Em 2023, foram registrados vinte e sete mil pedidos de medidas protetivas no primeiro semestre, o que representa aumento em relação ao mesmo período do ano passado.

A cada hora, vinte e três mulheres sofrem algum tipo de violência no Paraná. Em 2023, foram mais de 110 mil registros, somente nos primeiros seis meses do ano. Na classificação de violência contra a mulher são contempladas mulheres acima de dezoito anos que foram vítimas de crimes como discriminação, constrangimento e agressão, pelo fato de serem mulheres. Esses crimes, podem acontecer tanto em espaços públicos como privados. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) e revelam aumento de violência. No mesmo período de 2022, foram 9 mil registros a menos do que neste ano.  

Há quatro tipos de violências classificadas pela Secretaria de Segurança, duas delas envolvem a mulher. A violência doméstica apresentou aumento entre os semestres do ano passado e o deste ano. Em 2022, houve  cerca de vinte e oito mil casos de denúncias. Neste ano, os registros já ultrapassam mais de trinta e dois mil casos. 

O aumento da violência contra mulher faz com que cresçam os pedidos de medidas protetivas de urgência no Estado. As mulheres buscam mais proteção à medida que se encontram em situação de agressão. Conforme os dados do Tribunal de Justiça, o Paraná teve vinte mil pedidos de medidas protetivas no primeiro semestre de 2022. Já em 2023, no mesmo período, foram contabilizados vinte sete mil pedidos. 

 

Violência doméstica

Arte: Camila Souza

Órgãos atuantes

Um dos órgão que presta atendimento às vítimas é o Núcleo Maria da Penha (NUMAPE), uma iniciativa criada pelo governo do Paraná em parceria com as universidades públicas estaduais. As sedes encontram-se em onze Comarcas de grandes cidades paranaenses, como Ponta Grossa, onde o NUMAPE oferece assistência  há cinco anos.

Em Ponta Grossa, o órgão presta atendimento jurídico e psicológico gratuito a mulheres com renda de até três salários mínimos. Um dos objetivos do projeto é disseminar a informação sobre os direitos das mulheres e sobre os tipos de violências, que vai além da violência física. 

Os tipos de violência com maior registro no NUMAPE em 2022, foram a violência psicológica (93% dos casos), física (63,1%), moral (61,5%) e violência patrimonial (55,6%). Em relação ao perfil das mulheres que buscam os serviços da instituição, conforme o banco de dados dos atendimentos, mulheres que se autodeclararam brancas foram 54%, pardas (28,9%), negras (9,6%) e indígenas (1,1%). Das mulheres que buscaram pelo órgão, 40,6% estão desempregadas ou estão em situação de dependência financeira do marido. A faixa etária que mais buscou ajuda foram mulheres de 36 a 40 anos (15%), seguido por 26 a 30 anos (14%), embora já tenha ocorrido atendimentos para mulheres menores de 18 anos a senhoras de 60 anos.

Como buscar ajuda

Caso você presencie alguma situação de violência doméstica, pode ligar gratuitamente para a Polícia Militar no telefone 190. Uma viatura se deslocará até o local e dará suporte à vítima. 

Caso deseje ajudar alguém ou prestar denúncias posteriores pode ser contatado o telefone da Central de Atendimento à Mulher, no número 180 e 181. O serviço escuta e fornece uma acolhida qualificada para essas vítimas, além de encaminhar denúncias de violência aos órgãos competentes. 

Já o Núcleo Maria da Penha, atende nas redes sociais e também no WhatsApp através do número 9 9929-2600, além de oferecer esclarecimentos presenciais para posteriores agendamentos. O NUMAPE-UEPG atende no prédio do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) localizado na Rua Maria Rita Perpétua da Cruz, 111, atrás da Arena Multiuso.

 

Ficha técnica:

Produção: Camila Souza

Edição e publicação: Rafaela Koloda e Wesley Machado

Supervisão de produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães

Supervisão de publicação: Luisa C. dos Santos, Marizandra Rutilli e Maria Eduarda Ribeiro