A região central registra em média um roubo por dia
O aumento no número de roubos no Centro de Ponta Grossa impacta o cotidiano de pequenos comerciantes instalados no coração da cidade. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados cerca de 250 roubos na região, o equivalente a uma ocorrência por dia. Em comparação com o ano passado, esse tipo de crime cresceu 12%.
Na rua Francisco Ribas, próxima à Praça dos Polacos, a criminalidade na região preocupa os comerciantes instalados na “rua dos brechós”. Segundo Lenir Souza Penteado, que trabalha há mais de 10 anos no Centro, a comerciante percebeu o reflexo desse aumento em seu estabelecimento. “Já assaltaram duas vezes aqui, tive prejuízo, porque levaram algumas roupas do brechó e estouraram o vidro”, lamenta Lenir.
Do outro lado da rua, uma farmácia registra furtos com frequência. “Às vezes entram uma pessoa só, leva alguns produtos como fraldas. Ou alguns entram em bando, para distrair os atendentes enquanto um pega os produtos”, explica Maria Eduarda Bueno, funcionária da farmácia. Ela conta que os furtos acontecem de diferentes maneiras. Apesar dos roubos acontecerem com maior frequência em alguns estabelecimentos na região, o proprietário de uma loja de artigos religiosos, José Mário Catapam Júnior, conta que nunca passou por nenhuma ocorrência no estabelecimento. “Aqui nunca aconteceu nada, nós fechamos a vitrine para não despertar a curiosidade nos produtos que vendemos aqui, porque como são artigos religiosos, podem pensar que têm ouro”, revela.
Preconceito
Um dos efeitos da preocupação com os assaltos é o aumento da vigilância nos estabelecimentos. Para além do uso de câmeras, as empresas também investem na contratação de profissionais que atuam como seguranças nas lojas. Muitas vezes a forma de controle realizada por esses profissionais está baseada na observação dos clientes das pessoas que entram nas lojas. Como consequência, essa forma de controle resulta em situações de preconceito.
Em 2019, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) da Prefeitura de Ponta Grossa revelou que 83% dos consumidores já foram submetidos ou presenciaram situações de preconceito no comércio. O órgão, vinculado à Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública (SMCSP), entrevistou 146 pessoas que ressaltaram que o tipo de vestimenta é um fator determinante no tratamento recebido nas lojas.
Segurança
Em agosto deste ano, a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) promoveu uma reunião para discutir os problemas de segurança dos estabelecimentos no centro da cidade. A assembleia contou com a presença de lojistas, diretores da Acipg, empresários e representantes das forças de segurança do município, com o objetivo de acordarem quais medidas podem ser seguidas para diminuir o número de roubos na região.
Na reunião, o Conselho Municipal de Segurança reforçou o pedido de segurança no centro da cidade e ressaltou o papel do órgão em servir como uma ponte entre os lojistas e o comando da Polícia Militar. Como instrução dos representantes da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, é importante que os lojistas realizem o boletim de ocorrência em caso de furtos.
A Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública recomenda que os cidadãos registrem as ocorrências por meio do número 153, para registro na base de dados do município ou pelos números 190 da Polícia Militar e 181 do Disque Denúncia. A fim de que os órgãos responsáveis tomem medidas para aumentar a segurança na região. De acordo com a Polícia Militar, o órgão tem feito escalas para realização de rondas e permanência de policiais em pontos estratégicos na cidade.
Ficha técnica:
Produção: Larissa Del Pozo
Edição e publicação: Pamela Tischer e Vittória Mulfait
Supervisão de produção: Manoel Moabis
Supervisão de publicação: Luiza C. dos Santos