Apesar de colaborar com o processo de ensino a falta de estrutura atrapalha a utilização das ferramentas

 

Existem poucas evidências sobre o valor da tecnologia digital para educação. Segundo o relatório de 2023 de Monitoramento Global da Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), chamado “Tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?” (relatório na íntegra), a evolução das tecnologias acontece mais rápido do que podemos avaliar, com os produtos da tecnologia educacional mudando, em média, a cada 36 meses. Essa integração tem impactado o processo de aprendizagem de várias maneiras, positivas e negativas, e está moldando uma geração de alunos mais conectados.

Gráfico de Processo Fluxograma em Azul Rosa e Ciano

A utilização de tecnologias na educação trouxe consigo uma série de benefícios. No entanto, como qualquer mudança significativa, o uso dessa ferramenta também apresenta desafios a serem superados. Uma das principais preocupações é a possível criação de uma divisão digital entre os alunos, uma vez que nem todos os estudantes têm acesso igualitário a dispositivos eletrônicos e conexão à internet.

No fim de 2021, a Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED/PR) ofereceu para as escolas estaduais 10 mil computadores e distribuiu equipamentos de wifi – com mais de 22 mil pontos de acesso. Nos últimos dois anos, o investimento em implantação tecnológica foi um dos focos da rede de ensino estadual, tendo seis plataformas de ensino para uso em sala de aula.

Entretanto, para a professora do colégio estadual Presidente Kennedy, Adriana Tramontin, que utiliza duas das seis plataformas online com seus alunos (Redação Paraná e Leia Mais), o principal problema é o acesso a internet. “Quando não tem acesso a internet na escola, como está acontecendo há duas semanas, dificulta o nosso trabalho, porque a gente leva os estudantes até os laboratórios, mas não conseguimos fazer o uso das plataformas”, expõe.

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Segundo a Organização Todos Pela Educação, 55% dos professores da rede pública brasileira dizem usar regularmente tecnologias em sala de aula. Também, conforme a investigação, 34% dos professores usariam mais plataformas online, por achar que melhora a capacidade dos estudantes de ir atrás de informações, porém, boa parte dos docentes não usa por falta de formação e infraestrutura.

A Unesco defende o uso de aparelhos eletrônicos como uma forma de complementar a educação, mas não ser sua principal forma de fazê-la. A importância do ensino humano não pode ser subestimada, e a tecnologia deve ser usada como uma ferramenta complementar, em vez de substituta.

 

Ficha técnica:

Produção: Heloisa Ribas Bida

Edição e publicação: Kauan Ribeiro e Lívia Souza

Supervisão de produção: Manoel Moabis e Lilian Magalhães

Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos, Marizandra Rutilli e Maria Eduarda Ribeiro