 de setembro. Após esse período, a universidade aceitará somente dinheiro via PIX. Para utilizar a nova modalidade a comunidade precisa acessar um novo sistema da UEPG, exclusivo para o Restaurante Universitário, e comprar créditos. Com os créditos, os usuários terão acesso ao seu saldo e, conseguem gerar o ticket para a refeição. A mudança aconteceu a partir da resolução lançada em 17 de agosto pelo Conselho Administrativo da UEPG.
De acordo com o artigo 5° da Resolução CA - N° 2023.218 podem existir casos excepcionais, no qual o usuário que necessitar utilizar o dinheiro físico para pagar o RU, mesmo após o prazo, deverá previamente encaminhar uma justificativa à PROGRAD por meio de um protocolo SEI. Após o processo, é disponibilizado um boleto bancário para o usuário fazer o pagamento. Ainda segundo a resolução o valor mínimo para a emissão do boleto deve ser de 10 vezes o valor de referência da categoria solicitada. Ou seja, a quantidade máxima de tickets disponíveis para cada compra são 10, resultando em 38 reais para estudantes, 120 reais para servidor público e 140 reais para comunidade externa.
Além da atualização na forma de pagamento, o documento estabelece um novo valor do bilhete para servidores e público externo. Anteriormente, os funcionários públicos pagavam de 3,80 até 6 reais nos RUs, de acordo com cada categoria. Com o reajuste, os servidores passam a pagar de 10 a 12 reais. No entanto, o preço mais alto é cobrado da comunidade externa, que agora tem que pagar 14 reais para fazer uma refeição nos restaurantes universitários.
No artigo 9° da Resolução é apresentado que os preços dos RUs terão reajustes anuais durante o primeiro trimestre. A correção do valor levará em consideração os custos de operação dos restaurantes e o orçamento disponível da UEPG. O documento não especifica se o valor reajustado será em todas as categorias.
Novo sistema da UEPG disponibiliza compra de créditos para refeições no RU | Foto: Kailani Czornei
Novo sistema, velho problema: forma de pagamento dos RUs gera debate entre comunidade universitária
Em agosto, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) anunciou que os Restaurantes Universitários (RUs) deixariam de aceitar dinheiro em espécie para pagamento de refeições no dia 21 de setembro. A universidade optou pelo pagamento via PIX como nova forma de adquirir os bilhetes dos RUs. A transição gerou discussões entre os estudantes e usuários do restaurante. As principais reclamações são relacionadas a retirada do pagamento por dinheiro em espécie. A mudança aconteceu a partir do edital nº 2023.218 lançado em 17 de agosto pelo Conselho Administrativo da UEPG.
A instituição conta com dois restaurantes universitários, um no Campus Central, que comporta até 124 pessoas, e outro no Campus de Uvaranas com capacidade para 398 usuários. De acordo com o site da instituição, são atendidas aproximadamente 2000 pessoas por dia. Para o estudante de Engenharia de Alimentos, Luís Gustavo do Nascimento, embora o PIX facilite a vida de muitas pessoas, a unificação da forma de pagamento pode ser um problema. ‘‘E quem não tem internet no celular, ou até mesmo não tem celular, como faz?’’ questiona. A estudante de Letras, Débora Santos, conta que também está insatisfeita com o novo sistema "Deveriam permitir que a gente comprasse o ticket por PIX e pelo dinheiro físico também’’. A estudante afirma que para ela o sistema é confuso: ‘‘Não foi isso que pedimos. Nós só queríamos não ter que sacar o dinheiro físico para comprar o ticket" acrescenta, Débora.
Outro problema foi observado pela mestranda de Direito pela UEPG, Nayara Darabas Basegio, que é a dificuldade enfrentada por grupos específicos da comunidade universitária. "Vi algumas senhoras da UATI (Universidade Aberta Para Terceira Idade) sem saber como comprar os bilhetes digitais do RU. Fui ajudar e mesmo assim estava dando erro no sistema’’ relata. Para Nayara, a instituição deveria dar um suporte aos usuários e permitir que os RUs também aceitassem dinheiro físico. ‘‘Tentaram fazer algo inclusivo, mas não é nada disso", finaliza Nayara.
No dia 13 de setembro foi publicada uma mensagem anônima nas redes sociais na qual um usuário do RU reclama de problemas com acesso ao sistema do restaurante. A mensagem apareceu em uma página do Instagram que concentra estudantes da universidade. Na página são publicadas reclamações, vendas realizadas na UEPG, documentos perdidos e até mensagens de paquera. Na publicação sobre o RU, o usuário afirma que o pedido de estorno não está funcionando. ‘‘Outra pessoa tentou pedir estorno do valor, já que não estaríamos juntos e não realizaram. Infringindo o código de defesa do consumidor’’ descreve a mensagem. O autor da reclamação ainda pergunta se algum seguidor da página sabe como denunciar a universidade pelo caso.
A reportagem entrou em contato com a Pró-Reitoria de Graduação da UEPG (PROGRAD) em busca de um esclarecimento sobre as reclamações, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Segundo o novo edital, a Universidade permite a compra de bilhetes com dinheiro em espécie através da emissão de um boleto bancário. A pessoa interessada deve encaminhar uma justificativa à PROGRAD por meio de um protocolo SEI com a solicitação do pagamento por dinheiro físico. Após a aprovação da instituição é enviado o boleto ao usuário. A UEPG não emite o documento caso o valor solicitado seja inferior ao de 38 reais para estudantes, 120 para servidor público e 140 reais para a comunidade externa. A forma que o bilhete é repassado ao usuário não é indicado no edital, já que com a mudança a entrada nos RUs só é permitida com um QR Code online.
Ficha técnica:
Produção: Evelyn Paes
Publicação: Eduarda Guimarães, Rafaela Koloda, Wesley Machado, Amanda Dal´Bosco e Maria Eduarda Kobilarz
Supervisão de Produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães
Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos, Marizandra Rutili e Maria Eduarda Ribeiro