Além de problemas no primeiro lago, o segundo está atrasado no aniversário da cidade
O segundo lago, parte do projeto de expansão do espaço verde na região, deveria ser entregue em setembro de 2023, mês do aniversário de 200 anos de Ponta Grossa. No entanto, está atrasado na fase de manilhamento e contenção. A obra tem um investimento estimado de R$20 milhões. Havia a expectativa do lago ser entregue como parte das comemorações do aniversário da cidade, mas com o atraso isso não aconteceu.
Os Lagos de Olarias são um projeto que transforma uma antiga área de extração de argila na cidade em um parque de lazer e prevenção de enchentes. A área era ocupada por olarias que degradavam o solo e causavam erosão, além de passar por enchentes provocadas pelo transbordamento dos afluentes do Rio Pitangui. O projeto inicial previa cinco lagos para a região. Na construção dos dois primeiros, houve financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e uma parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
O comerciante de food truck, Alcebíades Fidencio da Costa, acredita que a construção vai atrair mais pessoas, o que pode movimentar o comércio. Mesmo animado, Alcebíades reconhece que a obra está atrasada e que os proveitos do novo lago já poderiam ser colhidos se ele estivesse pronto.
LAGO 1
O primeiro lago levou cinco anos para ser construído e foi concluído em dezembro de 2019. Com capacidade para armazenar 688 mil metros cúbicos de água, para evitar as enchentes na região. O lago também possui ilha artificial, pista de caminhada, ciclovia, academia ao ar livre, playground e mirante. A valorização imobiliária da região, a criação de empregos, o impulso ao turismo e a promoção da prática esportiva.
O lago enfrenta alguns problemas, como o mau cheiro em dias quentes, a qualidade da água e o acúmulo de matéria orgânica no fundo do lago. Em 2021, um estudo do Departamento de Geografia da UEPG mostrou que o lago recebe uma quantidade significativa de esgoto indevido. O material é despejado nos arroios de Olarias e Vila Belém, que controlam o abastecimento e escoamento do lago. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, algumas medidas são adotadas para minimizar os impactos negativos, como a limpeza periódica, a fiscalização do local e o monitoramento da água.
A moradora do entorno do lago, Rosana Siqueira, usa o parque para seu lazer, mas se queixa de um problema urbano da região. "Se faz um pouquinho mais de calor, primeiro que o lago começa a feder, e depois o trânsito fica insuportável aqui", conta. As ruas que contornam o primeiro lago possuem apenas uma faixa em cada sentido. Em horário de muita saída ou chegada no lago, segundo Rosana, é inviável sair de casa com o carro e, às vezes, andar a pé é mais rápido que de carro.
Miguel Teixeira Santos trabalha como garçom na região. Ele identifica que a área próxima ao lago possui horários de ônibus incômodos. Durante a semana, existem três linhas que passam sem problemas. Mas,nos domingos, feriados e sábados à tarde, a linha mais próxima é a Belém, que não desce até o lago. "Todo final de semana tem que subir na Aldo [Vergâni] pegar ônibus, e a subida não é fácil", afirma.
Outros problemas são encontrados no lago, como fios desencapados e expostos ao tempo, placas mal cuidadas, alguns aparelhos de academia e brinquedos do parquinho sem condições de uso e, no mirante, há aranhas grudadas no parapeito.
Obras estão atrasadas no Lago de Olarias I | Foto: Leonardo Czerski
Ficha técnica:
Produção: Leonardo Czerski
Publicação: João Iansen e Bianca Voinaroski e Eduarda Guimarães
Supervisão de Produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães
Supervisão de Publicação: Luiza Carolina dos Santos, Marizandra Rutili e Maria Eduarda Ribeiro