Passageiros são afetados pela falta de ônibus de Ponta Grossa para Palmeira

 

 Há cerca de quatro meses o último ônibus da Princesa dos Campos que saía de Ponta Grossa com destino a Palmeira era às 17 horas. Após a mudança dos horários o último ônibus é o das 14 horas. Atualmente os ônibus realizam esse trajeto em dois períodos do dia. No período da manhã em dois horários, um  às 7h15 e outro às 10h, e no período da tarde somente às 14h. No domingo é o único dia em que o ônibus sai às 17 horas para Palmeira.  Os horários dos ônibus estão instáveis desde a pandemia da Covid-19, quando a empresa reduziu a grade de horários como uma medida para evitar o aumento da propagação da doença. 

De acordo com um profissional que trabalha na rodoviária de Ponta Grossa, que não quis se identificar, não existe previsão para o retorno do ônibus das 17 horas. “Vejo que essa mudança do horário complicou a vida de muitas pessoas. Já aconteceram casos em que passageiros não sabiam da mudança do horário e perderam o ônibus das 14 horas para voltarem para casa”, afirma o profissional.  

Para o professor de História Alexandre Witkowski, que reside em Palmeira, a mudança dos horários dos ônibus afetou diretamente o seu trabalho. Como o professor leciona tanto em escolas de Ponta Grossa como em Palmeira, ele utiliza o transporte com muita frequência. Durante a semana tem dias em que  o professor possui aulas em todos os turnos do dia em Ponta Grossa, e como o último ônibus para voltar para Palmeira é às 14h, ele precisou alugar um apartamento em PG.

De acordo com o Alexandre Witkowski, as primeiras mudanças foram feitas durante a pandemia e desde então não voltaram à normalidade. “Não ter um horário de ônibus após às 17h ou às 18h acabou me afetando bastante,tanto meu trabalho quanto estudo e outras questões”, comenta. Como o professor precisa pegar aulas para compor o seu banco de horas, e as aulas são escassas no período da tarde, ele precisa reorganizar o seu horário de trabalho. Muitas vezes ele perde a chance de acumular mais aulas, pois precisa abrir mão desses horários para conseguir voltar para casa. 

 

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Passageiros na rodoviária de Ponta Grossa I Foto: Tayná Landarin

Segundo o professor, sua mãe que possui deficiência auditiva e que também reside em Palmeira faz acompanhamento com uma fonoaudióloga em Ponta Grossa. Como a fonoaudióloga só atende no período da tarde, a mãe do professor já perdeu várias consultas. Ele também relatou que assim como a sua mãe que não possui carro próprio e depende do ônibus da Princesa dos Campos para ir para Ponta Grossa, têm muitos outros casos de pessoas que também perdem suas consultas médicas pela falta de ônibus para voltar para Palmeira. 

Alexandre Witkowski conta que muitos de seus colegas enfrentam esse problema, alguns têm que se organizar para conseguir carona e se locomover de uma cidade a outra para trabalhar. “Nós professores acabamos perdendo aulas por causa dessa dificuldade, sendo que o nosso núcleo de estudo é de Ponta Grossa, que engloba todas as cidades em volta e isso afeta muito a questão do nosso trabalho”, cita Alexandre. Conforme o professor deveria ter no mínimo dois horários de ônibus pela manhã e dois horários no período da tarde.  

O aluno do Curso de Enfermagem, Irailson Thierry, teve que sair de Palmeira e mudar para Ponta Grossa, pois como seu curso é em período integral ele não conseguia ônibus para retornar para casa. O estudante utiliza o ônibus para visitar sua família aos fins de semana, e ele relata que como o ônibus vem de outra cidade para então ir para Palmeira as vagas são limitadas. Em certas ocasiões  Irailson Thierry junto com seus amigos optaram por dividir carona para irem visitar suas famílias, pois como muitas pessoas utilizam o ônibus, eles não encontravam passagens disponíveis. 

Na opinião do estudante deveria ter mais horários de ônibus disponíveis, ou a Princesa dos Campos deveria aumentar a frota. “Devido a dificuldade de retornar para Ponta Grossa, optei por vir com menos frequência para Palmeira”, comenta Irailson 

 

Ficha técnica:

Produção: Tayná Landarin

Edição e publicação: Bianca Voinaroski e Camila Ribeiro

Supervisão de produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães

Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos, Marizandra Rutilli e Maria Eduarda Ribeiro