São mais de 82 km percorridos diariamente para transportar todos os estudantes da região

 

Acordar às cinco horas da manhã para conseguir ir à escola é uma realidade vivida pelos estudantes do Distrito de Itaiacoca. Com apenas quatro instituições para atender toda a região, mais de 250 alunos utilizam o transporte público coletivo para terem acesso à educação. As comunidades de Cerrado Grande e Biscaia concentram as escolas estaduais e municipais do Distrito. Ao total, são disponibilizados 20 veículos (ônibus, van e kombi) para realizar o deslocamento entre as regiões do Buraco do Padre, Cachoeira da Mariquinha, Capão da Onça, Recanto Botuquara, Assentamento Emiliano Zapata, Passo do Pupo e as fazendas da região. 

Com a existência de somente uma instituição que atende os alunos do ensino médio, as dificuldades são ainda maiores. Para chegar ao Colégio Estadual Brasílio Antunes da Silva no horário das aulas,  os alunos ficam até duas horas esperando os veículos buscarem todos os estudantes. Já o outro Colégio Estadual Margarete Márcia Mazur é o único que possui ensino fundamental II para atender as comunidades. As Escolas Municipais Professor Eloy Avrechack e Professora Maria Eulina Santos Scheens atendem somente até o ensino fundamental I.

Apesar do transporte escolar público ser uma alternativa viável para os moradores da região, a infraestrutura precária da pavimentação em certos trajetos da rodovia dificulta o acesso às escolas. Por isso, a utilização de Kombis nas localidades mais distantes é uma alternativa para buscar os alunos. 

De acordo com a monitora do transporte escolar, Vanessa Schafranski Clarindo, o Passo do Pupo funciona como um ponto de encontro entre as Kombis, vans e os ônibus. Os estudantes das regiões mais distantes, como o Buraco do Padre e a Cachoeira da Mariquinha, são buscados pelos automóveis , que levam os alunos ao Passo do Pupo para irem de ônibus até as escolas do Cerrado Grande ou Biscaia. 

Para a monitora, o remanejo dos veículos é uma alternativa viável para contornar essa logística do transporte escolar. “Temos alunos que precisamos buscar três horas antes do necessário”, revela Vanessa. Que sugere a adição de mais linhas para as regiões. 

Além disso, os professores das redes estaduais e municipais também precisam se deslocar de Ponta Grossa até Cerrado Grande ou Biscaia. Os docentes percorrem cerca de 33 quilômetros do terminal central até as escolas de Itaiacoca. 

 

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Ônibus escolares levam alunos até escolas da região / Foto: Larissa Del Pozo

Passo do Pupo

Na comunidade do Passo do Pupo os estudantes também dependem do transporte escolar para se deslocarem para as instituições. A escola mais próxima do povoado fica no Cerrado Grande, a cerca de 10 quilômetros. 

De acordo com Rosalina Santos da Luz, seus netos frequentam a Escola Municipal da comunidade do Biscaia, Prof. Maria Eulina Santos, cerca de 16 quilômetros do Passo do Pupo. Rosalina conta que, apesar da qualidade do ensino oferecida aos alunos, o deslocamento para escola permanece distante. 

Outro fator comentado por Rosalina é a falta de segurança no deslocamento das crianças nas proximidades do trânsito de carros e caminhões. “A escola é longe e a estrada é perigosa, tem muitos caminhões, o asfalto é estreito e sempre tem acidentes”, revela. 

Além disso, segundo a presidente da associação de moradores, Tânia de Oliveira Scudlarek, o movimento de crianças próximo à rodovia preocupa os moradores da região.

 

Ficha técnica:

Produção: Larissa Del Pozo

Edição e publicação: Kailani Czornei e João Iansen

Supervisão de produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães

Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos, Marizandra Rutilli e Maria Eduarda Ribeiro